29/08/2019

Sat Cakra Nirupana

Ṣaṭ Cakra Nirūpaṇa (Descrição e Investigação sobre os Seis Cakras)

        O śaṭ cakra nirūpaṇa foi provavelmente elaborado por volta de 1526 DC por Swami Purnananda natural de Kasyappa Gotra. Purnananda atingiu siddhi, a perfeição, em Vasishtashrama, a cerca de 10 km de Gauhati, em Assam, na Índia.
         O śaṭ cakra nirūpaṇa (sexto capítulo do śrītattvacintāmaṇi) é o texto básico mais importante dedicado aos sete Cakras, inclui as associações clássicas de cores, devas e devis dos Cakras, e os mantras, etc. que são encontradas em muitas outras escrituras indianas. Este texto foi traduzido para o inglês por Sir John Woodroffe (Arthur Avalon) em 1918 e foi incluído em seu primeiro trabalho "The Serpent Power" com detalhado comentário.
           O conceito de Cakra encontrado nas primeiras tradições do hinduísmo parece emergir primeiro dentro dos Vedas Hindus, embora não precisamente no sentido de centros de energia psíquica, mas como chakravartin (o rei 'gira a roda de seu império" em todas as direções a partir de um centro, representando sua influência e poder). O hino 10.136 do Rigveda menciona um yogin com uma mulher chamada kunamnama que literalmente, significa "ela que é curvada, enrolada", representando tanto uma pequena devi quanto um dos muitos enigmas embutidos nos esotéricos mantras do Rigveda. A iconografia popular representa os Cakras com os símbolos do Yajna (altar do fogo védico): "quadrado, círculo, triângulo, meia lua etc." Segundo G. Feuerstein, os primeiros Upanishads do Hinduísmo mencionam Cakra no sentido de "vórtices psico-espirituais", junto com outros termos encontrados nos Tantras como: Prāṇa ou Vāyu, incluindo Nāḍī. De acordo com Gavin Flood, os textos antigos não apresentam teorias consistentes sobre Cakra e Kundalini, embora essas palavras apareçam na literatura védica mais antiga, em muitos contextos. As menções mais antigas dos Cakras apareceram em vários dos primeiros Upanishads entre 800 e 700 AC. Os Upanishads posteriores por volta de 200 AC - 200 DC: como o Shri Jabala Darshana Upanishad, o Yogacudamani Upanishad, o Yoga-Shikka Upanishad e o Shandila Upanishad, fizeram referência a conceitos tântricos, como Cakras e Mantras, e apresentaram locais e simbolismo. No século X DC, o Goraksha Sataka, de Goraknath, forneceu informações sobre os poderes adquiridos pelo despertar da kundalini e pela meditação sobre os Cakras.
        Cakra é uma parte das teorias sobre fisiologia e centros psíquicos que surgiram na Índia. A teoria postula que a vida humana existe em duas dimensões paralelas, um "corpo físico" (sthula sarira) e outro "psíquico", chamado de "corpo sutil" (sukshma sarira). O corpo sutil é energia, enquanto o corpo físico é matéria. A psique e o corpo interagem mutuamente. O corpo sutil consiste de Nāḍīs (canais) conectados por nós de energia psíquica que são chamados de Cakras. A teoria se desenvolveu, propondo a existência de 88.000 Nāḍīs em todo o corpo sutil, e com o número de Cakras variando de quatro a sete.
        Mātṛkācakra - Nas tradições Tântricas da Caxemira, o Mātṛkā-Cakra (roda das mães) é a emissão dos fonemas do alfabeto sânscrito a partir do Absoluto (Paramaśiva). O Mātṛikā-Cakra se relaciona com a teoria do alfabeto sânscrito - da sílaba “a” para a sílaba “kṣa”. Existem cinquenta sílabas. As cinquenta sílabas representam a existência de todo o universo. O universo é composto de trinta e seis Tattvas (princípios, ou categorias) e os trinta e seis princípios são representados pelos cinquenta fonemas. O universo começa a partir do Tattva Śiva (o princípio Śiva), e termina com o Tattva Pṛithvī (o princípio terra).
        Segundo o Shivaísmo da Caxemira, as dezesseis vogais representam a articulação dos poderes da Consciência Absoluta; as vinte e cinco consoantes (de ka para ma), representam o desdobramento do Caminho impuro; as quatro semivogais (de ya para va), as três sibilantes e a aspirada (ha)  representam o desdobramento do Caminho puro; O kṣa (क्ष), o quinquagésimo fonema, é finalmente um símbolo de toda a emissão fônica", formado pela primeira e pela última consoante (ka + ṣa). Encontramos os cinquenta fonemas em devanāgarī escritos nas pétalas dos Cakras principais. Os fonemas são chamados de mães porque, sendo formas fônicas do poder divino, podem ser personificados por divindades femininas.

|| षत् चक्रनिरूपणम् | | śaṭ cakra nirūpaṇa | Descrição dos seis cakras 
Introdução
अथ तन्त्रानुसारेण षट् चक्रादि क्रमोद्वतः । उच्यते परमानन्दनिर्वाहप्रथमाङ्कुरः
atha tantrānusāreṇa ṣaṭ cakrādi kramodvataḥ / ucyate paramānanda nirvāha prathamāṅkuraḥ
अथ [atha] agora* उच्यते [ucyate] falo* प्रथमाङ्कुरः [prathamāṅkuraḥ] da primeira floração (primeiros passos que levam à liberação, ié. o conhecimento dos cakras, nāḍīs, etc.)* निर्वाह [nirvāha] da completa realização* परमानन्द [paramānanda] de Brahman (paramananda, suprema bem-aventurança) * तन्त्रानुसारेण [tantrānusāreṇa] (que deve ser alcançada) de acordo com os tantras* षट्-चक्रादि-क्रमोद्वतः [ṣaṭ-cakrādi-krama-udvataḥ] (através dos) seis cakras em sua ordem* 
"Agora falo da primeira floração (primeiros passos que levam à liberação, ié. o conhecimento dos cakras, nāḍīs, etc.) para realização completa de Brahman, que deve ser alcançada de acordo com os tantras, por meio dos seis cakras e assim por diante em sua própria ordem (krama)."
1- मेरोर्बाह्यप्रदेशे शशि मिहिरसिरे सव्यदक्षे निषण्णे / मध्ये नादि सुषुंनात्रितयगुणमयि चन्द्रसूर्यग्निरूपा धत्तूरस्मेरपुष्पग्रथिततमवपुः कन्दमद्यच्छिरह्स्ता / वज्राख्या मेढ्रदेशा च्छिरसि परिगता मद्यमेऽस्या ज्वलन्ति ॥१॥ meruḥ bāhya pradeśe śaśi mihirasire savyadakṣe niṣaṇṇe
madhye nādi suṣunnā tritaya-guṇamayi candra-sūrya-agni-rūpā
dhattūra-smera-puṣpagrathita-tamavapuḥ kanda-madyacchirahstā
vajrākhyā meḍhra-deśā cchirasi parigatā madya messyā jvalanti //1//
प्रदेशे [pradeśe] no espaço* बाह्य [bāhya] externo* मेरुः [meruḥ] do meru (coluna vertebral)* सव्य-निषण्णे-दक्षे [savya-niṣaṇṇe-dakṣe] situam-se à esquerda e à direita* सिरे [sire] os dois sirās (nādis)* शशि [śaśi] da lua (iḍā)* मिहिर [mihira] e do sol (piṅgalā)* नादि-सुषुन्ना [nādi-suṣunnā] a nādi suṣunnā* त्रितय-गुणमयि [tritaya-guṇa-mayi] cuja natureza é de três gunas* मध्ये [madhye] está no meio* चन्द्र-सूर्य-अग्नि-रूपा [candra-sūrya-agni-rūpā] ela tem a forma da lua (citriṇī), do sol (vajriṇī) e do fogo (suṣumṇā)* धत्तूर-स्मेर-पुष्पग्रथित-तमवपुः [dhattūra-smera-puṣpagrathita-tamavapuḥ] em seu corpo, (os cakras assemelham-se a) uma série de flores de trombeta)* कन्द-मद्य-च्छिरह्स्ता [kanda-madya-śirah-sthā] (A suṣumṇā) se estende do meio do kanda até a cabeça* वज्राख्या [vajra-ākhyā] o vajra* मद्यमेस्स्या [madyame āsyā] no interior da suṣumṇā* परिगता [parigatā] se estende* ज्वलन्ति [jvalanti] brilhando* मेढ्र-देशा [meḍhra-deśā] do meḍhra* शिरसि [śirasi] até à cabeça*
1- No espaço externo do meru (coluna vertebral), situam-se à esquerda e à direita, os dois sirās (nādis), śaśī (iḍā) e mihira (piṅgalā). A nāḍī suṣumṇā, cuja natureza é de três gunas, está no meio. Ela tem a forma da lua (citriṇī), sol (vajriṇī) e fogo; Em seu corpo, (os cakras assemelham-se) a uma série de flores de trombeta. (A suṣumṇā) se abre do meio do kanda até à cabeça; o vajra em seu interior se estende, brilhando, do medhra (orgão genital) à cabeça.


2- तत् मध्ये चित्रिणी सा प्रणव-विलासिता योगिनां योगगम्या लूता-तन्तूपमेया सकल-सरसिजान् मेरु मध्य आन्तर-
स्थान्
भित्त्व देदिप्यते तद्-ग्रथन-रचनया शुद्ध-बोध-स्वरूपा तनमध्ये ब्रह्म-नाडी हर-मुख-कुहरदादि-देवान्तरात्मा || 2 ||
tat madhye citriṇī sā praṇava-vilāsitā yogināṁ yogagamyā
lūtā-tantūpameyā sakala-sarasijān meru madhya āntara-sthān
bhittva dedipyate tad-grathana-racanayā śuddha-bodha-svarūpā
tanamadhye brahma-nāḍī hara-mukha-kuharadādi-devāntarātmā //2 //
तत्मध्ये [tat-madhye] dentro dele (vajra)* चित्रिणी [citriṇī] está citriṇī* प्रणव-विलासिता [praṇava-vilāsitā] que tem o brilho do praṇava* योगगम्या [yogagamyā] e é alcançável no yoga योगिनां [yogināṁ] pelos yogins* लूता-तन्तूपमेया [lūtā-tantūpameyā] é sutil como um fio de aranha* सकल-सरसिजान्-मेरु-मध्य-आन्तर-स्थान्-भित्त्व-देदिप्यते [sakala-sarasijān-meru-madhya-āntara-sthān-bhittva-dedipyate] ela perfura o pericarpo dos seis lótus e brilha como um fio amarrado com pedras preciosas.* शुद्ध-बोध-स्वरूपा [ śuddha-bodha-svarūpā] e é pura inteligencia* तनमध्ये [tanamadhye] dentro dela* ब्रह्म-नाडी [brahma-nāḍī] está o brahma-nāḍī* तद्-ग्रथन-रचनया [tad-grathana-racanayā] que se estende* हर-मुख-कुहर [hara-mukha-kuhara] do orifício no topo do svayambhu-liṅga no mūlādhāra* अन्तरात्म [antarātmā] (até o) interior* आदि-देव [ādi-deva] do supremo bindu* 
2- Dentro dele (vajra) está a citriṇī, que brilha como o resplendor do pranava (Om) e é alcançável no yoga pelos yogins. Ela (citriṇī) é sutil como o fio de uma aranha, e perfura o pericarpo dos seis lótus e brilha como um fio amarrado com pedras preciosas. É pura inteligência. Dentro dela (citriṇī) está o brahma-nāḍī, que se estende do orifício no topo do svayambhu-liṅga no mūlādhāra, até o interior do supremo bindu.
3- विद्यन्मालाविलासा मनिमनसिलसत्तन्तुरूप सुसूक्ष्माशुद्धज्ङनप्रभोधा सकलसुखमयी शुद्धबोधस्वभावाब्रह्मद्वारं तदास्ये प्रविलसति सुधाधारगम्यप्रदेशंग्रन्थिस्थानं तदेतत् वदनमिति सुषुंनाख्यनद्या लपन्ति ॥३॥
vidyanmālāvilāsā manimanasi lasattanturūpa susūkṣmā śuddhajṅanaprabhodhā sakalasukhamayī śuddhabodhasvabhāvā brahmadvāraṃ tadāsye pravilasati sudhādhāragamyapradeśaṃ granthisthānaṃ tadetat vadanamiti suṣuṃnākhya-nadyā lapanti // 3 //
लसत्-तन्तु-रूप [lasat-tantu-rūpa] (luminosa e fina como uma fibra de lótus)* प्रविलसतिमनिमनसि [pravilasati-manimanasi] brilha nas mentes dos sábios* सुसूक्ष्मा [susūkṣmā] sutil* ज्ङनप्रभोधा [jṅanaprabhodhā] o despertar do puro conhecimento* सकल-सुख-मयी [sakala-sukha-mayī] a personificação de toda bem-aventurança* शुद्ध-बोध-स्वभावा [śuddha-bodha-svabhāvā] cuja verdadeira natureza é pura consciência* सुधा-ब्रह्म-द्वारं [sudhā-brahma-dvāraṁ] a entrada para Brahman brilha* तदास्ये [tadāsye] em sua boca* तदेतत् [tadetat] esta é* शुद्ध-धार-गम्य-प्रदेशं [śuddha-dhāra-gamya-pradeśaṁ] a região irrigada pelo néctar* लपन्ति [lapanti] é chamado* ग्रन्थि-स्थानं [granthi-sthānaṁ] o local da união de suṣumṇā e Kanda* सुषुंनाख्य-नद्या [suṣuṁnākhya-nadyā] da suṣuṁna* 
3- Ela [citrini] é linda como uma corrente de relâmpagos e fina como uma fibra de lótus, e brilha na mente dos sábios. Ela é extremamente sutil; o despertar do puro conhecimento; a personificação de toda bem-aventurança, cuja verdadeira natureza é pura consciência. O Brahma-dvara brilha em sua boca. Esta é a região irrigada pelo néctar, e é chamado (granthi-sthānaṁ) o local da união da suṣumṇā e do kanda, como também a boca da suṣumṇā.

4- अथाधारपद्मं सुषुंनाख्यलग्नं ध्वजाधो गुदोर्ध्वं चतुह्शोणपत्रं 
अधोवक्त्रमुद्यत्सुवर्णाभव्र्णैह् / वकरादिसान्तैर् युतं वेदवर्णैह्. ॥४॥
athādhārapadmaṃ suṣuṃnākhyalagnaṃ
dhvajādho gudordhvaṃ catuhśoṇapatraṃ
adhovaktramudyatsuvarṇābhavrṇaiḥ
vakarādisāntair yutaṃ vedavarṇaiḥ // 4 //
अथा [athā] agora* अधारपद्मं [adhārapadmaṁ] (chegamos) ao adhāra iótus (mūlādhāra cakra)* सुषुंनाख्य-लग्नं [suṣuṁnākhya-lagnaṁ] está anexado à boca da suṣumṇā* ध्वजाधः-गुद-उर्ध्वं [dhvajādhaḥ-guda-urdhvaṁ] abaixo do órgão genital e acima do ânus* चतुः-शोण-पत्रं [catuḥ-śoṇa-patraṁ] possui quatro pétalas de tom carmesim* वअधःउवक्त्रमुद्यत् [adhaḥuvaktramudyat] sua cabeça (boca) inclina-se para baixo*करादिसान्तैर्युतं-वेद-वर्णैः [vakarādisāntair-yutaṁ-veda-varṇaiḥ] em suas pétalas estão as quatro letras de va a sa* सुवर्णाभव्र्णैः [suvarṇābhavrṇaiḥ] na cor dourada brilhante* 
4- Agora chegamos ao adhara lótus (mūlādhāra cakra). Ele está anexado à boca da suṣumṇā e está situado abaixo do órgão genital e acima do ânus. Possui quatro pétalas de tom carmesim. Sua cabeça (boca) fica para baixo. Em suas pétalas estão as quatro letrasव (va), श (śa) ष (ṣa) e स (sa), na cor dourada brilhante.
5- अमुष्मिन् धरायश्चतुष्कोणचक्रं / समुद्भासि शूलाष्टकैरावृतं तत् । 
लसत् पीतावर्णं तदित्कोमलान्गं / तदन्ते समास्ते धरायाः स्वबीजं ॥५॥
amuṣmin dharāyaścatuṣkoṇacakraṃ / samudbhāsi śūlāṣṭakairāvṛtaṃ tat । lasat pītāvarṇaṃ taditkomalāngaṃ
tadante samāste dharāyāḥ svabījaṃ // 5 //
अमुष्मिन् [amuṣmin] nesse (lótus)* धरायश्-चतुष्कोण-चक्रं [dharāyaś-catuṣkoṇa-cakraṃ] está a parte quadrada do cakra (que representa o elemento terra, pṛithvī* शूलाष्टकैरावृतं [śūlāṣṭakairāvṛtaṃ] circundado por oito lanças* समुद्भासि [samudbhāsi] cintilantes* लसत्-पीता-वर्णं [lasat-pītā-varṇaṃ] é de cor amarela brilhante* तदित्-कोमलान्गं [tadit-komalāngaṃ] como um relampado* समास्ते [samāste] como também* तत् [tat] é aquele* स्वबीजं [svabījaṃ] bīja* धरायाः [dharāyāḥ] do dharā* तदन्ते [tadante] que está dentro* 
5- Nesse (lótus) está a parte do quadrada do cakra (representa o elemento terra, pṛithvī), circundado por oito lanças cintilantes. É de cor amarela brilhante e bonita como um relâmpago, como também é o bija (la, लं) do dharā (elemento terra, pṛithvī) que está dentro.
6- चतुर्बाहु-भूषं गजेन्द्राधि-रूढं / तदङ्के नवीनार्क-तुल्यप्रकाशः
शिशुः सृष्ट्कारी लसद्वेद-बाहुः / मुखां-भोज-लक्ष्मिः-चतुर्-भागभेदः॥६॥
caturbāhu-bhūṣaṃ gajendrādhi-rūḍhaṃ / tadaṅke navīnārka-tulyaprakāśaḥ / śiśuḥ sṛṣṭkārī lasadveda-bāhuḥ
mukhāṃ-bhoja-lakṣmiḥ-catur-bhāgabhedaḥ // 6 //
चतुर्बाहु-भूषं [caturbāhu-bhūṣaṃ] ornado com quatro braços* गजेन्द्राधि-रूढं [gajendrādhi-rūḍhaṃ] e montado no rei dos elefantes* तदङ्के [tadaṅke] (carrega) no topo* शिशुः [śiśuḥ] o menino* सृष्ट्कारी [sṛṣṭkārī] criador* नवीनार्क-तुल्य-प्रकाशः [navīnārka-tulya-prakāśaḥ] resplandecente como o jovem sol* लसद्वेद-बाहुः [lasadveda-bāhuḥ] quatro braços brilhantes* मुखां-भोज-लक्ष्मिः-चतुर्-भागभेदः [mukhāṃ-bhoja-lakṣmiḥ-catur-bhāgabhedaḥ] e com a riqueza (pluralidade) de suas quatro faces*
6- Ornado com quatro braços e montado no rei dos elefantes, ele (bija) carrega no topo o menino criador, resplandecente como o jovem sol, que tem quatro braços brilhantes, e com a riqueza de suas quatro faces.
