25/09/2019

Nada Bindu Upanishad

 नादबिन्दूपनिषत् - [nādabindūpaniṣat] - Nada Bindu Upanishad

A Nādabindu Upaniṣad, também conhecida como Amṛta Nāda Bindu Upaniṣad, está entre as Upaniṣads menores do Hinduísmo, e é uma das vinte Upaniṣads do Yoga de todos os Vedas. O texto existe em duas versões significativamente diferentes, a do norte e a do sul da Índia que variam parcialmente na forma da entonação do Pranava (Om). Por exemplo, a versão de Calcutá difere da edição de Poona, substituindo Dhriti por Dhruva e Mauni por Nari (fases dos doze kalās (entonações). Esses manuscritos são anexados ao Atharvaveda ou ao Rigveda, respectivamente.
        Mircea Eliade coloca esse texto entre as antigas Upaniṣads do Yoga. Ele sugere que foi composta na mesma época da Maitri Upanishad, das partes didáticas do Mahabharata, do principal Sannyasa Upanishad incluindo outras Upanishads do Yoga, como a Brahmabindu, a Brahmavidya, a Tejobindu, a Yogatattva, a Kshurika, a Yogashikha, a Dhyanabindu e a Amritabindu. Gavin Flood data este texto, juntamente com outras Upanishads do Yoga, entre 100 AC a 300 DC.
        A palavra Nāda refere-se ao som não tocado (não produzido fisicamente) chamado de "Anāhata Nāda", que é percebido como um zumbido fino no ouvido direito; uma pessoa que medita sobre ele alcança, facilmente, Turya, o estado mais elevado de concentração. Diz-se que esse som tem sua fonte no lótus do coração (chamado, por isso, de Anāhata Cakra). Bindu é um centro psíquico localizado no cérebro, na parte superior da parte traseira da cabeça que é o ponto de origem ou origem da criação individual, onde começa o som primordial ou a primeira vibração, o mantra Om. O Nādabindu descreve o símbolo Om com doze "mātrās", em vez de três e meio "mātrās" geralmente encontrado na literatura indiana antiga. O yogin contempla Omkara, afirma o texto, como Haṃsa (ganso migratório), em doze Kalās ou variações dos quatro mātrās (entonações). A variação é produzida pelos três svara (nota na escala musical), a saber Udatta, Anudatta e Svarita. Os doze Kalās, de acordo com o texto do Nādabindu, são Ghosini, Vidyunmali, Patangini, Vayuvegini, Namadheya, Aindri, Vaishnavi, Sankari, Mahati, Dhriti, Nari e Brahmi. 
        O Dhyānabindu, uma expansão de Nādabindu, afirma que a meditação sobre o Pranava (Om) pode destruir todos os karmas. O yogin deve meditar nos lótus do coração, depois no centro das sobrancelhas, depois no Sol, na Lua e em Agni, assim chegando ao Ātman.