7- वसेदत्र देवी च डाकिन्यभिख्या / लसद्वेद बा-हूज्ज्वला रक्तनेत्रा ।
समानोदितानेक-सूर्य-प्रकाशा / प्रकाशं वहन्ती सदा शुद्धबुद्धेः ॥७॥
vasedatra devī ca ḍākinyabhikhyā / bāhūjjvalā raktanetrā | samānoditānekasūryaprakāśā / prakāśaṃ vahantī sadā śuddhabuddheḥ // 7 //
वसेदत्र [vasedatra] aqui mora* देवी [devī] devī, a deusa * डाकिन्यभिख्या [ḍākinyabhikhyā] de nome ḍākini* लसद्वेद-बाहूज्ज्वला-रक्त-नेत्रा [lasadveda-bāhūjjvalā-rakta-netrā] seus quatro braços brilham com beleza e seus olhos são vermelhos e cintilam* समानोदितानेक-सूर्य-प्रकाशा [samānoditāneka-sūrya-prakāśā] ela é resplandecente como a luminosidade de muitos sóis nascendo ao mesmo tempo* प्रकाशं-वहन्ती-सदा-शुद्ध-बुद्धेः [prakāśaṁ-vahantī-sadā-śuddha-buddheḥ] é portadora da revelação da inteligência eternamente pura*
7- Aqui mora a Deusa (devī) de nome Ḍākini; seus quatro braços brilham com beleza e seus olhos são vermelhos e cintilam. Ela é resplandecente como a luminosidade de muitos sóis nascendo ao mesmo tempo. É portadora da revelação da inteligência eternamente pura.
8- वज्राख्या विअक्त्रदेशे व्लसति सततं कर्णिकामध्यसंस्ठं / कोणं तत् त्रैपुराख्यं तडिदिव विलसत्कोमलं कामरूपम् । कन्दर्पो नाम वयुर् निवसति सततं तस्य मध्ये समन्तात् / जीवेशो बन्धुजीवप्रकरमभिहसन् कोटिसूर्यप्रकाशः ॥८॥
vajrākhyā viaktradeśe vlasati satataṃ karṇikā madhya saṃsṭhaṃ koṇaṃ tat traipurākhyaṃ taḍidiva vilasatkomalaṃ kāmarūpam | kandarpo nāma vayur nivasati satataṃ tasya madhye samantāt jīveśo bandhujīvaprakaramabhίhasan koṭisūryaprakāśaḥ // 8 //
वज्राख्या-विअक्त्रदेशे [vajrākhyā-viaktradeśe] perto da boca da nāḍī chamada vajra* व्लसति-सततं-कर्णिका-मध्य-संस्ठं [vlasati-satataṃ-karṇikā-madhya-saṃsṭhaṃ] e no pericarpo (do adhara lotus), brilha constantemente* तत् [tat] aquele* कोणं-त्रैपुराख्यं- [(tri)koṇaṃ-traipurākhyaṃ] triângulo conhecido como Traipura (Devi)* तडिदिव-विलसत्-कोमलं [taḍidiva-vilasat-komalaṃ] brilhante e suave semelhante a um raio que é* कामरूपम् [kāmarūpam] kāmarūpa (a manifestação do desejo)* निवसति [nivasati] encontra-se* सततं [satataṃ] sempre* समन्तात् [samantāt] em toda parte* वयुर् [vayur] o vāyu* नाम [nāma] chamado* कन्दर्पः [kandarpaḥ] kandarpa (kāmadeva)* बन्धु-जीव-प्रकरमभ्ί-हसन् [bandhu-jīva-prakaramabhί-hasan] que é de um vermelho mais profundo que a flor bandhujiva* तस्य [tasya] ele* जीवेशः [jīveśaḥ] é o Senhor dos Seres* प्रकाशः [prakāśaḥ] resplandescente* कोटिसूर्य [koṭisūrya] como dez milhões de sóis* 
8- Perto da boca da nāḍī chamada Vajra, e no pericarpo (do Adhara Lotus), brilha constantemente o triângulo lindamente luminoso e suave, semelhante a um raio que é kamarupa, conhecido como Traipura (Devi). Há sempre e em toda parte o vāyu chamado Kandarpa (kāmadeva), que é de um vermelho mais profundo que a flor bandhujiva, e é o Senhor dos Seres e resplandecente como dez milhões de sóis.
9- तन्मध्ये लिङ्गरूपी द्रुतकनककलाकोमलः पश्चिमास्यह् / ज्ञान ध्यानप्रकासः प्रथमकिसलयाकाररूपः स्वयम्भुः । विद्युपू्र्णेन्दुबिम्बप्रकरकरचयस्निग्धसंतानहासी / कासीवासी विलासी विलसति सरिदावर्तरूपप्रकारः ॥९॥
tanmadhye lingarūpī drutakanakakalākomalaḥ paścimāsyah / jñāna dhyānaprakāsaḥ prathamakisalayākārarūpaḥ svayaṃbhuḥ | vidyupūrṇendubimbaprakarakaracayasnigdhasaṃtānahāsī / kāsīvāsī vilāsī vilasati saridāvartarūpaprakāraḥ //9 //
तन्मध्ये [tanmadhye] dentro dele* स्वयम्भुः [svayaṃbhuḥ] está o svayaṃbhu* लिङ्गरूपी [liṅgarūpī] em forma de liṅga* द्रुत-कनक-कला-कोमलः [druta-kanaka-kalā-komalaḥ] bonito como ouro derretido* पश्चिमास्यह् [paścimāsyah] com sua cabeça voltada para baixo* ज्ञान-ध्यान-प्रकासः [jñāna-dhyāna-prakāsaḥ] é revelado pelo conhecimento e pela meditação* प्रथम-किसलया-कार-रूपः [prathama-kisalayā-kāra-rūpaḥ] e tem a forma de um rebento* विद्युत्-पूर्ण्ēण्दु- बिम्ब-प्रकरक-रचय-स्निग्धसंतानहासी [vidyut-pūrṇēṇdu-bimba-prakaraka-racaya-snigdhasaṁtānahāsī] é tão belo como os primeiros raios de luz e com o encanto da lua cheia* कासीवासी-विलासी [kāsīvāsī-vilāsī] ele vive aqui alegremente como em kāsī (vārāṇasī)* विलसति [vilasati] vibrando, reluzindo* सरिद्-आवर्त-रूप-प्रकारः [sarid-āvarta-rūpa-prakāraḥ] na forma de um redemoinho* 
9- Dentro dele (triângulo) está svayambhu em sua forma como liṅga, bonito como ouro líquido, e com a cabeça para baixo. É revelado pelo conhecimento (jñāna) e pela meditação (dhyāna), e tem a forma de um rebento. É tão belo como os primeiros raios de luz e com o encanto da lua cheia. Ele que reside feliz aqui como em Kasi (Varanasi) gira como um redemoinho.
10/11- तस्योर्ध्वे बिस-तन्तु-सोदरलसत्-सूक्ष्मा जगत्-मोहिनी ब्रह्म-द्वार-मुखं मुखेन मधुरं संछदयन्ति स्वयं| शकावर्त निभा नवीन-चपला-माला-विलासास्पदा सुप्ता-सर्पसमा श्वोपरि लसात् सार्धत्रिवृत्ताकृतिः ॥१०॥
कूजन्ती कुलकुण्दली च मधुरं मत्तलिमाला-स्फुटं / वाचां कोमल-काव्य-बन्द-रचना-भ्दातिभेद-क्रमैः / श्वासोच्छ्वास-विभञ्जनेन जगतां जीवः यया धार्यते / साः मूलाम्बुज गह्वरे विलसति प्रोद्दाम-दीप्तावलिः ||११||
tasyordhve bisa-tantu-sodaralasat-sūkṣmā jagat-mohinī brahma-dvāra-mukhaṃ mukhena madhuraṃ saṃchadayanti svayaṃ| śakāvarta nibhā navīna-capalā-mālā-vilāsāspadā suptā-sarpasamā śvopari lasāt sārdhatrivṛttākṛtiḥ // 10 //
kūjantī kulakuṇdalī ca madhuraṃ mattalimālā-sphuṭaṃ vācāṃ komala-kāvya-banda-racanā-bhdātibheda-kramaiḥ śvāsocchvāsa-vibhañjanena jagatāṃ jīvaḥ yayā dhāryate sāḥ mūlāmbuja gahvare vilasati proddāma-dīptāvaliḥ // 11 //
सुप्ता-सर्पसमा [suptā-sarpasamā] a kuṇḍalinī adormecida* बिस-तन्तु-सोदरलसत्-सूक्ष्मा [bisa-tantu-sodaralasat-sūkṣmā] brilha como a fina fibra do caule de lótus* तस्योर्ध्वे [tasyordhve] sobre ele (svayambhu-linga)* स्वयं [svayaṃ] em sua forma* जगत्-मोहिनी [jagat-mohinī] ela encanta (ilude) o mundo* संछदयन्ति [saṃchadayanti] cobrindo* मुखेन [mukhena] com sua face* मधुरं [madhuraṃ] gentilmente* ब्रह्म-द्वार-मुखं [brahma-dvāra-mukhaṃ] a boca da porta de Brahma (a abertura na cabeça do śivaliṅga)* शकावर्त-निभा-सार्धत्रिवृत्ताकृतिः [śakāvarta-nibhā-sārdhatrivṛttākṛtiḥ] como espiral de uma concha dá três voltas e meia em torno* श्वोपरि [śivopari] do śiva liṅga* लसात् [lasāt] seu brilho* नवीन-चपला-माला-विलासास्पदा [navīna-capalā-mālā-vilāsāspadā] se parece com um forte relâmpago* मधुरं [madhuraṃ] o suave* कूजन्ती [kūjantī] murmúrio* कुलकुण्दली [kulakuṇdalī] da śakti kuṇdalinī* मत्तलिमाला-स्फुटं [mattalimālā-sphuṭaṃ] é como o zumbido de um enxame de abelhas* कोमल-काव्य-बन्द-रचना-भ्दातिभेद-क्रमैः [komala-kāvya-banda-racanā-bhdātibheda-kramaiḥ] ela produz poesia melodiosa e outras composições em prosa ou verso em sequência ou de outra forma em sanskrito, e outras línguas* यया-धार्यते-जीवः-जगतां [yayā-dhāryate-jīvaḥ-jagatāṃ] é ela que mantém os seres do mundo* श्वासोच्छ्वास-विभञ्जनेन [śvāsocchvāsa-vibhañjanena] por meio da inspiração e da exalação* विलसति [vilasati] e brilha* गह्वरे-मूलाम्बुज [gahvare-mūlāmbuja] na cavidade da raiz do lótus* प्रोद्दाम-दीप्तावलिः [proddāma-dīptāvaliḥ] como uma corrente de luzes brilhantes*
10/11 - A Kundalini adormecida brilha como a fina fibra do caule de lótus sobre ele (svayambhu-liṅga). Ela é maya (ilusão), cobrindo gentilmente a boca de Brahma-dvara. Como a espiral de uma concha, Sua forma brilhante de serpente gira três vezes e meia em volta do śivaliṅga, e seu brilho é como o de um forte relâmpago de raios fortes. Seu suave murmúrio é como o zumbido de um enxame de abelhas. Ela produz poesia melodiosa e outras composições em prosa ou verso em sequência ou de outra forma em sânscrito, e outras línguas. É Ela quem mantém todos os seres do mundo por meio de inspiração e expiração, e brilha na cavidade da raiz do lótus, como uma corrente de luzes brilhantes.
12- तन्मध्ये परमा कलातिकुशला सूक्ष्मातिसूक्ष्मा परा / नित्यानद परंपरातिविगलत् पीयूषधाराधरा । ब्रह्माण्डादीकताहमेव सकलं यद्भासया भासते / सेयं श्री परमेश्वरी विजयते नित्यप्रभोधोदया ॥१२॥
tanmadhye paramā kalātikuśalā sūkṣmātisūkṣmā parā / nityānada paraṃparātivigalat pīyūṣadhārādharā | brahmāṇḍādīkatāhameva sakalaṃ yadbhāsayā bhāsate / seyaṃ śrī parameśvarī vijayate nityaprabhodhodayā // 12 //
तन्मध्ये [tanmadhye] no interior do śivaliṅga, em torno do qual a kuṇḍalinī é enrolada* परा [parā] reina a Parā* श्री-परमेश्वरी [śrī-parameśvarī] a Śrī-Parameśvarī* नित्यप्रभोधोदया [nitya-prabhodhodayā] o despertar do conhecimento eterno* कला [kalā] ela é a kalā (uma forma de nāda śakti)* परमा [paramā] onipotente* तिकुशला [ati-kuśalā] que é maravilhosamente hábil em criar* सूक्ष्मातिसूक्ष्मा [sūkṣmātisūkṣmā] e é mais sutil que o ser mais sutil* नित्यानद-परंपरातिविगलत्-पीयूषधाराधरा [nityānada-paraṃparātivigalat-pīyūṣa-dhārā-dharā] Ela é o receptáculo daquele fluxo contínuo de néctar que flui da felicidade eterna (Brahman)* भासते [bhāsate] esplendor* सकलं [sakalaṃ] todo* ब्रह्माण्डादीकताहमेव [brahmāṇḍā-dīkata-aham-eva] esse universo e esse caldeirão* विजयते [vijayate] tornam-se* यद्भासया [yat-bhāsayā] iluminados* 
12 - Dentro dele (svayṃbhuḥ-liṅga, em torno da qual a kundalini está enrolada) reina a Parā, a Śrī-Parameśvarī, o despertar do conhecimento eterno. Ela é a Kalā (uma forma de nāda śakti) onipotente que é maravilhosamente hábil em criar e é mais sutil que o ser mais sutil. Ela é o receptáculo daquele fluxo contínuo de néctar que flui da felicidade eterna (Brahman). Por seu esplendor, é que todo esse universo é iluminado.
13- ध्यात्वैतन्मूलचक्रान्तरविवरलसत्कोटिसूर्यप्रकाशां / वाचामीशो नरेन्द्रह् स भवति सहसा सर्वविद्याविनोदी । आरोग्यं तस्य नित्यं निरवधि च महा-नन्दैत्तान्तरात्मा / वाक्यैः काव्यप्रबन्धैः सकलसुरगुरून् सेवते शुद्धशिलः॥१३॥
dhyātvaitanmūlacakrāntaravivaralasatkoṭisūryaprakāśāṃ / vācāmīśo narendrah sa bhavati sahasā sarvavidyāvinodī /ārogyaṃ tasya nityaṃ niravadhi ca mahānandaittāntarātmā / vākyaiḥ kāvyaprabandhaiḥ sakalasuragurūn sevate śuddhaśilaḥ //13//
ध्यात्वैतन् [dhyātvaitan] meditando (na Parā)* मूल-चक्रान्तर-विवर-लसत्-कोटि-सूर्य-प्रकाशां [mūla-cakrāntara-vivara-lasat-koṭi-sūrya-prakāśāṃ] que brilha dentro da mūla-cakra, com o brilho de dez milhões de sóis* सः [saḥ] aquele* भवति [bhavati] torna-se* सहसा [sahasā] imediatamente* वाचामीशो-नरेन्द्रः [vācāmīśaḥ-narendraḥ] senhor da fala e rei (entre os homens)* च [ca] e* सर्व-विद्या [sarva-vidyā-vinodī] versado em todos os tipos de ciência* नित्यं [nityaṃ] (ele fica) definitivamente* आरोग्यं [ārogyaṃ] livre de doenças* महा-तान्तरात्मा [mahā-nandait-tāntarātmā] e seu espírito íntimo fica cheio de grande alegria* तस्य [tasya] assim* शुद्धशिलः [śuddhaśilaḥ] puro de disposição* वाक्यैः-काव्य-प्रबन्धैः [vākyaiḥ-kāvya-prabandhaiḥ] por suas palavras equilibradas e profundas* सेवते [sevate] ele serve* निरवधि [niravadhi] plenamente* सकल-सुर-गुरून् [sakala-sura-gurūn] ao principal dos devas* 
13- Meditando na (Śrī-Parameśvarī) que brilha dentro da mūla-cakra, com o brilho de dez milhões de sóis, o homem torna-se senhor da fala e rei entre os homens, e versado em todos os tipos de ciência. Ele fica, definitivamente, livre de todas as doenças, e seu espírito íntimo fica cheio de grande alegria. Assim, puro de disposição por suas palavras equilibradas e profundas, ele serve, plenamente, ao principal dos devas.
Resumo da primeira parte
        O mūlādhāra é um lótus de quatro pétalas. As pétalas são vermelhas e têm as letras व (va), श (śa) ष (ṣa) e स (sa) em cores douradas. No pericarpo está o quadrado dharā-maṇḍala cercado por oito lanças, e dentro dele, na parte inferior está o dharā-bīja (lam, लं) que tem quatro braços e está sentado no elefante airavata. Ele é de cor amarela e segura o raio nas mãos. Dentro do bindu do dharā-bīja está a criança Brahmā, de cor vermelha, e tem quatro mãos com as quais segura o cajado, a cabaça, o rosário (rudrākṣa) e faz o gesto do destemor (abhayamudrā). Ele tem quatro faces. No pericarpo, há um lótus vermelho no qual está a divindade que preside o cakra (cakrādhisthātrī), a śakti ḍākini. Ela é vermelha e tem quatro braços, e nas mãos estão śūlā (lança), khaṭvāṅga (cajado montado no crânio), Khaḍga (espada) e caṣaka (copo de bebida). No pericarpo, há também o triângulo semelhante ao relâmpago, dentro do qual são kāma-vāyu e kāma-bīja, ambos vermelhos. Acima disso, está o svayṃbhu liṅga, que é shyāma-varna (cor preta), e acima e ao redor desse liṅga está a kuṇḍalinī enrolada três vezes e meia, e acima dessa última parte superior, no topo do liṅga, cit-kalā.
14- सिन्दूरपूररुचिरारुणपद्ममन्यत् / सौषुम्णमध्यघटितं ध्वजमूलदेशे। 
अङ्गच्छदैः परिवृतं तडिदाभवर्णैर्बाद्यैः / सबिन्दुलसितैश्च पुरंदरान्तैः ॥१४॥
sindūrapūrarucirāruṇapadmamanyat / sauṣuṃṇamadhyaghaṭitaṃ dhvajamūladeśe | aṅgacchadaiḥ parivṛtaṃ / aḍidābhavarṇair bādyaiḥ sabindulasitaiśca puraṃdarāntaiḥ //14//
पद्ममन्यत् [padmamanyat] há outro lótus (svādhiṣṭhāna)
* सौषुंण-मध्य-घटितं [sauṣuṃṇa-madhya-ghaṭitaṃ] colocado dentro da suṣumṇā* ध्वज-मूलदेशे [dhvaja-mūladeśe] na raiz do órgão genital* सिन्दूर-पूर-रुचिरा-रुण [sindūra-pūra-rucirā-ruṇa] de uma linda cor vermelhão* अङ्ग-च्छदैः[aṅga-cchadaiḥ] em suas seis pétalas* परिवृतं [parivṛtaṃ] estão* बाद्यैः-सबिन्दु-लसितैश्च-पुरंदरान्तैः [bādyaiḥ-sabindu-lasitaiśca-puraṃdarāntaiḥ] as sílabas de ba ao bija de Purandara (la) com o bindu (ponto) sobreposto* तडिदाभवर्णैर् [taḍidābhavarṇair] da cor brilhante de um raio* 
14- Há outro Lotus (svādhiṣṭhāna) colocado dentro da suṣumṇā na raiz dos órgãos genitais, de uma linda cor vermelhão. Em suas seis pétalas estão as letras, ब (ba), भ (bha), म (ma), य (ya), र (ra), ल (la), com o bindu sobreposto, da cor brilhante de um raio.

15- तस्यान्त्रे प्रविलसद्विशदप्रकाश / मम्भोजमņदलमथो वरुņअस्य तस्य
अर्धेन्दुरूपलसितं सरदिन्दुशुभ्रं / वंकारबिजममलं मकराधिरूढं. ॥१५॥
tasyāntre pravilasadviśadaprakāśa / mambhojamaṇdalamatho varuṇasya tasya / ardhendurūpalasitaṃ saradinduśubhraṃ vaṃkārabijamamalaṃ makarādhirūḍha //15//
तस्यान्त्रे [tasyāntre] dentro dele* अम्भोजमण्दलम् [ambhojamaṇdalam] está a região líquida* प्रविलसद् [pravilasad] brilhante* विशदप्रकाश [viśadaprakāśa] de luminosidade branca* वरुणस्य [varuṇasya] de varuṇa* अर्धेन्दु-रूप-लसितं [ardhendu-rūpa-lasitaṃ] em forma de meia-lua* तस्य [tasya] nela* धिरूढ [dhirūḍha] sentado* मकरा [makarā] em um makarā* वंकार-बिजममलं [vaṃkāra-bijamamalaṃ] está o bīja vam* सरद्-इन्दु-शुभ्रं [sarad-indu-śubhraṃ] imaculado e branco como a lua de outono*
15- Dentro dele (svādhiṣṭhāna) está a região branca, brilhante e líquida de Varuṇa, em forma de meia-lua, e nela, sentado em um makara, está o bīja va (वं ), imaculado e branco como a lua de outono.
16- तस्यान्कदेशकलितो हरिरेव पायात् / नीलप्राकसरुचिरश्रियादधानः
पीताम्बरः प्रथमयौवनगर्वधारी / श्रीवत्सकौस्तुभधरो धृतवेदबाहुः ॥१६॥
tasyānkadeśakalito harireva pāyāt / nīlaprākasa ruciraśriyādadhānaḥ / pītāmbaraḥ prathamayauvanagarvadhārī
śrīvatsa-kaustubha-dharo dhṛtavedabāhuḥ //16//
तस्य [tasya] que ele* हरिःएव [hariḥeva] hari* अन्क-देश-कलितः [anka-deśa-kalitaḥ] que está dentro dele (bindu do bīja vam)* प्रथम-यौवनगर्वधारी [prathama-yauvanagarvadhārī] tem orgulho da juventude* नील-प्राकस-रुचिर-श्रियम् [nīla-prākasa-rucira-śriyam] cujo corpo é de um azul luminoso lindo de se ver* पीताम्बरः [pītāmbaraḥ] que está vestido com roupas amarelas* धृतवेदबाहुः [dhṛtavedabāhuḥ] tem quatro braços* श्री-वत्स-कौस्तुभ-धरः [śrī-vatsa-kaustubha-dharaḥ] e veste o śrī-vatsa (marca no peito de viṣṇu, onde reside sua consorte lakṣmī) e o kaustubha (grande joia que simboliza a pura consciência brilhando)* पायात् [pāyāt] nos proteja*
16 - Que Hari (Vishnu), que está dentro dele (bindu do bīja vam) na altivez de sua juventude, cujo corpo é de um azul luminoso lindo de se ver, que está vestido com roupas amarelas, de quatro braços e veste o śrī-vatsa (marca no peito de Viṣṇu, onde reside sua consorte Lakṣmī) e o kaustubha (grande joia que simboliza a pura consciência brilhando), nos proteja!
17- अत्रैव भाति सततं खलु राकिणी सा / नील-आंबुजोदर्सहोदरकान्तिशोभा |
नानायुधोद्यतकरैर्लसित-आङ्ग-लक्ष्मीः / दिव्यांबराभरणभूषितमत्त-चित्ता
atraiva bhāti satataṃ khalu rākiṇī sā / nīlāṃbujodarsahodarakāntiśobhā | nānāyudhodyatakarairlasita-āṅga-lakṣmīḥ / divyāṃbarābharaṇabhūṣitamatta-cittā //17//
अत्रैव [atraiva] é aqui (no svādhiṣṭhāna)* राकिणी [rākiṇī] que rākiṇī* सततं [satataṃ] sempre* भाति [bhāti] brilha* आंबुजोदर्सहोदरकान्तिशोभा [nīla-aṃbujodarsahodarakāntiśobhā] sua beleza radiante é igual ao interior de um lótus azul* अङ्ग-लक्ष्मीः[aṅga-lakṣmīḥ] a beleza de seu corpo* नील-नानायुधोद्यतकरैर्लसित [nānāyudhodyata-lasita] é realçada por Seus braços erguidos, segurando várias armas* दिव्यांबराभरणभूषितमत्तचित्ता divyāṃbarbharaṇa-bhūṣitamatta-cittā] ela está vestida com roupas e ornamentos celestes, e sua mente é exaltada com o consumo do néctar.* 
17- É aqui (no Svadhisthana) que Rākiṇī sempre mora. Ela é da cor de um lótus azul. A beleza de Seu corpo é manifestada por Seus braços erguidos, segurando várias armas. Ela está vestida com roupas e ornamentos celestes, e sua mente é exaltada com o consumo do néctar.
18- स्वाधिष्ठानाख्यमेतत् सरसिजममलं चिन्तयेद्यो मनुस्य / स्तस्याहंकारदोषादिक्सकलरेपुः क्षीयते तत्क्षणेन । योगीशःसोऽपिंओहाद्भुततिमिरचये भानुतुल्यप्रकाशो / गद्यैह् पद्यैः परभन्धैर्विरचयति सुधावाक्यसन्दोह लक्ष्मिः ॥१८॥
svādhiṣṭhānākhyametat sarasijamamalaṃ cintayedyomanusya-stasyāhaṃkāradoṣādiksakalarepuḥ kṣīyate tatkṣaṇena |yogīśaḥso'piṃ ohādbhutatimiracayebhānutulya prakāśaḥ gadyaih padyaiḥ parabhandhairviracayati sudhāvākyasandoha lakṣmiḥ //18//
चिन्तयेद्योमनुस्य [cintayedyomanusya] aquele que medita* एतत् [etat] sobre este* सरसिजममलं [sarasijamamalaṃ] lótus imaculado* स्वाधिष्ठानाख्यम [svādhiṣṭhānākhyam] denominado svādhiṣṭhāna* क्षीयते [kṣīyate] torna-se livre* तत्-क्षणेन [tat-kṣaṇena] imediatamente* हंकारदोषादिक्सकलरेपुः [stasya-ahaṃkāra-doṣādi-ksakalarepuḥ] dos males como a culpa de Ahamkara e assim por diante* योगीशःसोऽपिंओहाद्भुततिमिरचये [yogīśaḥso'piṃohādbhutatimiracaye] ele se torna um senhor entre os yogins* भानुतुल्य [bhānutulya] e é como o sol* [prakāśaḥ] iluminando* परभन्धैर्विरचयति [parabhandhairviracayati] a escuridão da ignorância* लक्ष्मिः [lakṣmiḥ] a riqueza* सुधावाक्यसन्दोह [sudhāvākyasandoha] de suas palavras flui como néctar* गद्यैह् [gadyaih] em prosa* पद्यैः [padyaiḥ] e verso* 
18- Aquele que medita sobre esse Lotus imaculado, chamado Svadhisthana, é imediatamente libertado de todos os males, que surgem do ahamkara (ego) e assim por diante. Ele se torna um Senhor entre os yogins e é como o sol iluminando a densa escuridão da ignorância. A riqueza de suas palavras flui como néctar em prosa e verso.
Resumo dos versos de 14 a 18:
        O cakra svādhiṣṭhāna de cor vermelhão tem seis pétalas. Em suas seis pétalas estão as seis sílabas: ब (ba), भ (bha), म (ma), य (ya), र (ra), ल (la) com o bindu colocado sobre elas. Eles são da cor do raio. No pericarpo deste lótus está a região da água na forma de um lótus de 8 pétalas com meia-lua no centro. Esta região é branca. Dentro desta região está o bīja de varuṇa, vam (वं) sentado no makara com um laço na mão. No topo da letra (ie. no interior do bindu está Viṣṇu sentado sobre Garuda, segurando nas quatro mãos a concha (śaṅkha), o disco (cakra), a maça (gadā) e o lótus (padma). Viṣṇu está vestido com roupas amarelas, veste uma longa guirlanda (vanamālā) no pescoço, com a marca do śrīvatsa no peito e uma gema de kaustubha no peito, com aparência jovem. No lótus vermelho no pericarpo está a Śakti Rākiṇī. Ela é uma Śyāma-varṇā, e em suas quatro mãos ela segura a śūlā (lança ou tridente), abja (lótus), ḍamaru (tambor) e ṭaṅka (machado de guerra). Ela tem três olhos e tem presas ferozes e é terrível de se ver. Ela gosta de arroz branco, e uma corrente de sangue escorre das suas narinas.

19- तस्योर्ध्वे नाभिमूले दशदललसिते पूर्णमेघप्रकाशे / नीलाम्भोजप्रकाशैर्रुपहितजठरे दादिपान्तैः सचन्द्रैः / धायेद्वैस्वानरौणमिहिरसमं मण्डलम् तत् त्रिकोणं / तद्बाह्ये स्वस्तिकाव्यैस्त्रिभिरभिलसितं तत्र वह्नेः स्वबीजम्. ॥१९॥
tasyordhve nābhimūle daśadalalasite pūrṇameghaprakāśe / nīlāmbhojaprakāśairrupahitajaṭhare dādipāntaiḥ sacandraiḥ / dhāyedvaisvānarauṇamihirasamaṃ maṇḍalam tat trikoṇaṃ / tadbāhye svastikāvyaistribhirabhilasitaṃ tatra vahneḥ svabījam. //19//
तस्योर्ध्वे [tasyordhve] acima dele* नाभिमूले [nābhimūle] e na raiz do umbigo* दशदल-लसिते [daśadala-lasite] há um lótus brilhante de dez pétalas* पूर्णमेघ-प्रकाशे [pūrṇamegha-prakāśe] da cor de nuvens carregadas de chuva* नीलाम्भोज-प्रकाशैः-रुपहितजठरे-दादि-पान्तैः-सचन्द्रैः [nīlāmbhoja-prakāśaiḥ-rupahitajaṭhare-dādi-pāntaiḥ-sacandraiḥ] dentro dele estão as sílabas: ड(da) ढ(dha) ण(ṇa) त(ta) थ(tha) द(da) ध(dha) न(na) प(pa) फ(pha), da cor do lótus azul com o nāda e o bindu acima deles* धायेद्वैस्वान् [dhāyedvaisvān] medite na região do fogo* त्रिकोणं-मण्डलम् [trikoṇaṃ-maṇḍalam] de forma triangular* अरौण-मिहिर-समं [arauṇa-mihira-samaṃ] como o sol nascente* तद्बाह्ये [tadbāhye] do lado de fora* व्यैस्त्रिभिरभिलसितं [vyaistribhirabhilasitaṃ] existem três marcas* स्वस्तिका [svastikā] do svastikā* तत्र [tatra] e dentro* स्वबीजम् [svabījam] o próprio bīja* वह्नेः [vahneḥ] do vahni, ié. bīja do fogo, रं (raṃ)* 
19- Acima dele (svādhiṣṭhāna), e na raiz do umbigo, está o brilhante lótus de dez pétalas (maṇipūra cakra), da cor de nuvens de chuvas pesadas. Dentro dele, estão as sílabas: ड (da), ढ (dha), ण (ṇa), त (ta), थ (tha), द (da), ध (dha), न (na), प (pa), फ (pha), da cor do lótus azul com o nāda e o bindu acima deles. Medite ali na região do fogo, de forma triangular e brilhante como o sol nascente. Do lado de fora, existem três marcas do svastika e, dentro, o próprio bīja do vahni, ié. bīja do fogo (रं - raṃ).
20- द्यायेन्मेषाधिरूढं नवतपननिभं वेदबाहूज्वलाङ्गं / तत्क्रोडे रुद्रमूर्त्तिर्निवसति सततं शुद्धसिन्दूररागः । भस्मालिप्ताङ्गभूषाभरणसितवपुर्बद्धरूपी त्रिनेत्रो
लोकानामिष्टदाताभयलसितकरः सृष्टिसंहारकरी ॥२०॥
dyāyenmeṣādhirūḍhaṃ navatapananibhaṃ vedabāhūjvalāṅgaṃ / tatkroḍe rudramūrttirnivasati satataṃ śuddhasindūrarāgaḥ / bhasmāliptāṅgabhūṣābharaṇasitavapurbaddharūpī trinetro / lokānāmiṣṭadātābhayalasitakaraḥ sṛṣṭisaṃhārakarī //20//
द्यायेन्मेषाधिरूढं [dyāyenmeṣādhirūḍhaṃ] medite sobre aquele que está sentado num carneiro* वेदबाहूज्वलाङ्गं-नवतपननिभं [vedabāhūjvalāṅgaṃ-navatapananibhaṃ] com quatro braços, radiante como o sol nascente* रुद्रमूर्त्तिर्निवसतिसततं [rudramūrtirnivasatisatataṃ] no seu topo habita eternamente Rudra* शुद्धसिन्दूररागः [śuddhasindūrarāgaḥ] de cor vermelhão puro* भस्मालिप्ताङ्गभूषाभरणसितवपुर्बद्धरूपी [bhasmāliptāṅgabhūṣābharaṇasitavapurbaddharūpī] ele (Rudra) é branco com as cinzas que o cobrem, ancião venerável* त्रिनेत्रो [trinetro] e com três olhos* लोकानामिष्टदाताभयलसितकरः [lokānāmiṣṭadātābhayalasitakaraḥ] suas mãos são colocadas na atitude de conceder benefícios e de dissipar o medo* सृष्टिसंहारकरी [sṛṣṭisaṃhārakarī] ele é o destruidor da criação.* 
20- Medite sobre aquele que está sentado num carneiro, com quatro braços, radiante como o sol nascente. No seu topo habita eternamente Rudra, que é de cor vermelhão puro. Ele (Rudra) é branco com as cinzas que o cobrem; de aspecto de venerável ancião com três olhos, Suas mãos são colocadas na atitude de conceder benefícios e de dissipar o medo. Ele é o destruidor da criação.
21- अत्रास्ते लाकिनी सा सकलशुभकरी वेदबाहूज्ज्वलाङ्गी / श्यामा पीताम्बराद्यैर्विविधविरचनालङ्कृत मत्तचित्ता । ध्यात्वैतन्नाभिपद्मं परभवति नितरां संहृतौ पालने वा / वाणी तस्याननाब्जे निवसति सततं ज्ञानसंदोहलक्ष्मिः॥२१॥
atrāste lākinī sā sakalaśubhakarī vedabāhūjjvalāṅgī / śyāmā pītāmbarādyairvividhaviracanālaṅkṛta mattacittā / dhyāt vaitannābhipadmaṃ parabhavati nitarāṃ saṃhṛtau pālane vā vāṇī tasyānanābje nivasati satataṃ jñānasandohalakṣmiḥ //21//
लाकिनी [lākinī] Lākinī* अत्र-आस्ते [atra-āste] habita aqui* सकल-शुभकर [sakala-śubhakara] a benfeitora de todos* सा [sā] ela* वेद-बाहूज्ज्वलाङ्गी [veda-bāhūjjvalāṅgī] tem quatro braços e um corpo que brilha* श्यामा [śyāmā] sua pele é de um azul profundo* पीत-आम्बराद्यैर् [pīta-ambarādyair] e sua vestimenta é amarela* विविध-विरचना-लङ्कृत [vividha-viracanā-laṅkṛta] adornada com vários ornamentos* मत्त-चित्ता [matta-cittā] e com a mente exaltada pelas gotas de néctar* ध्यात्-वैतत्-नाभि-पद्मं [dhyāt-vaitat-nābhi-padmaṃ] meditando sobre este lótus do umbigo* परभवति-पालनेवासंहृतौ [parabhavati-pālanevāsaṃhṛtau] o poder de preservar ou destruir o universo (é adquirido)* वाणी [vāṇī] (sarasvatī)* ज्ञान-सन्दोह-लक्ष्मिः [jñāna-sandoha-lakṣmiḥ] com toda riqueza do conhecimento* निवसति [nivasati] reside* सततं [satataṃ] eternamente (nesse lótus)* 
21- Lākinī reside aqui, a benfeitora de todos. Ela tem quatro braços, de corpo radiante, com pele de cor azul profundo, vestida com roupas amarelas e com vários ornamentos é exaltada (pelas gotas de néctar). Meditando sobre este lótus do umbigo, o poder de destruir e criar o mundo (é adquirido). Vani (Sarasvatī), com toda a riqueza do conhecimento, mora eternamente nesse lótus com seu símbolo (representado pelo bija raṃ - रं ).
Resumo dos Versos de 19 a 21.
        O nābhipadma (maṇipūra cakra) é a cor de nuvem de chuva e possui dez pétalas; em cada uma de suas pétalas estão cada uma das dez sílabas: ड (da), ढ (dha), ण (ṇa) , त (ta), थ (tha), द (da), ध (dha), न ( na), प (pa), फ (pha) e de cor azul brilhante, com o bindu acima de cada um deles. No pericarpo desse lótus está a região vermelha do fogo, de forma triangular, e do lado de fora, em seus três lados, três sinais do svastikā. Dentro do triângulo está o bīja do fogo - ram. Ele (bīja do fogo) é vermelho e está sentado em um carneiro, tem quatro braços e segura nas mãos o vajra (raio) e a arma śakti (espada), e faz sinais de vara e abhaya. No topo do Vahni-bīja está Rudra, de cor vermelha, sentado em um touro, parecendo ser branco devido às cinzas untadas em seu corpo. Ele tem a aparência de um venerável ancião. No lótus vermelho do pericarpo desse cakra está a Śakti Lākinī. Ela é azul, de quatro braços, três faces e três olhos em cada face, segura as armas vajra (raio) e śakti (espada) com duas mãos e faz os mudrās de abhaya e vara com as outras duas mãos. Ela tem dentes ferozes e gosta de comer arroz e dhal (lentilha), cozidos e misturados com carne e sangue.