Invocação
वैराजात्मोपासानाया संजातज्ञानवह्निना। दग्ध्वा कर्मत्रयं योगी यत्पदं याति तद्भजे ।। ॐ बाङ्मे मनसीति शान्तिः ।।
vairājātmopāsanaya saṃjātajñānavahninā / dagdhvā karmatrayaṃ yogī yatpadaṃ yāti tadbhaje / om vānme manasīti śāntiḥ
दग्ध्वा [dagdhvā] tendo queimado* कर्म-त्रयं [karma-trayaṃ] os três karmas* वह्निना [vahninā] através do fogo* ज्ञान [jñāna] do conhecimento* संजात [saṃjāta] e renascido* उपासनय [upāsanaya] através da devoção ao* आत्म [ātma] Self* वैराज [vairāja] derivado de Virāj (Brahma)* योगी [yogī] o yogin* याति [yāti] vai para* यत्-पदं [yat padaṃ] o assento* तत्-भजे [tat-bhaje] que ele adora* 
ओम् [om] Om* ईति [īti] que haja* शान्तिः [śāntiḥ] paz* वान्मे [vānme] na fala* मनस् [manas] e na mente* 
Tendo queimado os três karmas através do fogo do conhecimento, e renascido pela devoção ao Ātmā (Brahman), o yogin vai para o lugar que ele adora. Om, que haja paz na fala e na mente.
1- Simbolismo do AUM
ॐ अकारो दक्षिण: पक्ष उकारस्तूत्तरः समृतः। मकारं पुच्छमित्याहुरर्धमात्रा तु मस्तकम् ।।१ ।।
om akāro dakṣinaḥ pakṣa ukārastūttaraḥ smṛtaḥ / makāraṃ pucchamityāhurardhamātrā tu mastakam //1//
अकारः [akāraḥ] a sílaba 'a' * स्मृतः [smṛtaḥ] é considerada* दक्षिनःपक्षः [dakṣinaḥ-pakṣaḥ] a asa direita* ओम् [om] do OṂ, AUṂ (como o pássaro Haṃsa)* इति [iti] então* उकारः [ukāraḥ] a sílaba 'u' * ऊत्तरः [ūttaraḥ] a esquerda* मकारं [makāraṃ] a sílaba 'm' * पुच्छम् [puccham] a cauda* तु [tu] e* अर्धमात्रा [ardhamātrā] meia sílaba (eco nasal do 'm')* आहुः [āhuḥ] diz-se* मस्तकम् [mastakam] que é a cabeça* 
1- A sílaba "A" é considerada a asa direita do Haṃsa (OṂ); a sílaba U é a esquerda; "M", é a cauda; e o Ardha-Matra (nazalização do M) diz-se que é sua cabeça.
Swamini Satyadharma Saraswati: "A meditação neste símbolo representa a fusão de nāda e bindu, o ponto primordial a partir do qual toda forma evolui, na fonte ou no começo da evolução. Nāda bindu é o ponto exato da transição, quando a criação começa a se desdobrar a partir de sua fonte, a pura consciência e, novamente, quando a criação manifesta se dissolve novamente na fonte original."
2- Qualidade do AUM
पादादिकं गुणाासतासया शरीरं सत्त्वमुच्यते। धर्मो ऽस्य दक्षिणं चक्षुरधर्मो ऽथो परः समृतः ।।२ ।।
pādādikaṃ guṇāstasya śarīraṃ sattvamucyate / dharmo ‘sya dakṣiṇaṃ cakṣuradharmo‘ tho paraḥ smṛtaḥ // 2 //
उच्यते [ucyate] diz-se* गुणाह् [guṇāh] os guṇas (rajas, tamas e sattva)* आदिकं [ādikaṃ] começam pelos* पाद [pāda] pés* तस्य-शरीरं [tasya-śarīraṃ] seu corpo* सत्त्वम् [sattvam] é a verdade* धर्मः [dharmaḥ] dharma, harmonia* स्मृतः [smṛtaḥ] é considerado* अस्य-दक्षिणं-चक्षुः [asya-dakṣiṇaṃ-cakṣuḥ] seu olho direito* अथः [athaḥ] e* अधर्म [adharma] adharma, desarmonia* परः [paraḥ] outro (olho)*
2- Diz-se que os guṇas começam pelos pés (rajas, tamas e sattva), seu corpo é a verdade; o dharma é considerado o olho direito e o adharma, o outro olho.
(S.S.Saraswati): "O símbolo do AUM, como descrito anteriormente, representa a essência do som e, portanto, contém nele a potencialidade de toda a criação, manifesta e não-manifesta. Assim, diz-se que as guṇas, ou qualidades da natureza, começam aos seus pés ou base, onde permanecem em equilíbrio. Os três guṇas são tamas: estabilidade, rajas: movimento e sattva: equilíbrio. A criação começa quando há algum movimento leve, alguma interação leve entre os guṇas, fazendo com que um deles se torne dominante. E assim, sattva se torna dominante como o corpo de AUM. Isso significa que AUM surge como uma vibração pura e equilibrada. Tudo o que se manifesta entra na dimensão da dualidade. Portanto, o dharma é seu olho direito e o adharma, seu olho esquerdo. Os olhos aqui representam o senso de percepção. Dharma refere-se à percepção correta, que leva à conexão e harmonia com o divino. Adharma refere-se à percepção errada, levando à desconexão e desarmonia."

3 / 4- Origem dos sete lokas
भूर्लोकः पादयोस्तस्य भूवर्लोकस्तु जानुनि। सुवर्लोकः कटीदेशे नाभिदेशे महर्जगत् ।।३ ।।
जनोलोकस्तु हृद्देशे कण्ठे लोकस्तपस्ततः। भ्रुवोर्ललाटमध्ये तु सत्यलोको व्यवस्थितः ।।४ ।।
bhūrlokaḥ pādayostasya bhūvarlokastu jānuni / suvarlokaḥ kaṭideśe nābhideśe maharjagat //3//
janolokastu hṛddeśe kaṇṭhe lokastapastataḥ / bhruvorlalātamadhye tu satyaloko vyavasthitaḥ //4//
भूर