Aqui termina a terceira seção.
22- तस्योर्ध्वे हृदि पङ्कजं सुललितं बन्धूककन्त्युज्ज्वलं / काद्यैर्द्वादशवर्णकैरुपहितं सिन्दूररागन्वितैः । नांनाणाहतसम्ज्ञकं सुरतरुं वाच्छातिरिक्तप्रदं / वायोर्मण्दलमत्र धूमसदृशं षत्कोणशोभान्वितं ॥२२॥
tasyordhve hṛdi paṅkajaṃ sulalitaṃ bandhūkakantyujjvalaṃ / kādyairdvādaśavarṇakairupahitaṃ sindūrarāganvitaiḥ / nāṃnāṇāhatasamjñakaṃ surataruṃ vācchātiriktapradaṃ / vāyormaṇdalamatra dhūmasadṛśaṃ ṣatkoṇaśobhānvitaṃ //22//
तस्योर्ध्वे [tasyordhve] acima dele (maṇipūra cakra)* हृदि [hṛdi] no coração* सुललितं [sulalitaṃ] está o encantador* पङ्कजं [paṅkajaṃ] lótus* कन्त्युज्ज्वलं [kantyujjvalaṃ] da cor (carmesim) brilhante* बन्धूक [bandhūka] da flor bandhūka* काद्यैर्द्वादशवर्णकैरुपहितं [kādyair-dvādaśavarṇakairupahitaṃ] com as doze sílabas começando com ka* सिन्दूर-[sindūra-rāganvitaiḥ] coloridas de vermelhão (em suas pétalas)* नांना-णाहत [nāṃna-aṇāhata-samjñakaṃ] é conhecida pelo nome de Aṇāhata* सुरतरुं [surataruṃ] e é como a árvore celeste dos desejos* वाच्छातिरिक्तप्रदं [vācchātiriktapradaṃ] que dá mais do que sempre se pede* वायोः-मण्दल-मत्र [vāyoḥ-maṇdala-matra] é aqui a região do vāyu* षत्कोणशोभान्वितं [ṣatkoṇaśobhānvitaṃ] bonita e com seis cantos* धूमसदृशं [dhūmasadṛśaṃ] semelhante à fumaça*
22- Acima dele, no coração, está o encantador Lótus (Aṇāhata) de cor brilhante (carmesim) da flor bandhūka, com as doze sílabas: क (ka), ख (kha), ग (ga), घ (gha), ङ (ṅa), च (ca), छ (cha), ज( ja), झ (jha), ञ (ña), ट (ta), ठ (tha), da cor do vermelhão (colocadas em suas pétalas). É conhecido pelo nome Aṇāhata e é como a árvore dos desejos celestes, que concede ainda mais do que se pede. A região do Vāyu, bonita e com seis cantos é semelhante à fumaça.
23- तन्मध्ये पवनाक्षरं च मधुरं धूमावलीधूसरं / ध्ययेत्पाणिचतुष्तयेन लसितं कृष्नाधिरूढं परं । तन्मध्ये करुणानिद्नममलं हंसाभमिशभिधं / पाणिभ्यामभयं वरं च विदधल्लोकत्रयाणामपि ॥२३॥
tanmadhye pavanākṣaraṃ ca madhuraṃ dhūmāvalīdhūsaraṃ / dhyayetpāṇicatuṣtayena lasitaṃ kṛṣnādhirūḍhaṃ paraṃ | tanmadhye karuṇānidnamamalaṃ haṃsābhamiśabhidhaṃ / pāṇibhyāmabhayaṃ varaṃ ca vidadhallokatrayāṇāmapi //22//
तन्मध्ये [tanmadhye] dentro dele* ध्ययेत्पाणि-चतुष्तयेन [dhyayetpāṇicatuṣtayena] medite naquele que tem quatro braços* कृष्न-अधिरूढं [kṛṣna-adhirūḍhaṃ] montado em um antílope preto* मधुरं [madhuraṃ] o doce* पवनाक्षरं [pavanākṣaraṃ] bīja yaṃ (यं)* धूमावली-धूसरं [dhūmāvalī-dhūsaraṃ] cinza como uma nuvem de fumaça* तन्मध्ये [tanmadhye] e, dentro de* करुणा-निद्नममलं [karuṇā-nidnamamalaṃ] (medite) sobre a morada da misericórdia* परं [paraṃ] O senhor imaculado* लसितं [lasitaṃ] que brilha* हंसाभमिशभिधं [haṃsābhamiśabhidhaṃ] como o sol* च [ca] e* पाणिभ्यामभयं [pāṇibhyāmabhayaṃ] cujas duas mãos fazem os gestos que concedem * वरं [varaṃ] dádivas* च [ca] e* विदधल्लोकत्रयाणामपि [vidadhallokatrayāṇāmapi] dissipam os temores dos três mundos*
23- Medite no doce bīja yaṃ cinzento como uma nuvem de fumaça, que tem quatro braços, e montado em um antílope preto. E dentro dele também (medite) sobre a morada da misericórdia, o Senhor imaculado que brilha como o Sol, e cujas duas mãos fazem os gestos que concedem benefícios e dissipam os temores dos três mundos.
24- अत्रास्ते खलु काकिनी नवतडित्पीता त्रिणेत्रा शुभा / सर्वालंकरणान्विता हीतकरि संयग्ज्नानां मुदा । हस्तैः पाशकपालशोभनवरान् संबिभ्रति चाभ्यं / मत्ता पूर्णसुधारसार्द्रहृदया कङ्कालमालाधरा ॥२४॥
atrāste khalu kākinī navataḍitpītā triṇetrā śubhā / sarvālaṃkaraṇānvitā hītakari saṃyagjnānāṃ mudā / hastaiḥ pāśakapālaśobhanavarān saṃbibhrati cābhyaṃ mattā / pūrṇasudhārasārdrahṛdayā kaṅkālamālādharā //24//
अत्र-आस्ते [atra-āste] habita aqui* खलु [khalu] de fato* काकिनी [kākinī] kākinī* नव-तडित्-पीता [nava-taḍit-pītā] de cor é amarela como os primeiros relâmpagos* मत्ता [mattā] alegre* शुभा [śubhā] e auspiciosa* त्रिणेत्रा [triṇetrā] com três olhos* हीतकरि [hītakari] benfeitora de todos* सर्वालंकरणान्विता [sarvālaṃkaraṇānvitā] ela usa todos tipos de ornamentos* हस्तैः [hastaiḥ] em suas mãos* पाशकपालशोभनवरान् [pāśakapālaśobhanavarān] carrega o laço e o crânio* पूर्ण-सुधा-रसार्द्र-हृदया-मुदा [pūrṇa-sudhā-rasārdra-hṛdayā-mudā] seu coração se enternece com as gotas de néctar* 
24- Aqui reside Kakini, de cor é amarela como os primeiros relâmpagos, alegre e auspiciosa; com três olhos, é benfeitora de todos. Ela usa todos os tipos de ornamentos e, nas quatro mãos, carrega o laço e o crânio (e faz o sinal da bênção e o sinal que dissipa o medo). Seu coração se enternece com as gotas de néctar.
25- एतन्नीरजकर्णिकान्तरलसच्छक्तिस्त्रिकोणाभिध / विद्युत्कोतिसमानकोमलवपुः सास्ते तदन्तर्गतः । बणाख्यः शिवलिन्ङ्गकोऽपि कनकाकाराङ्गरागोज्ज्वलो / मौलौ सूक्षमविभेदयुङ् मणिरिव प्रोल्लासलक्ष्म्यालयः ॥२५॥
etannīrajakarṇikāntaralasacchaktistrikoṇābhidha / vidyutkotisamānakomalavapuḥ sāste tadantargataḥ / baṇākhyaḥ śivalinṅgako'pi kanakākārāṅgarāgojjvalo / maulau sūkṣmavibhedayuṅ maṇiriva prollāsalakṣmyālayaḥ //25//
शक्तिः [śaktiḥ] a śakti* वपुःकोमल [vapuḥ-komala] cujo corpo delicado* विद्युत्-कोतिसमान [vidyut-kotisamāna] se parece com dez milhões de relâmpagos* कर्णिकान्तर-लसत् [karṇikāntara-lasat] brilha no pericarpo* एतत्-नीरज [etat-nīraja] deste lótus* त्रिकोणाभिध [trikoṇābhidha] em forma de triângulo* तत्-अन्तर्-गतः [tat-antar-gataḥ] dentro do triãngulo* शिव-लिन्ङ्गकोऽपि [śiva-liṅgako'pi] está o śiva-liṅga* बणाख्यः [baṇākhyaḥ] chamado bāṇa* कनकाकाराङ्गरागोज्ज्वलो [kanakākārāṅgarāgojjvalo] este linga é como ouro brilhante* मौलौ-सूक्ष्म-विभेद-युङ्ग् [maulau-sūkṣma-vibheda-yuṅg] e na cabeça dele há um minúsculo orifício* मणिः [maṇiḥ] como o da perfuração de uma joia* प्रोल्लासलक्ष्म्यालयः [prollāsalakṣmyālayaḥ] ele é a morada resplandescente de Lakṣmī* 
25- A Śakti, cujo corpo delicado se parece com dez milhões de relâmpagos, está no pericarpo deste Lótus, na forma de um triângulo. Dentro do triângulo está o Śiva-Liṅga conhecido pelo nome de Bāṇa. Esse Liṅga é como ouro brilhante, e na cabeça dele há um minúsculo orifício como o da perfuração de uma joia. Ele é a morada resplandecente de Lakṣmī.
26- ध्ययेद्यो हृदि पङ्कजं सुरतरुं शर्वस्य पीथालयं / देवस्यानिलहीनदीपकलिकाहंसेन संशोभितं । भानोर्मण्दलमण्दितान्तरलसत् किञ्जल्कशोभाधरं / वाचामीश्वर ईश्वरोऽपि जगतां रक्षविनाशे क्षमः ॥२६॥
dhyayedyo hṛdi paṅkajaṃ surataruṃ śarvasya pīthālayaṃ / devasyānilahīnadīpakalikāhaṃsena saṃśobhitaṃ / bhānormaṇdalamaṇditāntaralasat kiñjalkaśobhādharaṃ / vācāmīśvara īśvaro'pi jagatāṃ rakṣavināśe kṣamaḥ //26//
ध्ययेद्यःहृदिपङ्कजं [dhyayedyaḥ-hṛdi-paṅkajaṃ] aquele que medita nesse lótus do coração* वाचाम्-ईश्वर [vācām-īśvara] torna-se o Senhor da fala* ईश्वरःअपि [īśvaraḥ-api] e como īśvaraḥ* रक्षविनाशे-क्षमः-जगतां [rakṣavināśe-kṣamaḥ-jagatāṃ] é capaz de proteger e destruir o mundo* सुरतरुं-शर्वस्य-पीथालयं [surataruṃ-śarvasya-pīthālayaṃ] esse lótus é como a árvore celeste dos desejos, a morada e o trono de Śarva (Śiva)* सं-शोभितं [saṃ-śobhitaṃ] é embelezado* देवस्य-अनिल-हीन-दीप-कलिका-हंसेन [devasya-anila-hīna-dīpa-kalikā-haṃsena] pelo Haṃsa(Jīvātmā), que é como a chama afinada e constante de uma lâmpada em um lugar sem vento* भानोर्मण्दल-मण्दितान्तर-लसत्-किञ्जल्क-शोभाधरं [bhānormaṇdala-maṇditāntara-lasat-kiñjalka-śobhādharaṃ] os filamentos que circundam e adornam seu pericarpo, iluminados pela região solar, encantam*
26- Quem medita neste Lótus do Coração, torna-se (como) o Senhor da fala, e (como) Īśvara, ele é capaz de proteger e destruir os mundos. Este lótus é como a árvore celeste dos desejos, a morada e sede de Śarva (Śiva). É embelezado pelo Haṃsa (Jīvātmā), que é como a chama afinada e constante de uma lâmpada em um lugar sem vento. Os filamentos que circundam e adornam seu pericarpo, iluminados pela região solar, encantam.
27- योगीशो भवति प्रियात् प्रियतमः कान्ताकुलस्यानिशं / ज्ञानीशोऽपि कृति जितेन्द्रियगणो ध्यानावधानक्षअमः । गद्यैः पद्यपदादिभिश्च सततं कव्याम्भुधारावहो / लक्ष्मीरङ्गणदैवतः परपुरे शक्तः प्रवेष्तुं क्षअणात् ॥२७॥
yogīśo bhavati priyāt priyatamaḥ kāntākulasyāniśaṃ / jñānīśo'pi kṛti jitendriyagaṇo dhyānāvadhānakṣamaḥ / gadyaiḥ padyapadā-dibhiśca satataṃ kavyāmbhudhārāvaho / lakṣmī-raṅgaṇa-daivataḥ parapure śaktaḥ praveṣtuṃ kṣaṇāt //27//
योगीशः [yogīśaḥ] como um rei entre os yogins* भवति [bhavati] é* प्रियात्-प्रियतमः-कान्ताकुलस्य [priyāt-priyatamaḥ-kāntākulasya] o mais querido pelos queridos das mulheres* अनिशं-ज्ञानीशः [aniśaṃ-jñānīśaḥ] sempre sábio* अपि-कृति [api-kṛti] e cheio de ações nobres* जितेन्द्रिय-गणः [jitendriya-gaṇaḥ] seus sentidos estão sob controle* ध्यानावधान-क्षमः [dhyānāvadhāna-kṣamaḥ] sua mente, em intensa concentração é absorvida em Brahman* कव्याम्भुधारा-वहः [kavyāmbhudhārā-vahaḥ] suas palavras inspiradas (fluem como corrente de água límpida)* लक्ष्मी-रङ्गण-दैवतः [lakṣmī-raṅgaṇa-daivataḥ] ele é como o Devata (divindade) amado por Lakṣmī* शक्तः [śaktaḥ] e é capaz* प्रवेष्तुं [praveṣtuṃ] de entrar* क्षणात् [kṣaṇāt] à vontade* परपुरे [parapure] no corpo de outra pessoa* 
27- Como um rei entre os yogins, sempre sábio e cheio de ações nobres, é o mais querido que o mais querido pelas mulheres. Seus sentidos estão sob controle. Sua mente em sua intensa concentração é absorvida em Brahman. Suas palavras inspiradas (fluem como um fluxo de água límpida). Ele é como o Devata, que é amado por Lakṣmī e pode, à vontade, entrar no corpo de outra pessoa.
Resumo dos versículos 22 a 27 sobre Aṇāhata Cakra.
        O Lótus do Coração é da cor da flor bhadhūka (vermelha), e em suas doze pétalas estão as sílabas: क(ka), ख(kha), ग(ga), घ(gha), ङ(ṅa), च(ca), छ(cha), ज(ja), झ(jha), ञ(ña), ट(ta), ठ(tha), com Bindu acima delas da cor vermelhão. Em seu pericarpo está o Maṇḍala Vāyu hexagonal, de cor esfumaçada e acima dele está o Maṇḍala Sūrya, com o triângulo brilhante como dez milhões de relâmpagos dentro dele. Acima dele está o Vāyu-Bīja, de tonalidade esfumaçada, sentado em um antílope preto, de quatro braços e carregando um aguilhão (Aṅkuśa).
        No topo dele (do Vayu-Bīja) está o Īśa (Īśvara) de três olhos. Assim como Haṃsa (Haṃsasābha), seus dois braços se moldam em gestos de conceder benefícios e dissipar o medo. No pericarpo do Aṇāhata Lótus, há outro lótus vermelho no qual está Śakti Kākinī. Ela tem quatro braços e carrega o laço (pāśa), o crânio (kapāla) e faz os sinais de benção (vara) e de dissipação de medo (abhaya). Ela é de um tom dourado, está vestida com roupas amarelas e usa toda variedade de jóias e uma guirlanda de ossos. Seu coração é enternecido pelo néctar. No meio do trikoṇa está Śiva na forma de Bāṇa-Liṅga, com a lua crescente e Bindu na cabeça. Ele é de cor dourada.
         Ele é alegre com uma onda de desejo. Abaixo dele está o Jīvātmā como Haṃsa. É como a chama afilada e constante de uma lâmpada. Abaixo do pericarpo desse lótus, está o lótus vermelho de oito pétalas (Hrit Cakra), com a cabeça virada para cima. É neste lótus (vermelho) que está a árvore celeste dos desejos Kalpataroḥ, o altar de jóias encimado por um toldo e decorado por bandeiras e similares, que é o local de adoração mental.
Aqui termina a quarta seção.

28/29- विशुद्धाख्यं कण्ठे सरसिजममलं धूमधूम्रावभासं / स्वरैः सर्वैः शोणैर्दलपरिलसितैर्दीपितं दीप्तबुद्धेः । समास्ते पूर्नेनेदुप्रथिततमनभोमण्डलं वृत्तरूपं / हिमच्छयनागोपरि लसिततनोह् सुक्लवर्नम्बरस्य ॥२८॥
भुजैः पाशाभीत्यङ्कुशवरलसितैः शोभिताङ्गस्य तस्य / मनोरङ्के नित्यं निवसति गिरिजाभिन्नदेहो हिमाभः। त्रिणेत्रः पञ्चास्यो ललितदशभुजो व्याघ्रचरमाम्बरढ्यः / सदापूर्वो देवः सिव इति च समाख्यानसिद्धः प्रसिद्धः ॥२९॥
viśuddhākhyaṃ kaṇṭhe sarasijamamalaṃ dhūmadhūmrāvabhāsaṃ / svaraiḥ sarvaiḥ śoṇairdalaparilasitairdīpitaṃ dīptabuddheḥ | samāste pūrneneduprathitatamanabhomaṇḍalaṃ vṛttarūpaṃ /
himacchayanāgopari lasitatanoh suklavarnambarasya //28//
bhujaiḥ pāśābhītyaṅkuśavaralasitaiḥ śobhitāṅgasya tasya manoraṅke nityaṃ nivasati girijābhinnadeho himābhaḥ triṇetraḥ pañcāsyo lalitadaśabhujo vyāghracaramāmbaraḍhyaḥ sadāpūrvo devaḥ siva iti ca samākhyānasiddhaḥ prasiddhaḥ //29//
कण्ठे [kaṇṭhe] na região da garganta* सरसिजम् [sarasijam] está o lótus* विशुद्धाख्यं [viśuddhākhyaṃ] chamado de viśuddha* अमलं [amalaṃ] que é puro* धूमधूम्रावभासं [dhūmadhūmrāvabhāsaṃ] de um tom roxo esfumaçado* दल-परिलसितैः [dala-parilasitaiḥ] estão colocadas em suas pétalas * स्वरैः-सर्वैः [svaraiḥ-sarvaiḥ] todas as (dezesseis) vogais: अ(a), आ(ā), इ(i), ई(ī), उ(u), ऊ(ū), ऋ(ṛ), ॠ(ṝ), लृ(ḷ), ॡ(ḹ), ए(e), ऐ(ai), ओ(o), औ(au), अं(am), अः(aha)* शोणैर् [śoṇair] de cor carmesim brilhante* दीपितं [dīpitaṃ] que são claramente visíveis* दीप्त-बुद्धि [dīpta-buddhi] para aquele cuja mente estiver iluminada* पूर्नेनेदुप्रथिततम-नभो-मण्डलं-वृत्त-रूपं [pūrneneduprathitatama-nabho-maṇḍalaṃ-vṛtta-rūpaṃ] no pericarpo desse lótus está a região celestial de forma circular e branca como lua cheia* हिम-च्छयनागोपरि-लसित-तनुह्-समास्ते [hima-cchayanāgopari-lasita-tanuh-samāste] sobre um elefante branco como a neve está sentado* सुक्ल-वर्न-अम्बरस्य [sukla-varna-ambarasya] o bija (Haṃ, हं) de Ambara (Região Celeste), que é de cor branca*
भुजैः-पाशाभीत्यङ्कुश-वर-लसितैः-शोभिताङ्गस्य [bhujaiḥ-pāśābhītyaṅkuśa-vara-lasitaiḥ-śobhitāṅgasya] de seus quatro braços, dois seguram o laço e o aguilhão, e os outros dois fazem gestos para conceder benefícios e dissipar o medo.* तस्य-मनोः-अङ्के [tasya-manoḥ-aṅke] no topo deste bija* नित्यं [nityaṃ] sempre* निवसति [nivasati] habita* प्रसिद्धः [prasiddhaḥ] grande* देवः [devaḥ] * हिमाभः [himābhaḥ] branco como neve* त्रिणेत्रः [triṇetraḥ] com três olhos* च [ca] e* पञ्चास्यो [pañcāsyo] cinco faces* ललित-दश-भुज [lalita-daśa-bhuja] com dez belos braços* व्याघ्रचरमाम्बरढ्यः [vyāghracaramāmbaraḍhyaḥ] vestido com pele de tigre* 
गिरिजाभिन्न-देह [girijābhinna-deha] seu corpo está unido ao de Girija (título da Devi que significa filha do Rei da Montanha)* इति [iti] assim* समाख्यानसिद्धः-सदापूर्वो-शिव [samākhyānasiddhaḥ-sadāpūrvo-śiva] e é conhecido pelo seu nome Sadāśiva* 
28 / 29- Na garganta está o lótus chamado Viśuddha que é puro e de um tom roxo esfumaçado. Estão colocadas em suas pétalas todas as (dezesseis) vogais: अ (a), आ (ā), इ (i), ई (ī), उ (u), ऊ (ū), ऋ (ṛ), ॠ (ṝ), लृ (ḷ), ॡ (ḹ), ए (e), ऐ (ai), ओ (o), औ (au), अं (am), अः (aha), de cor carmesim brilhante; são claramente visíveis para ele cuja mente (Buddhi) é iluminada. No pericarpo desse lótus, está a região celestial de forma circular e branca como a lua cheia. Em um elefante branco como a neve está sentado, o Bīja de Ambara (Região Celeste) que é de cor branca. // 28 //
De seus quatro braços, dois seguram o laço e o aguilhão, e os outros dois fazem gestos para conceder benefícios e dissipar o medo. No topo dele, sempre fica o grande Deva, branco como a neve, de três olhos e cinco faces, com dez belos braços e vestido com a pele de um tigre. Seu corpo está unido ao de Girijā (título da Devi que significa filha do Rei da Montanha) e, é conhecido pelo que Seu nome, Sadāśiva, significa (sempre compassivo). // 29 //
30- सुधासिन्धोः-शुद्ध निवसति कमले साकिनी पीतवस्त्रा शरम् चापं पाशं सृणिमपी दधती हस्तपद्मईश्चतुर्भिः सुधाम्शोः संपूर्णं शशपरिरहितं मण्दलं कर्णिकायां महामोक्षद्वारं श्रियम्भिमतशीलस्य शुद्धेन्द्रियस्य ॥३०॥
sudhāsindhoḥ-śuddha nivasati kamale sākinī pītavastrā śaram cāpaṃ pāśaṃ sṛṇimapī dadhatī hastapadmaīścaturbhiḥ sudhāmśoḥ saṃpūrṇaṃ śaśaparirahitaṃ maṇdalaṃ karṇikāyāṃ
mahāmokṣadvāraṃ śriyambhimataśīlasya śuddhendriyasya //30//
सुधासिन्धोः-शुद्ध [sudhāsindhoḥ-śuddha] mais puro que o oceano de néctar* साकिनी [sākinī] é a Śakti Sākinī* निवसति [nivasati] que habita* कमले [kamale] esse lótus* पीतवस्त्रा [pītavastrā] suas vestes são amarelas* हस्तपद्मईश्चतुर्भिः [hastapadmaīścaturbhiḥ] em suas quatro mãos de lótus* दधती [dadhatī] ela carrega* शरम् [śaram] a flecha* चापं [cāpaṃ] o arco* पाशं [pāśaṃ] o laço * सृणिमपी [sṛṇimapī] o aguilhão* संपूर्णं-मण्दलं-सुधाम्शोः-शश-परिरहितं [saṃpūrṇaṃ-maṇdalaṃ-sudhāmśoḥ-śaśa-parirahitaṃ] toda região da lua sem a marca do hare (homem da lua)* कर्णिकायां [karṇikāyāṃ] localiza-se no pericarpo (desse lótus)* महा-मोक्ष-द्वारं [mahā-mokṣa-dvāraṃ] essa (região) é a porta para da grande libertação* श्रियम्भिमत-शीलस्य [śriyambhimata-śīlasya] para quem deseja a riqueza do yoga* शुद्धेन्द्रियस्य [śuddhendriyasya] e cujos sentidos são controlados e puros*
30- Mais puro que o oceano de néctar é a Śakti Sākinī que habita neste Lótus. Seu traje é amarelo e, nas quatro mãos de lótus, carrega o arco, a flecha, o laço e o aguilhão. Toda a região da Lua sem a marca do hare (homem da lua) está no pericarpo deste Lótus. Essa (região) é o portal da grande libertação para quem deseja a riqueza do Yoga e cujos sentidos são puros e controlados.
31- इह स्थाने चित्तम् निरवधि विनिधायात्मसम्पूर्णयोगः / कविर्वागमी ज्ञानी स भवति नितरां सादकः शान्तचेताः / त्रिकालानां दर्शी सकलहितकरो रोगशोकप्रमुक्तश् / चिरम्जीवी जीवी निरवधिविपदां ध्वंसहंसप्रकाशः ॥३१॥
iha sthāne cittam niravadhi vinidhāyātmasampūrṇayogaḥ kavirvāgamī jñānī sa bhavati nitarāṃ sādakaḥ śāntacetāḥ | tríkālānāṃ darśī sakalahitakaro rogaśokapramuktaś ciramjīvī jīvī niravadhivipadāṃ dhvaṃsahaṃsaprakāśaḥ //31//
इह [iha] agora* स [sa] aquele* विनिधाय-आत्म-सम्पूर्ण-योगः [vinidhāya-ātma-sampūrṇa-yogaḥ] que alcançou o completo conhecimento do ātma (Brahman)* भवति [bhavati] torna-se* नितरां [nitarāṃ] pela constante* चित्तम् [cittam] (concentração) da mente* स्थाने [sthāne] nesse lótus* निरवधि [niravadhi] um grande* कविर्वागमी [kavirvāgamī] e eloquente sábio* ज्ञानी [jñānī] conhecedor (de todos śāstras)* शान्तचेताः [śāntacetāḥ] (desfrutando) tranquilidade mental* त्र्í-कालानां-दर्शी [trí-kālānāṃ-darśī] ele vê os três períodos (passado, presente e futuro)* सकलहितकरो [sakalahitakaro] e se torna benfeitor de todos* जीवी [jīvī] seres vivos* रोगशोकप्रमुक्तश् [rogaśokapramuktaś] livre de doenças e de sofrimento* चिरम्जीवी [ciramjīvī] possui vida longa* निरवधि-सादकः-विपदां-ध्वंस-हंस-प्रकाशः [niravadhi-sādakaḥ-vipadāṃ-dhvaṃsa-haṃsa-prakāśaḥ] como Haṃsa (Antarātmā, que habita o pericarpo do cakra Sahashāra)* o destruidor dos perigos eternos*
31- Aquele que alcançou o conhecimento completo do Ātmā (Brahman) torna-se pela constante concentração de sua mente (Citta) nesse Lótus, um grande Sábio eloquente, e conhecedor (de todos śāstras), desfrutando de ininterrupta paz de espírito. Ele vê os três períodos (passado, presente e futuro) e se torna o benfeitor de todos seres vivos; Livre de doenças e do sofrimento, possui vida longa e, como Hamsa (Antarātmā, que habita o pericarpo do cakra Sahashāra), é o destruidor dos perigos eternos.
Resumo do Cakra Viśuddha
Arddha-nārīśvara
        Na base da garganta está o Viśuddha Cakra, com dezesseis pétalas de tom roxo esfumaçado. Seus filamentos são de tom vermelhão, e as dezesseis vogais que estão nas pétalas são vermelhas e com o Bindu acima delas. Em seu pericarpo está a região celestial (Nabho-maṇḍala), circular e branca. Em seu interior, está o Chandra-maṇḍala e, acima, o Bīja Haṃ. Este Bīja é branco e vestido de branco, sentado em um elefante e tem quatro braços. Nas quatro mãos, ele segura o Pāśa (laço) e o Aṅkuśa (aguilhão), e faz o Vara-mudrā e o Abhaya-mudrā. No topo está Sadā-Śiva, sentado em um grande pele de leão, colocada nas costas de um touro. Ele está como Arddha-nārīśvara, e, como tal, metade do corpo é da cor da neve e a outra metade do corpo. cor de ouro.Tem cinco rostos e dez braços, e nas mãos segura o Śūla (tridente), o Ṭaṅka (machado de batalha), o Khaḍga (espada de sacrifício), o Vajra (raio), Dahana, o Nāgendra (grande cobra), o Ghaṇta (sino), o Aṅkuśa (aguilhão), o Pāśa (laço) e faz o Abhaya-mudrā. Ele veste a pele de um tigre, todo o seu corpo é coberto de cinzas e tem uma guirlanda de cobras O néctar que cai do bīja virado para baixo da Lua está na testa. Dentro do pericarpo, na região lunar e sentada em ossos, está a Śakti Shākinī, de cor branca, com quatro braços, cinco faces e três olhos, vestida de amarelo e carregando na mão um arco, uma flecha, um laço e um aguilhão.
31a- इह स्ताने चित्तं निरवधि निधायात्तपवनो / यदि क्रुद्धो योगी चलयति समस्तं त्रिभुवनं / न च ब्रह्मा विष्णुर् न च हरिहरो नैव खमणी / स्तदीयं सामर्थ्यं शमयतुमलं नापि गणपः ॥३१a॥
iha stāne cittaṃ niravadhi nidhāyāttapavano / yadi kruddho yogī calayati samastaṃ tribhuvanaṃ / na ca brahmā viṣṇur na ca hariharo naiva khamaṇī / stadīyaṃ sāmarthyaṃ śamayatumalaṃ nāpi gaṇapaḥ //31a//
इह [iha] agora* योगी [yogī] o yogin* चित्तं [cittaṃ] com sua mente* निरवधि [niravadhi] constantemente* निधाय् [nidhāya] refletindo* स्ताने [stāne] nesse lótus* आत्त-पवनः [ātta-pavanaḥ] com sua respiração controlada por kumbhaka* क्रुद्धः [kruddhaḥ] em seu furor* लयति [calayati] pode mover* त्रिभुवनं [tribhuvanaṃ] os três mundos* न-च [na-ca] nem* ब्रह्मा [brahmā] Brahmā*चसमस्तं [samastaṃ] como também* विष्णुः [viṣṇuḥ] Viṣṇu* न-च [na-ca] nem* हरि-हरः [hari-haraḥ] Hari-Hara* व [naiva] nem* ख-मणी-स्तदीयं [kha-maṇī-stadīyaṃ] Sūrya* नापि [nāpi] nem mesmo* गणपः [gaṇapaḥ] Gaṇeśa* नैसामर्थ्यं [sāmarthyaṃ] são capazes* शमयतुमलं [śamayatumalaṃ] de controlar seu poder*
31- O yogin, com a mente constantemente refletindo nesse lótus, com a respiração controlada por kumbhaka, em seu furor é capaz de mover todos os três mundos. Nem Brahmā, nem Viṣṇu, nem Hari-Hara, nem Sūrya, nem Gaṇapa (Gaṇeśa) são capazes de controlar seu poder.
Fim da quinta seção.
32- आज्ञनामाम्बुजं तद्धिमकरसदृशम् ध्यानधामप्रकाशं / हक्षाभ्यां वै कलाभ्यां परिलसितवपुर्नेत्रपत्रं सुशुभ्रं / तन्मध्ये हाकिनी सा शशिसमधवला वक्त्रषट्कं दधाना / विद्यां मुद्रां कपालं डमरुजपवटीं बिभ्र्ती शुद्धचित्ता॥३२॥
ājñanāmāmbujaṃ taddhimakarasadṛśam / dhyānadhāma prakāśaṃ hakṣābhyāṃ vai kalābhyāṃ / parilasita vapuḥ netrapatraṃ suśubhraṃ / tanmadhye hākinī sā śaśisamadhavalā vaktraṣaṭkaṃ dadhānā vidyāṃ mudrāṃ kapālaṃ ḍamarujapavaṭīṃ bibhrtī śuddhacittā //32//
अम्बुज [ambujaṃ] o lótus* आज्ञ-नाम [ājña-nāma] chamado Ājña* हिम-कर-सदृशम् [hima-kara-sadṛśam] como a lua é lindamente branco* नेत्र-पत्रं [netra-patraṃ] (em suas) duas pétalas* ह-क्षा-भ्यां-कलाभ्यां-परिलसितवपुः [ha-kṣā-bhyāṃ-kalābhyāṃ-parilasitavapuḥ] estão as sílabas ह (ha) e क्ष (kṣa) que também são brancas* सु-शुभ्रं [su-śubhraṃ] e realçam sua beleza* ध्यान-धाम-प्रकाशं [dhyāna-dhāma-prakāśaṃ] ele brilha com a glória de dhyāna* तन्मध्ये [tanmadhye] dentro dele* हाकिनी-सा [hākinī-sā] (encontra-se) Hākinī* वक्त्रषट्कं-शशि-समधवला [vaktraṣaṭkaṃ-śaśi-samadhavalā] cujas seis faces são como muitas luas * बिभ्र्ती [bibhratī] (com seus seis braços) segura* विद्यां [vidyāṃ] um livro* मुद्रां [mudrāṃ] faz os gestos * दधाना [dadhānā] que concede (dádivas e dissipa o temor)* कपालं [kapālaṃ] segura um crânio* डमरु-जप-वटीं [ḍamaru-japa-vaṭīṃ] um tambor e um rosário* शुद्ध-चित्ता [śuddha-cittā] sua mente é pura* 
32- O lótus chamado Ājña, como a lua, é lindamente branco. Em suas duas pétalas estão as sílabas ह (ha) e क्ष (kṣa), que também são brancas e realçam sua beleza. Brilha com a glória do Dhyāna. Dentro dele está a Śakti Hākinī, cujas seis faces são como muitas luas. (Ela tem seis braços, em um dos quais) segura um livro; outros dois são levantados nos gestos de dissipar o medo e conceder benefícios, e com o resto ela segura um crânio, um pequeno tambor e um rosário. Sua mente é pura (Suddha-Citta).
33- एतत्पद्मान्तराले निवसति च मनः सूक्षमरूपं प्रसिद्धं / योनौ तत्करणिकायामितशिवपदं लिङ्गचिह्णप्रकाशं । विद्युन्मालाविलासं परमकुलपदं ब्रह्मसूत्रप्रभोदं / वेदानामादिबीजं स्थिरतरहृदयश्चिन्तयेत्तत्क्रमेण ॥३३॥
etatpadmāntarāle nivasati ca manaḥ sūkṣmarūpaṃ prasiddhaṃ yonau tatkaraṇikāyāmitaśivapadaṃ liṅgacihṇaprakāśaṃ | vidyunmālāvilāsaṃ paramakulapadaṃ brahma-sūtraprabhodaṃ / vedā-nāmādi bījaṃ / sthiratara hṛdayaścintayet tatkrameṇa //33//
एतत्-पद्मान्तराले [etat-padmāntarāle] dentro desse lótus* निवसति [nivasati] habita* मनः [manaḥ] a mente* सूक्ष्म-रूपं [sūkṣma-rūpaṃ] sutil* प्रसिद्धं [prasiddhaṃ] (isso é) bem conhecido* योनिः [yoniḥ] dentro Yoni* च [ca] e* तत्-करणिकायामितर-शिव-पदं [tat-karaṇikāyāmitara-śiva-padaṃ] no pericarpo está Śiva chamado Itara* लिङ्ग-चिह्ण-प्रकाशं [liṅga-cihṇa-prakāśaṃ] em sua forma fálica* विद्युन्-मालाविलासं [vidyun-mālāvilāsaṃ] ele aqui brilha como uma corrente de relâmpagos* वेदानाम्-आदिबीजं [vedānām-ādibījaṃ] primeiro bīja do veda (om)* परम-कुलपदं [parama-kulapadaṃ] que é a morada da mais sublime Śakti* ब्रह्म-सूत्र-प्रभोदं [brahma-sūtra-prabhodaṃ] que por seu brilho torna visível o Brahma-sūtra (nāḍī citriṇī)* हृदयश्चिन्तयेत्-स्थिरतर [hṛdayaścintayet-sthiratara] o devotado praticante com a mente bem firme deve meditar sobre eles* तत्-क्रमेण [tat-krameṇa] de acordo com a ordem prescrita* 


33- Dentro deste Lótus habita a mente sutil (Manas). Isso é bem conhecido. Dentro do Yoni, no pericarpo está Śiva chamado Itara, em sua forma fálica. Ele aqui brilha como uma corrente de relâmpagos. O primeiro Bīja do Veda (Om), que é a morada da mais sublime Śakti e que por seu brilho torna visível o Brahma-sūtra (nāḍī citriṇī), também localiza-se lá. O Sādhaka com mente firme deve meditar sobre eles de acordo com a ordem (prescrita).
34- ध्यानात्मा साधकेन्द्रो भवति प्रपुरे शिघ्रगामी मुनिन्द्रः / सर्वज्ञह् सर्वदर्शी सकलहितकरह् सर्वशास्त्रर्थवेत्ता । अद्वैताचारवादी विलसति परमापूर्व सिद्धिप्रशिद्धो / दीर्घायुः सोऽपि कर्ता त्रिभुवनभवने संहृतौ पालने च ॥३४॥
dhyānātmā sādhakendro bhavati prapure śighragāmī munindraḥ / sarvajñah sarvadarśī sakalahitakarah sarvaśāstrarthavettā | advaitācāravādī vilasati paramāpūrvasiddhipraśiddho / dīrghāyuḥ so'pi kartā tribhuvanabhavane saṃhṛtau pālane ca //34//
साधक-इन्द्रः [sādhaka-indraḥ] o eminente sādhaka* ध्यानात्मा [dhyānātmā] cujo ātmā é dhyāna (meditação)* शिघ्रगामी [śighragāmī] é capaz de entrar rapidamente* परपुरे [parapure] no corpo de outra pessoa* भवति [bhavati] e torna-se* मुनिन्द्रः [munindraḥ] o mais eminente ente os munis* सर्वज्ञह् [sarvajñah] ele tudo sabe* सर्वदर्शी [sarvadarśī] e tudo vê* सकल-हित-करह् [sakala-hita-karah] torna-se o benfeitor de todos* सर्व-शास्त्रर्थवेत्ता [sarva-śāstrarthavettā] e é versado em todos os śāstras* अद्वैताचार-वादी [advaitācāra-vādī] ele percebe sua unidade com Brahman* विलसति [vilasati] e manifesta* परमापूर्व-सिद्धि [paramāpūrva-siddhi] poderes magníficos e desconhecidos* प्रशिद्धः [praśiddhaḥ] célebre* दीर्घायुः [dīrghāyuḥ] e com vida longa* सोऽपि-कर्ता-भवने [so'pi-kartā--bhavane] ele torna-se o criador* संहृति [saṃhṛti] o destruidor* च [ca] e* पालने [pālane] o preservador* त्रिभुवन [tribhuvana] dos três mundos* 
34- O ilustre Sadhaka, cujo Ātmā (nada mais é do que uma) meditação (sobre este Lótus), é capaz de entrar rapidamente no corpo de outra pessoa, e torna-se o supremo entre os Munis; ele tudo sabe e tudo vê. Ele torna-se o benfeitor de todos, e é versado em todos os śāstras. Ele percebe sua unidade com Brahman e adquire poderes magníficos e desconhecidos. Célebre e com vida longa, ele torna-se o criador, destruidor e preservador dos três mundos.
35- तदन्तश्चक्रेऽस्मिन्निवसति सततं शुद्धबुद्ध्यन्तरात्मा / प्रदीपाभज्योतिः प्रणवविरचनारूपवर्नप्राकशः। तदूर्द्वे चन्द्रार्धस्तदुपरि विलसद्बिन्दुरूपी मकार
स्तदूर्ध्वे नादोऽसौ बलधवलसुधाधारसंतनहासी ॥३५॥
tadantaścakre'sminnivasati satataṃ śuddha buddhyantarātmā pradīpābhajyotiḥ praṇava viracanārūpavarnaprākaśaḥ| tadūrdve candrārdhastadupari vilasadbindurūpī makāra stadūrdhve nādo'sau baladhavala sudhā dhārasaṃtanahāsī //35//
तद्-अन्तः-सततं-चक्र-तस्मिन्-निवसति [tad-antaḥ-satataṃ-cakra-tasmin-nivasati] dentro (do triângulo) deste cakra sempre está a* विरचनारूपवर्नप्राकशः-प्रणव [viracanārūpavarnaprākaśaḥ-praṇava] combinação das letras A e U (A+U=O) que formam o brilhante praṇava (OṂ)* शुद्ध-बुद्ध्यन्तरात्मा [śuddha-buddhyantarātmā] o Ātmā interior é como uma mente pura (Buddhi)* प्रदीपाभज्योतिः [pradīpābhajyotiḥ] e relembra uma chama com seu esplendor* तदूर्द्वे-चन्द्रार्धः [tadūrdve-candrārdhaḥ] acima dele está a lua (crescente)* तद्-उपरि-विलसत्-बिन्दु-रूपी-मकारः [tad-upari-vilasat-bindu-rūpī-makāraḥ] e acima dela está Ma-kara (a letra Ṃ), brilhando em sua forma de Bindu* तदूर्ध्वे-नाद-असौ [tadūrdhve-nāda-asau] acima dela, está Nada* सुधा-बलधवल [sudhā-baladhavala] cuja brancura se assemelha à da lua* धारसंतनहासी [dhārasaṃtanahāsī] difundindo seus raios* 
35- Dentro do triângulo deste Cakra está a combinação das letras A e U que formam o Praṇava (OṂ), o Bīja mantra do Cakra Ājña. O Ātmā interior é como uma mente pura (Buddhi), e se assemelha a uma chama em seu esplendor. Acima dele está a lua crescente, e acima dela está Ma-kara (a letra Ṃ), brilhando em sua forma de Bindu. Ainda, cima dela, está o Nada difundindo seus raios.
36- इह स्थाने लीने सुसुखसाधने चेतसि पुरं / निरालम्बां बध्वा परमगुरुसेवासुविदिताम् । तदभ्यासाद्योगी पवनसुहृदां पश्यति कणान् / ततस्तन्मध्यान्तः प्रविलसितरूपानपि सदा ॥३६॥
iha sthāne līne susukhasādhane cetasi puraṃ / nirālambām badhvā paramagurusevāsuviditām | tadabhyāsādyogī pavanasuhṛdāṃ paśyati kaṇān / tatastanmadhyāntaḥ pravilasitarūpānapi sadā //36//
पुरं-बध्वा [puraṃ-badhvā] (quando o yogin) fecha a casa* निरालम्बाम् [nirālambām] que permanece sem suporte (ié. quando ele rompe as conexões da mente com o mundo físico através da yoni-mudra)* परम-गुरु-सेवा-सुविदिताम् [parama-guru-sevā-suviditām] o conhecimento adquirido pela bondade de um grande Guru* चेतसि [cetasi] e quando o cetas (consciência do mundo exterior)* तद्-अभ्यासाद्योगी [tad-abhyāsādyogī] pela prática* सदा [sadā] constante* लीने [līne] se dissolve* अपि [api] no mesmo* इह-स्थाने [iha-sthāne] local, ājñacakra* सु-सुख-साधने [su-sukha-sādhane] da morada da felicidade ininterrupta* पश्यति [paśyati] então, ele vê* तत्-अस्तन्-मध्य-अन्तः [tat-astan-madhya-antaḥ] dentro do ponto acima (do triângulo)* पवन-सुहृदां-प्रविलसितरूपान्-कणान् [pavana-suhṛdāṃ-pravilasitarūpān-kaṇān] faíscas de fogo brilhando claramente* 
36- Quando o yogin fecha a casa que permanece sem suporte (ié. quando ele rompe as conexões da mente com o mundo físico através da yoni-mudrā), o conhecimento adquirido pela bondade de um grande Guru, e quando o Cetas (consciência do mundo exterior) pela prática constante se dissolve no mesmo local (ājñacakra) da morada da felicidade ininterrupta, então, ele vê dentro do ponto acima (do triângulo), faíscas de fogo brilhando claramente.
37- ज्वलद्दिपाकारं तदनु च नवीनार्कबहुलप्रकाशं / ज्योतिर्वा गगनधरणीमध्यमिलितं / इह स्थाने साक्षद् भवति भगवान् पूर्णविभवो / अव्ययः साक्षी वःनेः शशिमिहिरयोर्मण्दल इव ॥३७॥
jvaladdipākāraṃ tadanu ca navīnārkabahulaprakāśaṃ / jyotirvā gaganadharaṇīmadhyamilitaṃ / iha sthāne sākṣad bhavati bhagavān pūrṇavibhavo / avyayaḥ sākṣī vaḥneḥ śaśimihirayormaṇdala iva //37//
तदनु [tadanu] então (tendo visto as faíscas de fogo)* ज्योतिर्वा [jyotirvā] ele vê a luz* ज्वलद्दिपाकारं [jvaladdipākāraṃ] na forma de um lampejo flamejante* नवीनार्कबहुलप्रकाशं [navīnārkabahulaprakāśaṃ] ela brilha como brilha claramente o sol da manhã* गगन-धरणी-मध्यमिलितं [gagana-dharaṇī-madhyamilitaṃ] que reluz entre o céu (Sahasrāra) e a terra (Mūlādhāra)* इह-स्थाने [iha-sthāne] é aqui* भगवान् [bhagavān] que Param Śiva* साक्षद्-भवति [sākṣad-bhavati] manifesta-se* पूर्ण-विभवः [pūrṇa-vibhavaḥ] com a plenitude de Seu poder* अव्ययः [avyayaḥ] É imperecível* साक्षी [sākṣī] e testemunha tudo* च [ca] e* वःनेः-शशिमिहिरयोर्-इव-मण्दल [vaḥneḥ-śaśimihirayor-iva-maṇdala] está aqui como está na região do Fogo, Lua e Sol (Sahasrāra)*
37- Ele também vê a Luz que está na forma de um lampejo flamejante. É brilhante como brilha claramente o sol da manhã que reluz entre o céu (Sahasrāra) e a terra (Mūlādhāra). É aqui que Param Śiva manifesta a plenitude de Seu poder. Ele não conhece decadência e testemunha tudo, e está aqui como está na região do Fogo, da Lua e do Sol (Sahasrāra).
38- इह स्थाने विष्णोरतुलपरमामोदमधुरे / समारोप्य प्राणं प्रमुदितमनाः प्राणनिधने । परं नित्यं देवं पुरुषमजमाद्यं त्रिजगतां / पुराणं योगीन्द्रः प्रविशति च वेदान्तविदितं ॥३८॥
iha sthāne viṣṇoratulaparamāmodamadhure / samāropya prāṇaṃ pramuditamanāḥ prāṇanidhane / paraṃ nityaṃ devaṃ / puruṣa majamādyaṃ trijagatāṃ / purāṇaṃ yogīndraḥ praviśati ca vedāntaviditaṃ //38//
इह-स्थाने-अतुल-परमा-मोद-मधुरे-विष्णुः
[iha-sthāne-atula-paramā-moda-madhure-viṣṇuḥ] esta é a morada incomparável e agradável de Viṣṇu* योगीन्द्रः [yogīndraḥ] o eminente yogin* प्राण-निधने [prāṇa-nidhane] que no momento da morte* प्रमुदित-मनाः [pramudita-manāḥ] alegremente* प्राणं-समारोप्य [prāṇaṃ-samāropya] coloca seu último hálito vital (Prāṇa) aqui* च [ca] e* प्रविशति [praviśati] entra, após a morte* परं [paraṃ] no Supremo* नित्यं [nityaṃ] Eterno* आद्यं -देवं [purāṇaṃ-devaṃ] Primevo Deva* पुरुषमजम् -पुराणं-त्रि-जगतां [puruṣamajam-tri-jagatāṃ-ādyaṃ] o Puruṣa que existia antes dos três mundos* वेदान्त-विदितं [vedānta-viditaṃ] e que é conhecido pelo Vedanta*
38- Esta é a morada incomparável e agradável de Viṣṇu. O excelente yogin, que na hora da morte, alegremente coloca seu último hálito vital (Prāṇa) aqui e entra (após a morte) no Supremo, Eterno, Sem Nascimento, Primevo Deva, o Pūruṣa, que existia antes dos três mundos e é conhecido pelo Vedanta.
Resumo do Ājña Cakra, Versos de 32 A 38
        O Ājña Cakra tem duas pétalas e é branco. As letras Ha e Ksa, brancas, estão nas duas pétalas. A Śakti presidente do Cakra, Hākinī, está no pericarpo. Ela é branca, tem seis rostos em cores vermelhas, cada um com três olhos e seis braços, e está sentado em uma flor de lótus branca. Com as mãos, ela exibe Vara-mudra e Abhaya-mudrā, e segura um rosário de Rudrākṣa, um crânio humano, um pequeno tambor e um livro. Acima dela, dentro de um Trikona, está Itara-Liṅga, que é como um relâmpago, e acima dele, novamente, dentro de outro Trikoṇa, está o Ātmā interno (Antar-ātmā), brilhante como uma chama. Nos seus quatro lados, flutuando no ar, há faíscas em torno de uma luz que, por seu próprio brilho, torna visível tudo entre Mūla e o Brahmarandhra. Acima dele, novamente, está Manas, e acima de Manas, na região da Lua, está o Haṃsah, dentro de quem está Parama-Śiva com Sua Śakti.
(Aqui termina a sexta seção)
39- लयस्थानं वायोस्तदुपरि च महानादरूपम् शिवार्धं / सिराकारं शान्तं वरदमभयं शुद्धबुद्धिप्रकाशं । यदा योगी पश्येद् / गुरुचरण युगाम्भोज सेवासुशीलस्तदा / वाचां सिद्धिः करकमलतले तस्य भूयात् सदैव ॥३९॥
layasthānaṃ vāyostadupari ca mahānādarūpam śivārdhaṃ / sirākāraṃ śāntaṃ varadamabhayaṃ śuddhabuddhiprakāśaṃ yadā yogī paśyed gurucaraṇayugāmbhōjasevāsuśīlastadā vācāṃ / siddhiḥ karakamalatale tasya bhūyāt sadaiva //39//
यदा [yadā] quando* योगी-गुरु-चरण-युग-आम्भ्ōज-सेवा-सुशीलस्-तदा * [yogī-guru-caraṇa-yuga-āmbhōja-sevā-suśīlas-tadā] as ações boas do yogin forem realizadas através do serviço aos pés de Lótus de seu Guru* पश्येद् [paśyed] então ele verá* तद्-उपरि [tad-upari] acima (ié. Ājña-cakra)* महाना-दरूपम् [mahānāda-rūpam] a forma do mahānāda (Grande Nāda)* सदैव [sadaiva] para sempre (terá)* करकमलतले [karakamalatale] o lótus de sua mão* वाचां-सिद्धिः [vācāṃ-siddhiḥ] o siddhi da palavra* वायुः-लय-स्थानं [vāyuḥ-laya-sthānaṃ] (o mahānāda) é o lugar da dissolução do Vāyu* तस्य [tasya] ele* शिवार्धं [śivārdhaṃ] é a metade de Śiva* च [ca] e* सिराकारं [sirākāraṃ] tem a forma de arado* शान्तं [śāntaṃ] é sereno* वरदमभयं [varadamabhayaṃ] concede benefícios e dissipa o temor* शुद्धबुद्धिप्रकाशं [śuddhabuddhiprakāśaṃ] e manifesta Inteligência pura (Buddhi)* 
39- Quando as ações do Yogin, boas em todos aspectos, forem realizadas através do serviço aos pés de Lótus de seu Guru, então ele verá acima (ié. Ājña-cakra) a forma do Mahānāda (Grande Nāda) então ele terá para sempre o lótus de sua mão, o siddhi da palavra. O Mahānāda, que é o lugar da dissolução do Vāyu, é a metade de Śiva, e tem a forma de arado; é sereno, concede benefícios, dissipa o temor, e manifesta uma Inteligência Pura (Buddhi).
40- तदूर्ध्वे शङ्खिन्या निवसति शिखरे सून्यदेशे प्रकाशं / विसर्गाधः पद्मं दशशतदलं पूर्णचन्द्रातिशुभ्रं । अध्ōवक्त्रं कान्तम् तरुणरविकलाकान्तिकिञ्जल्कपुञ्जं / लकाराद्यैर्वर्णैः प्रविलसितवपुः केवलानन्दरूपं ॥४०॥
tadūrdhve śaṅkhinyā nivasati śikhare sūnyadeśe prakāśaṃ / visargādhaḥ padmaṃ daśaśatadalaṃ pūrṇacandrātiśubhraṃ | adhovaktraṃ kāntam taruṇaravikalākāntikiñjalkapuñjaṃ lakārādyair varṇaiḥ pravilasitavapuḥ kevalānandarūpaṃ //40//
तदूर्ध्वे-शिखरे [tadūrdhve-śikhare] acima de todos esses* सून्य-देशे [sūnya-deśe] no espaço vazio* शङ्खिन्या [śaṅkhinyā] passa a nāḍī śaṅkhini* विसर्गाधः-पद्मं-दशशतदलं-निवसति [visargādhaḥ-padmaṃ-daśaśatadalaṃ-nivasati] e abaixo do visarga (Porta de Brahma) está o lótus de mil pétalas* प्रकाशं [prakāśaṃ] (esse lótus) brilhante* पूर्णचन्द्रातिशुभ्रं [pūrṇacandrātiśubhraṃ] e ainda mais branco que a lua cheia* अधोवक्त्रं [adhovaktraṃ] aponta a cabeça para baixo* कान्तम् [kāntam] ele encanta as pessoas* तरुणरविकलाकान्तिकिञ्जल्कपुञ्जं [taruṇaravikalākāntikiñjalkapuñjaṃ] seus filamentos agrupados são da cor do sol nascente* प्रविलसितवपुः [pravilasitavapuḥ] seu corpo é luminoso com* लकाराद्यैर्-वर्णैः [lakārādyair-varṇaiḥ] com as letras que começam com A* केवलानन्दरूपं [kevalānandarūpaṃ] ele é a suprema bem-aventurança* 
40- Acima de todos esses, no espaço vago onde passa a śaṅkhini nāḍī, e abaixo do Visarga (Porta de Brahma) está o lótus de mil pétalas (sahasrāra). Este lótus brilhante é mais branco que a lua cheia, e aponta a cabeça para baixo; ele encanta as pessoas. Seus filamentos agrupados são tingidos com a cor do sol nascente. Seu corpo é luminoso com as letras que começam com A; É a absoluta bem aventurança.
41- समास्ते तस्यान्तः शशपरिरहितः शुद्धसंपूर्न्चन्द्रः / स्फुरज्ज्योत्स्नाजलः परमरसचयस्निग्धसंतानहासी । त्रिकोणं तस्यान्तह् स्फुरति च सततं विद्युदाकाररूपम् / तदन्तहूअन्यं तत्सकलसुरगणैह् सेवितं चातिगुप्तं ॥४१॥
samāste tasyāntaḥ śaśaparirahitaḥ śuddhasaṃpūrncandraḥ
sphurajjyotsnājalaḥ paramarasacayasnigdhasaṃtānahāsī |
trikoṇaṃ tasyāntah sphurati ca satataṃ vidyudākārarūpam
tadantahūanyaṃ tatsakala-suragaṇaih sevitaṃ cātiguptaṃ//41//
तस्यान्तः [tasyāntaḥ] dentro dele (sahasrāra)* संपूर्न्चन्द्रः [saṃpūrncandraḥ] está a lua cheia* शशपरिरहितः [śaśaparirahitaḥ] sem a marca do hare (homem da lua)* स्फुरत्-शुद्ध-ज्योत्स्नाजलः [sphurat-śuddha-jyotsnājalaḥ] reluzindo como um céu aberto lança seus raios em profusão* परम-रस-चय-स्निग्ध-संतानहासी [parama-rasa-caya-snigdha-saṃtānahāsī] e é úmido e frio como néctar* त्रिकोणं तस्यान्तह् सततंविद्युदाकाररूपम् [trikoṇaṃ tasyāntahsatataṃ vidyudākārarūpam] dentro dele (Candra-maṇḍala), brilhando continuamente como um raio, está o Triângulo* च [ca] e* तदन्तः शून्यं स्फुरति [tadantaḥ śūnyaṃ sphurati] dentro brilha o Grande Vazio (Bindu)* सेवितं चातिगुप्तं [sevitaṃ cātiguptaṃ] que é fornecido em segredo* तत्सकल-सुरगणैह् [tatsakala-suragaṇaih] por todos os Devas* 
41- Dentro dele (Sahasrāra) está a Lua cheia, sem a marca do hare (homem da lua), límpido como um céu aberto. Ele lança seus raios em profusão e é úmido e com o frescor do néctar. Dentro dele (Candra-maṇḍala), brilhando continuamente como a luz, está o Triângulo e dentro dele, novamente, brilha o Grande Vazio (Bindu), que é fornecido secretamente por todos os Devas.
42- सुगुप्तं तद्यत्नादतिशयपरम्मोदसंतानराशेः / परं कन्दं सूक्ष्मं सकलाशशिकलसुद्धरूपप्रकाशं । इह स्थाने देवः परमशिवसमाख्यानसिद्धः प्रसिद्धः / खरूपी सर्वात्मा रसविरसनुतो’ज्ञानमोहान्ध-हंसः ॥४२॥
suguptaṃ tadyatnādatiśayaparammoda-saṃtānarāśeḥ paraṃ kandaṃ sūkṣmaṃ sakalāśaśikalasuddharūpaprakāśaṃ |
iha sthāne devaḥ paramaśivasamākhyānasiddhaḥ prasiddhaḥ svarūpī sarvātmā rasavirasa nuto’jñānamohāndha-haṃsaḥ //42//
सुगुप्तं [suguptaṃ] bem oculto* तद्-यत्नात् [tad-yatnāt] e atingível, apenas, com grande esforço* सूक्ष्मं [sūkṣmaṃ] está o sutil Bindu * परं-कन्दं [paraṃ-kandaṃ] raiz principal* अतिशय-परम्मोद-संतान-राशेः [atiśaya-parammoda-saṃtāna-rāśeḥ] a continuidade de toda a massa da grande e suprema bem-aventurança, e isso é Libertação (Mokṣa)* सकला-शशि-कल-सुद्ध-रूप-प्रकाशं [sakalā-śaśi-kala-suddha-rūpa-prakāśaṃ] a "fase" da lua que representa Nirvāna, com Amā Kalā (sua fase de gotejar néctar* इह-स्थाने [iha-sthāne] nesse local está* प्रसिद्धः [prasiddhaḥ] o grandioso* देवः [devaḥ] Deva* परमशिव-समाख्यान-सिद्धः [paramaśiva-samākhyāna-siddhaḥ] conhecido pelo nome Parama Śiva* खरूपी-सर्वात्मा [kharūpī-sarvātmā] ele é Brahman e o Ātmā de todos os seres* रस- विरस [rasa-virasa] nele estão unidos Rasa (a experiência da suprema bem aventurança) e Virasa (o fruto glorioso da união de Shiva com Shakti)* नुतो’ज्ञानमोहान्ध-हंसः [nuto’jñānamohāndha-haṃsaḥ] ele é o sol que destrói as trevas da ignorância e da ilusão* 
42 - Bem oculto e atingível apenas por grande esforço, está o sutil Bindu (a "fase" da lua que representa Nirvāna), com Ama Kalā (sua fase de gotejar néctar). Aqui está o Deva, que é conhecido por todos como Parama-Śiva. Ele é o Brahman e o Ātmā de todos os seres. Nele estão unidos Rasa (a experiência da suprema bem aventurança) e Virasa (fruto glorioso da união de Śiva com Śakti). Ele é o Sol que destrói as trevas da ignorância e da ilusão.
43- सुधाधारासारं निरवधि विमुञ्चन्नतितरां / यतेः स्वात्मज्ञानं दिशति भगवान् निर्मलमतेः। समस्ते सर्वेशः सकलसुखसंतानलहरी / परिवाको हंसः परम इति नाम्ना परिचितः॥४३॥
sudhādhārāsāraṃ niravadhi vimuñcannatitarām / yateḥ svātmajñānaṃ diśati bhagavān nirmalamateḥ | samaste sarveśaḥ sakalasukhasaṃtānalaharī / parivāko haṃsaḥ parama iti nāmnā paricitaḥ //43//
सुधा-धारासारं-विमुञ्चन् [sudhā-dhārāsāraṃ-vimuñcan] ao espalhar um fluxo de uma essência semelhante ao néctar* निरवधि-अतितराम् [niravadhi-atitarām] constante e generoso* भगवान् [bhagavān] o Senhor* निर्मल-मतेः-यतेः-स्वात्म-ज्ञानं-दिशति [nirmala-mateḥ-yateḥ-svātma-jñānaṃ-diśati] instrui o Yati (intensa concentração no Devatā) da mente pura no conhecimento pelo qual ele realiza a unicidade do Jīvātmā e do Paramātmā* समस्ते-सर्वेशः [samaste-sarveśaḥ] ele permeia todas as coisas como seu Senhor* सकल-परिवाह-सुख-सन्तान-लहरी [sakala-parivāha-sukha-santāna-laharī] difundindo e espalhando uma corrente de todas as formas de glória* इति [iti] então* परिचितः-नाम्ना [paricitaḥ-nāmnā] conhecida pelo nome* परमहंसः [paramahaṃsaḥ] Paramahaṃsa* 
43- Ao lançar um fluxo constante e generoso de uma essência semelhante ao néctar, o Bhagavan instrui o Yati (intensa concentração no Devatā) da mente pura no conhecimento pelo qual ele realiza a unicidade do Jivatma e do Paramatma. Ele impregna todas as coisas como seu Senhor, e que está sempre difundindo e espalhando uma corrente de todas as formas de glória conhecida pelo nome de Paramahamsa.
44- शिवस्थानम् शैवाः परमपुरुषं वैष्णवगणा / लपन्तीति प्रायो हरिहरपदम् केचिदपरे । पबं देव्या देविचरणयुगलांभोजरसिका / मुनीन्द्रा अप्यन्ये प्रकृतिपुरुषस्थानममलं ॥४४॥
śivasthānam śaivāḥ paramapuruṣaṃ vaiṣṇavagaṇā / lapantīti prāyo hariharapadam kecidapare | pabaṃ devyā devicaraṇayugalāṃbhojarasikā / munīndrā apyanye prakṛtipuruṣasthānamamalaṃ //44//
शैवाः [śaivāḥ] os śaivas* शिव-स्थानम् [śiva-sthānam] chamam-no de morada de Śiva* वैष्णवगणा [vaiṣṇavagaṇā] entre os vaiṣṇavas* परम-पुरुषं [parama-puruṣaṃ] de parama-puruṣa* केचिद्-अपरे [kecid-apare] outros, por sua vez* हरिहर-पदम् [harihara-padam] de assento de Hari-Hara* प्रायः-देवि-चरण-युगलांभोज [prāyaḥ-devi-caraṇa-yugalāṃbhoja] aqueles que estão cheios de paixão pelos pés de lótus da Devi* लपन्तीति [lapantīti] chamam-na* रसिकादेव्यापदम् [rasikādevyāpadaṃ] bela residência da Devi* मुनीन्द्रा-अप्यन्ये [munīndrā-apyanye] outros grandes sábios* प्रकृति-पुरुष-स्थानम्-अमलं [prakṛti-puruṣa-sthānam-amalaṃ] chamam-no de lugar imaculado de Prakṛti-Puruṣa*
44- Os Śaivas chamam-no de morada de Śiva; os Vaiṣṇavas chamam-no de Parama Purusa; os devotos de ambos chamam-no de Hari-Hara. Aqueles que estão cheios de paixão pelos pés de lótus da Devi chamam-na de bela residência da Devi; e outros grandes sábios (adoradores do Haṃsa) o chamam de lugar imaculado de Prakṛti-Puruṣa.
45- इदं स्थानं ज्ञात्व नियतनिजचित्तो नरवरो / न भूयात् संसारे पुनरपि न बद्धस्त्रिभुवने । समग्रा सक्तिः स्यान्निय ममनसस्तस्य क्र्तिनः / सदा कर्तुं हर्तुं खगतिरपि वाणइ सुविमला ॥४५॥
idam sthānam jñātva niyatanijacitto naravaro / na bhūyāt saṃsāre punarapi na baddhastribhuvane / samagrā saktiḥ syānniya mamanasastasya krtinaḥ / sadā kartuṃ hartuṃ khagatirapi vāṇi suvimalā //45//
नरवरः [naravaraḥ] o mais excelente dos homens* निज-चित्तः [niyata-nija-cittaḥ] que conseguiu controlar sua mente (e conhecer esse lugar)* नभूयात् [nabhūyāt] não renascerá* संसारे [saṃsāre] no saṃsāra* पुनरपि [punarapi] outra vez* नबद्धस्त्रिभुवने [nabaddhastribhuvane] pois não existe mais nada que o prenda a esses três mundos* ममनसस्तस्य [mamanasastasya] com sua mente controlada (e objetivo atingido)* समग्रा-सक्तिः-स्यान्निय-क्र्तिनः-कर्तुं-हर्तुं [samagrā-saktiḥ-syānniya-krtinaḥ-kartuṃ-hartuṃ] ele possui poder total para fazer tudo o que deseja e impedir o que é contrário à sua vontade* खगति-रपि-सदा [khagati-rapi-sadā] é capaz de vagar pelo céu (sempre na direção de Brahman)* वाणि-सुविमला [vāṇi-suvimalā] sua fala é perfeitamente clara*
45- O mais excelente dos homens que conseguiu controlar sua mente (e conhecer esse lugar) não nascerá no Saṃsāra, pois não existe mais nada que o prenda a esses três mundos. Com a mente controlada (e o objetivo atingido), ele possui poder total para fazer tudo o que deseja e impedir o que é contrário à sua vontade. Ele sempre se move para Brahman. Sua fala, (seja em prosa ou verso), é sempre pura e doce.
46- अत्रास्ते शिशूसुर्यसोदरकला चन्द्रस्य सा सोदशी / शुद्धा निरजसूक्षम तन्तुशतधाभागैकररूपा परा। विद्य्युत्कोति समानकोमलतनूर्विद्योतिताधोमुखी / नित्यानन्दपरर्ंपरातिविगलत्पीयू अधाराधरा॥४६॥
atrāste śiśūsuryasodarakalā candrasya sā sodaśī / śuddhā nirajasūkşmatantuśatadhābhāgaikarūpā parā / vidyyutkoti samānakomalatanūrvidyotitādhomukhī / nityānanda-paraṃpara ativigalat-pīyūşadhārādharā //46//
अत्रास्ते [atrāste] aqui está* सा [sā] a* चन्द्रस्य-सोदशी [candrasya-sodaśī] a décima sexta Kalā (fase) da Lua (Amā-Kalā)* शुद्धा [śuddhā] ela é imaculada* शिशू-सुर्य-सोदर-कला [śiśū-surya-sodara-kalā] e se assemelha (em cor) ao sol nascente* निरजसूक्ष्म-तन्तु-शतधा-भागैक-रूपा [nirajasūkṣma-tantu-śatadhā-bhāgaika-rūpā] ela é tão fina quanto a centésima parte de uma fibra do caule de uma flor de lótus* विद्य्युत्कोति-समान-कोमल-तनूर्-विद्यु-तित [vidyyutkoti-samāna-komala-tanūr-vidyu-tita] ela é reluzente e suave como dez milhões de relâmpagos* अधः-मुखी [adhaḥ-mukhī] e está voltada para baixo* नित्यानन्द-परर्ंपर [nityānanda-paraṃpara] dela, cuja fonte é Brahman* अतिविगलत्-पीयूषधाराधरा [ativigalat-pīyūṣadhārādharā] flui copiosamente uma interminável corrente de néctar (ou, Ela é o receptáculo da corrente do excelente néctar que provém da bem aventurada união de Śiva e Śakti)*
46- Aqui está a excelente décima sexta Kalā (fase) da Lua (Amā-Kalā). Ela é pura e se assemelha (em cores) ao sol nascente. Ela é tão fina quanto a centésima parte de uma fibra do caule de uma flor de lótus. Ela é reluzente e suave como dez milhões de relâmpagos, e está voltada para baixo. Dela, cuja fonte é Brahman, flui copiosamente uma interminável corrente de néctar (ou, Ela é o receptáculo da corrente do excelente néctar que provém da bem aventurada união de Śiva e Śakti).
47- निर्वाणाख्यकला परा परत्परा सास्ते तदन्तर्गता / केशाग्रस्य सहस्रधा विभजितस्यैकाम्शरूपा सती । भुतानामधिदैवतं भगवति नित्यप्रबोधोदया / चन्द्रार्धान्गसमानभण्गुरवती सर्वार्कतुल्यप्रभा ॥४७॥
nirvāṇākhyakalā parā paratparā sāste tadantargatā / keśāgrasya sahasradhā vibhajitasyaikāmśarūpā satī bhutānāmadhidaivataṃ / bhagavati nitya prabodhodayā candra ardhānga samāna / bhaṇguravatī sarvārkatulyaprabhā //47//
तदन्तर्गता [tadantargatā] dentro dela (Amā-kalā)* निर्वाणा-ख्य-कला [nirvāṇā-khya-kalā] está Nirvāna-kalā* परा-परत्परा [parā-paratparā] superior à excelente (Amā-kalā)* केशाग्रस्य-सहस्रधा-विभजि-तस्यैकाम्श-रूपा [keśāgrasya-sahasradhā-vibhaji-tasyaikāmśa-rūpā] ela é tão fina quanto a milésima parte de um fio de cabelo* चन्द्र-अर्धान्ग-समान-भण्गुरवती [candra-ardhānga-samāna-bhaṇguravatī] e tem o formato da lua crescente* भगवति [bhagavati] ela é a eterna Bhagavatī* भुतानाम्- अधि-दैवतं [bhutānām-adhi-daivataṃ] a Devatā que permeia todos os seres* नित्य-प्रबोधोदया-सास्ते [nitya-prabodhodayā-sāste] ela concede o eterno conhecimento Divino* सर्वार्क-तुल्य-प्रभा [sarvārka-tulya-prabhā] e é tão brilhante quanto a luz de todos os sóis brilhando ao mesmo tempo*
47- Dentro dela (Amā-kalā) está Nirvāna-kalā, superior à excelente (Amā-kalā). Ela é tão fina quanto a milésima parte de um fio de cabelo e tem o formato da lua crescente. Ela é a eterna Bhagavatī, a Devatā que permeia todos os seres. Ela concede o eterno conhecimento divino e é tão brilhante quanto a luz de todos os sóis brilhando ao mesmo tempo.
48- एतस्या मध्यदेशे विलसति परमापूर्वनिर्वाणशक्तिः / कोत्यादित्यप्रकाशा त्रिभुवनजननी कोटिभागैकरूपा । केशाग्रस्यातिसूक्ष्मा निरवधि विगलप्रेमधाराधरा सा / सर्वेषां जीवभूता मुनिमनसि मुदा तत्त्वभोधं वहन्ति ॥४८॥
etasyā madhyadeśe vilasati paramāpūrvanirvāṇaśaktiḥ / kotyādityaprakāśā tribhuvanajananī koṭibhāgaikarūpā | keśāgrasyātisūkṣmā niravadhi vigalapremadhārādharā sā / sarveṣam jīvabhūtā munimanasi mudā tattvabhodhaṃ vahanti //48//
एतस्याः-मध्य-देशे [etasyāḥ-madhya-deśe] dentro de seu espaço intermediário (ié. no meio do Nirvāna-kalā)* विलसति [vilasati] brilha* परम-अपूर्व-निर्वाण-शक्तिः [parama-apūrva-nirvāṇa-śaktiḥ] a Suprema e Primordial Nirvāna-Śakti* कोत्यादित्य-प्रकाशा [kotyāditya-prakāśā] ela é brilhante como dez milhões de sóis* त्रि-भुवन-जननी [tri-bhuvana-jananī] e é a mãe dos três mundos* केशाग्रस्य-कोटि-भागैक-रूपा-तिसूक्ष्मा [keśāgrasya-koṭi-bhāgaika-rūpā-tisūkṣmā] ela é extremamente sutil como a décima milionésima parte de um fio de cabelo* निरवधि-विगलत्-प्रेम-धारा-धरा [niravadhi-vigalat-prema-dhārā-dharā] ela contém dentro de si o fluxo constante de alegria* सर्वेषम्-जीव-भूता [sarveṣam-jīva-bhūtā] e é a vida de todos os seres* वहन्ति-मुदा [vahanti-mudā] ela leva graciosamente* तत्त्वभोधं [tattvabhodhaṃ] o conhecimento da Verdade (Tattva)* मुनिमनसि [munimanasi] à mente dos sábios* 
48- Dentro de seu espaço intermediário (ié. no meio do Nirvāna-kalā) brilha a Suprema e Primordial Nirvāna-Śakti; Ela é brilhante como dez milhões de sóis e é a Mãe dos três mundos. Ela é extremamente sutil como a décima milionésima parte de um fio de cabelo. Ela contém dentro de si o fluxo constante de alegria e é a vida de todos os seres. Ela graciosamente leva o conhecimento da Verdade (Tattva) à mente dos sábios.
49- तस्या मध्यातराले शिवपदममलं शाश्वतं योगिगम्यं / नित्यानन्दाभिधानम् सकलसुखमयं शुद्धभोधस्वरूपं । केचिद्ब्रह्माभिधानं पद्मिति सुधियो वैṣणवं तल्लपन्ति / केचिद्धंसख्यमेतत्किमपि सुकृइत्नो मोक्क्षमात्मप्रबोधं ॥४९॥
tasyā madhyātarāle śivapadamamalaṃ śāśvataṃ yogigamyaṃ / nityānandābhidhānam sakalasukhamayaṃ / uddhabhodha svarūpaṃ | kecidbrahmābhidhānaṃ padamiti sudhiyo vaiṣṇavaṃ tallapanti / keciddhaṃsa ākhyametatkimapi sukṛitnaḥ mokṣamātma-prabodhaṃ //49//
तस्या-मध्यातराले [tasyā-madhyātarāle] no interior dela* शाश्वतं-शिव-पदम् [śāśvataṃ-śiva-padam] está a eterna morada de Śiva* अमलं [amalaṃ] que é livre de Māyā* योगि-गम्यं [yogi-gamyaṃ] e é alcançável apenas por Yogins* भिधानम् [bhidhānam] é conhecida* नित्यानन्द [nityānanda] pelo nome Nityānanda* सकल-सुख-मयं [sakala-sukha-mayaṃ] está repleto de toda forma de felicidade* शुद्धभोधस्वरूपं [śuddhabhodhasvarūpaṃ] e é o próprio conhecimento puro* केचिद्-भिधानं-ब्रह्मा [kecid-brahmā] alguns chamam de Brahman* केचिद्- हंस [kecid-haṃsa] outros de Haṃsa* पदमिति-सुधियः-वैष्णवं-तल्लपन्ति [padamiti-sudhiyaḥ-vaiṣṇavaṃ-tallapanti] os homens sábios a descrevem como a morada de Viṣṇu* आख्यमेतत्सुकृइत्नः [ākhyametatsukṛitnaḥ] e, os homens virtuosos referem-se a ele* किमपि-आत्म-प्रबोधं [kimapi-ātma-prabodhaṃ] como o lugar inefável do conhecimento do Ātmā* मोक्षम् [mokṣam] ou de Mokṣa (liberação)*
49- Dentro dela está o lugar eterno chamado a morada de Śiva, que é livre de Māyā, alcançável apenas por Yogins; é conhecida pelo nome de Nityānanda. Está repleto de toda forma de bem-aventurança e é o próprio conhecimento puro. Alguns chamam de Brahman; outros chamam de Haṃsa. Os homens sábios a descrevem como a morada de Viṣṇu, e os justos falam dele como o lugar inefável do conhecimento do Ātmā, ou o lugar da Libertação.
Resumo dos versos de 41 a 49
       
Acima (no final) da Suṣumnā-Nāḍī está o Lótus de mil pétalas; é branco e tem a cabeça virada para baixo; seus filamentos são vermelhos. As cinquenta letras do alfabeto de A a La, também brancas, giram vinte vezes sobre as mil pétalas. Em seu pericarpo está Haṃsa, e acima dele está o Guru que é o próprio Parama-Śiva. Acima do Guru estão o Sūrya e o Candra-Maṇḍalas, e acima deles Mahāvāyu. Sobre o último está colocado Brahmarandhra, e acima dele Mahāśaṅkhinī. No Maṇḍala da Lua está o triângulo semelhante ao relâmpago, no qual está o décimo sexto Kalā da Lua, que é tão fino quanto a centésima parte da fibra de lótus e de cor vermelha, com a boca virada para baixo. No topo deste Kalā está o Nirvāṇa-Kalā, sutil como a milésima parte de um fio de cabelo, também vermelho e com a boca virada para baixo. Abaixo do Nirvāṇa-Kalā está o Fogo chamado Nibodhikā, que é uma forma de Avyakta-nāda. Acima dele (Nibodhikā), e dentro do Nirvāṇakalā, está o Para Bindu, que é ambos Śiva e Śakti. A Śakti deste ParaBindu é o Nirvāṇa-Śakti, que é Luz (Tejas) e existe na forma de Haṃsa (Haṃsa-rūpa), e é sutil como a décima milionésima parte de um fio de cabelo. Esse Haṃsa é Jīva. Dentro do Bindu está o vazio (Sūnya), que é o Brahma-pada (local do Brahman).
         De acordo com a visão expressa no quinto capítulo do Āgamakalpa-druma e em outras obras, o triângulo A-Ka-Tha está no pericarpo do Sahasrāra. Nos seus três cantos existem três Bindus: o Bindu inferior no ápice do triângulo é Ha-kāra e é masculino (Pūruṣa); e os dois Bindus nos cantos constituem o Visarga na forma Sa e representam Prakṛti. Pūruṣa e Prakṛti se mostram assim na forma de três Bindus. No meio está Amā-kalā, e no topo dela está o NirvāṇaŚakti, e o espaço vazio no Nirvāṇa-Śakti é o Para-brahman. Diz-se: "Dentro da Maṇḍala da lua no lótus branco de mil pétalas brilha como um relâmpago o triângulo A-Ka-Tha unido a Ha-La-Ksa. Dentro dele, está o excelente (Para) Bindu (Sūnya), colocado abaixo do Visarga. Nesta região fica o décimo sexto Kalā (Amā Kalā), virado para baixo, da cor do sol nascente, em forma de lua crescente que descarrega uma corrente de néctar, e dentro dela está Para-Śakti, possuindo a refulgência de dez milhões sóis. Ela é tão sutil quanto a milésima parte da fibra de Lótus e é Cidātmikā (tem a natureza de Cit). Dentro dela está Bindu, que é o Nirañjana-Pūruṣa, que está além da mente e da fala e é Saccidānanda, e Visarga (que também está lá) é Prakṛti. Haṃsa, que é Pum (Pūruṣa) e Prakṛti, brilha por Sua própria refulgência. "Aqueles que seguem essa visão colocam Sa-kāra sobre o Bindu e colocam o Guru acima do Visarga e Bindu que juntos formam Haṃsa, mas isso não pode estar certo. O Nirvāṇa Tantra fala do Guru como adoração à Para Bindu-rūpa-Śakti, é como estar perto dela no ato da adoração. O adorador deve sempre sentar-se em um nível mais baixo e diante do objeto de adoração, e nunca em um nível mais alto, nem por trás do objeto de adoração. Cf. Nirvāṇa Tantra: "Medite na Nirañjana Devi dentro do Satyaloka no Cintāmaṇi-gṛha, como instalada no trono de jóias ou assento do leão (Siṃhāsana), com seu Guru estando perto dela e adorando-a. "O Tantra Mahākālī, além disso, fala explicitamente da presença do Guru sobre as duas letras Ham e Sah. Deve-se entender que, se houver algum texto que difira, ou acrescente algo aos aqui adotados, eles devem ser considerados como diferentes conselhos e opiniões.
(Este é o final da sétima seção)
ब्रह्मद्वारस्य मद्ये विरचवति स तां शुद्धबुद्धिस्वभावो / भित्त्वा तल्लिङ्गरूपम् पवनदहनयोराक्रमेणैव गुप्तं ॥५०॥
hūṃkāreṇaiva devīm yamaniyamasamabhyāsaśīlaḥ suśīlo jñātva śrīṇāthavaktrāt-kramamiti ca mahāmokṣavartmaprakāśaṃ / brahmadvārasya madye viracavati sa tāṃ śuddhabuddhisvabhāvo / bhittvā talliṅgarūpam pavana dahanayorākrameṇaiva guptaṃ //50//
सुशीलः-यम-नियम-सम-भ्यासशीलः [suśīlaḥ-yama-niyama-sama-bhyāsaśīlaḥ] aquele cuja natureza é purificada pela prática de Yama, Niyama e similares* श्री-णाथ-वक्त्रात्-ज्ञात्व [śrī-ṇātha-vaktrāt-jñātva] aprende pela boca do seu guru* क्रम [krama] o processo* महा-मोक्ष-वर्त्म-प्रकाशं [mahā-mokṣa-vartma-prakāśaṃ] que abre o caminho para a descoberta da grande Libertação* स [sa] aquele* शुद्ध-बुद्धि-स्वभाव [śuddha-buddhi-svabhāva] cujo ser inteiro está imerso em Brahman* हूं-कारेणैव-देवीम् [hūṃ-kāreṇaiva-devīm] desperta a Devī por hūṃ-kāra* भित्त्वा [bhittvā] que perfura* मद्ये [madye] o meio* तल्लिङ्ग-रूपम् [talliṅga-rūpam] do Liṅga* गुप्तं [guptaṃ] cuja boca está fechada e, portanto, é invisível* च [ca] e* दहनयोराक्रमेणैवपवन [dahanayorākrameṇaivapavana] por meio do Ar e do Fogo (internos)* ब्रह्मद्वारस्यविरचवति [brahmadvārasyaviracavati] ela é introduzida no Brahmadvara* 
50- Aquele cuja natureza é purificada pela prática de Yama, Niyama e similares, aprende pela boca de seu Guru o processo que abre o caminho para a descoberta da grande Libertação. Aquele cujo ser inteiro está imerso no Brahman, desperta a Devi por Hum-kara (mantra) que perfura o centro do Linga, cuja boca está fechada e, assim, é invisível; e por meio do Ar e do Fogo (internos), ela é introduzida no Brahmadvara.
51- भित्वा लिन्गत्रयं तत्परमरसशिवे सूक्ष्मधाम्णि प्रदीपे / सा देवी शुद्धसत्त्वा तडिदिव विलसत्तन्तुरूपस्वरूपा । ब्रह्माख्यायाः सिरायाः सकलसरसिजं प्राप्य देदीप्यते / तन्मोक्षाख्यानन्दरूपम् घटयति सहसा सूक्ष्मतालक्षणेन॥५१॥
bhitvā lingatrayaṃ tatparamarasaśive sūkṣmadhāmṇi pradīpe / sā devī śuddha sattvā taḍidiva vilasattanturūpasvarūpā | brahma ākhyāyāḥ sirāyāḥ sakalasarasijaṃ prāpya dedīpyate / tam mokṣa ākhyānandarūpam ghaṭayati sahasā sūkṣmatālakṣaṇena //51//
देवी [devī] O Devī* शुद्ध-सत्त्वा [śuddha-sattvā] que é Śuddha-sattvā (Turiyā)* भित्वा [bhitvā] perfura* लिन्ग-त्रयं [linga-trayaṃ] os três Liṅgas* प्राप्य [prāpya] e tendo alcançado* सरसिजं [sarasijaṃ] todos os lótus* ब्रह्म-आख्यायाः [brahma-ākhyāyāḥ] conhecidos como os lótus Brahma-nāḍī* देदीप्यते [dedīpyate] brilha neles* सकल [sakala] na plenitude* विलसत् [vilasat] de seu brilho* 
तडित्-इव [taḍit-iva] como um relâmpago* तन्तुसूक्ष्मतालक्षणेनसिरायाः [tantusūkṣmatālakṣaṇenasirāyāḥ] e fina como uma fibra de lótus* सूक्ष्म-धाम्णि-प्रदीपे [sūkṣma-dhāmṇi-pradīpe] ela vai como uma chama para o reluzente* तत्-परम-शिवे [tat-paramarasa-śive] Śiva* अनन्दरूपम् [anandarūpam] a bem aventurança* सहसा [sahasā] e de repente* घटयति [ghaṭayati] gera* मोक्ष-आख्या [mokṣa-ākhyā] a bem-aventurança da libertação*
51- O Devī que é Śuddha-sattvā (Turiyā) perfura os três Liṅgas e, tendo alcançado todos os lótus que são conhecidos como os lótus Brahma-nāḍī, brilha neles na plenitude de Seu brilho. Posteriormente, em seu estado sutil, brilhante como o relâmpago e fina como a fibra de lótus, ela vai como uma chama, para o reluzente Śiva, a Felicidade Suprema e, de repente, gera a bem-aventurança da Libertação.
52- नीत्वा तां कुलकुण्डलीं लयवशाज्जीवेन सार्धं सुधीर् / मोक्षे धामनि शुद्धपद्मसदने शैवे परे स्वामिनि । ध्यायेदिष्टफलप्रदां भगवतीं चैतन्यरूपां परां / योगीन्द्रो गुरुपादपद्मयुगलालम्बी समाधौ यतः ॥५२॥
nītvā tāṃ kulakuṇḍalīṃ layavaśājjīvena sārdhaṃ sudhīr / mokṣe dhāmani śuddhapadmasadane śaive pare svāmini | dhyāyediṣṭaphalapradāṃ bhagavatīṃ caitanyarūpāṃ parāṃ / yogīndro gurupādapadmayugalālambī samādhau yataḥ //52//
सुधीर् [sudhīr] o sábio* योगीन्द्रो [yogīndro] excelente Yogin* समाधौ-यतः [samādhau-yataḥ] absorvido em samādhi* गुरु-पाद-पद्म-युगलालम्बी [guru-pāda-padma-yugalālambī] e dedicado aos pés de Lótus de seu Guru* जीवेन-सार्धं-नीत्वा [jīvena-sārdhaṃ-nītvā] deve levar Kula-Kuṇḍalī junto com Jīva* स्वामिनि [svāmini] a seu Senhor* परां [parāṃ] Para-Śiva* परे [pare] na suprema* मोक्ष-धामनि [mokṣa-dhāmani] morada da liberação* शुद्धपद्मसदने [śuddhapadmasadane] dentro do puro Lótus* ध्यायेदिष्ट-फल-प्रदां [dhyāyediṣṭa-phala-pradāṃ] e meditar sobre Ela que concede todos os desejos* चैतन्य-रूपां-भगवतीं [caitanya-rūpāṃ-bhagavatī] Caitanya-rūpā-Bhagavatī, como a consciência de todos os seres* तां [tāṃ] quando ela assim conduz* कुलकुण्डलीं [kulakuṇḍalīṃ] Kula-Kuṇḍalī* शैवेलय-वशात् [śaivelaya-vaśāt] ele deve fazer todas as coisas absorverem-se nela* 
52- O sábio e excelente Yogin absorvido em samādhi, e dedicado aos pés de Lótus de seu Guru, deve levar Kula-Kuṇḍalī junto com Jīva a seu Senhor, Para-Śiva, na morada da Liberação dentro do puro Lótus, e meditar sobre Ela que concede todos os desejos como Caitanya-rūpā-Bhagavatī (a consciência de todos os seres). Quando ele assim conduz Kula-Kuṇḍalinī, ele deve fazer todas as coisas absorverem-se nela.
53- लाक्षाभं परमामृतं परशिवात्पीत्वा पुनः कुण्डली / नित्यानन्दमहोदयात् कुलपथान्मूले विशेत्सुन्दरी / तद्दिव्यामृतधारया स्थिरमतिः संतर्पयेद्दैवतं / योगी योगपरंपराविदितया ब्रह्माण्डभाण्डस्थितं ॥५३॥
lākṣābhaṃ paramāmṛtaṃ paraśivātpītvā punaḥ kuṇḍalī / nityānandamahodayāt kulapathānmūle viśetsundarī | tat divya āmṛta dhārayā sthiramatiḥ saṃtarpayeddaivataṃ / yogī yogaparaṃparāviditayā brahmāṇḍabhāṇḍasthitaṃ //53//
तत् [tat] aquela* सुन्दरी [sundarī] bela* कुण्डली [kuṇḍalī] kuṇḍalī* परमामृतंलाक्षाभं [paramāmṛtaṃlākṣābhaṃ] (bebe) o excelente néctar vermelho* परशिवात्पीत्वा [paraśivātpītvā] emitido por Para-Śiva* पुनःनित्यानन्द-महोदयात् [punaḥnityānanda-mahodayāt] e retorna de onde brilha a Eterna e Transcendente Felicidade com toda a sua glória* कुल-पथा [kula-pathā] ao longo do caminho do Kula* मूले-विशेत् [mūle-viśet] e novamente entra no mūlādhāra* योगी-स्थिरमतिः [yogī-sthiramatiḥ] o yogin que ganhou firmeza mental* संतर्पयेत् [saṃtarpayet] oferece (Tarpaṅa)* दैवतं [daivataṃ] ao Īṣṭa-devatā e aos Devatās dos seis centros (Cakra), Dākinī e outros* दिव्यामृतधारया [divyāmṛtadhārayā] com aquela corrente de néctar celestial* ब्रह्माण्ड-भाण्ड-स्थितं [brahmāṇḍa-bhāṇḍa-sthitaṃ] que está no cerne (Kuṇḍalinī) do Brahmāṇḍa* योग-परंपरा-विदितया [yoga-paraṃparā-viditayā] o conhecimento do que ele ganhou através da tradição dos gurus* 
53- A bela Kuṇḍalī bebe o excelente néctar vermelho emitido por Para-Śiva, e retorna de onde brilha a Eterna e Transcendente Felicidade com toda a sua glória ao longo do caminho do Kula, e novamente entra no mūlādhāra. O yogin que ganhou firmeza mental oferece (Tarpaṅa) ao Īṣṭa-devatā e aos Devatās dos seis centros (Cakra), Dākinī e outros, com aquela corrente de néctar celestial que está no cerne (Kuṇḍalinī) do Brahmāṇḍa, o conhecimento do que ele ganhou através da tradição dos gurus.
54- ज्ञात्वैतत्क्रममुत्तमं यतमना योगि यमाद्यैर्युतः / श्रीदीक्षागुरुपादपद्मयुग्लामोदप्र्वाहोदयात् । सम्शरे न हि जन्यते न हि कदा संक्षीयते संक्षये / नित्यानन्दपरंपराप्रमुदितः शान्तः सतामग्रणीः॥५४॥
jñātvaitatkramamuttamaṃ yatamanā yogi yamādyair-yutaḥ / śrīdīkṣāgurupāda padmayuglāmoda prvāhodayāt | samśare na hi janyate na hi kadā saṃkṣīyate saṃkṣaye / nityānanda paraṃparā pramuditaḥ śāntaḥ satāmagraṇīḥ //54//
योगि-ज्ञात्वैतत्क्रममुत्तमं [yogi-jñātvaitatkramamuttamaṃ] o yogin que depois da prática aprendeu esse excelente método* यमाद्यैर्-युतः [yamādyair-yutaḥ] de Yama, Niyama e outros* श्री-दीक्षा-गुरु-पाद-पद्म-युगला-मोद-प्रवाहोदयात् [śrī-dīkṣā-guru-pāda-padma-yugalā-moda-pravāhodayāt] pelos pés de lótus do auspicioso Dīkṣā-guru, que é a fonte da alegria ininterrupta* यतमना [yatamanā] tendo a mente controlada* कदा-जन्यते [kadā-janyate] nunca renasce* सम्शरे [samśare] nesse mundo do samśara* नहि-संक्षीयते [nahi saṃkṣīyate] (para ele) não há dissolução* न-संक्षये [na-saṃkṣaye] nem dissolução final* नित्यानन्द-परंपरा-प्रमुदितः [nityānanda-paraṃparā-pramuditaḥ] Alegrado pela realização constante daquilo que é a fonte da Felicidade Eterna* शान्तः [śāntaḥ] ele se torna cheio de paz* सताम्-अग्रणीः [satām-agraṇīḥ] e se destaca entre todos os Yogins* 
54- O yogin que depois da prática aprendeu esse excelente método pelos pés de lótus do auspicioso Dīkṣā-guru, que é a fonte da alegria ininterrupta e cuja mente (Manas) é controlada, nunca renasce neste mundo (Samsarā). Para ele, não há dissolução, nem dissolução final. Alegrado pela realização constante daquilo que é a fonte da Felicidade Eterna, ele se torna cheio de paz e se destaca entre todos os Yogins.
55- योऽधीते निशि संध्ययोरथे दिवा योगी स्वभावस्थितो / मोक्षज्ञाननिदानमेतदमलं शुद्धं च गुप्तं परं । श्रीमच्छ्रीगुरुपादपद्मयुगलालम्बी यतान्तर्मना-स्तस्यवश्यमभीष्टदैवतपदे चेतो नरीनृत्यते ॥५५॥
yo'adhīte niśi saṃdhyayorathe divā yogī svabhāvasthito / mokṣa jñāna nidānametadamalaṃ śuddhaṃ ca guptaṃ paraṃ | srī macchrī gurupādapadmayugalālambī yatāntarmanā-stasya vaśyama bhīṣṭadaivatapade ceto narīnṛtyate //55//
55- Se o Yogin que é dedicado aos Pés de Lótus de seu Guru, com mente imperturbável e concentrada, lê esta obra que é a fonte suprema do conhecimento da Libertação, e que é impecável, pura e mais secreta, então de com muita certeza, sua mente dança aos pés de seu Īṣṭa-devatā.
Aqui termina a explicação dos versos, que descreve os seis cakras, formando parte do Sri-tattva-cintāmaṇī, composto por Śrī-Pūrṇānandayati.

Links
Kundalini / Wikipedia
Cakra / Wikipedia
Sat Cakra Nirupana / realization.org
Sat Cakra Nirupana / advinario.com
Sat Cakra Nirupana / bhagavadgitausa.com

Nenhum comentário: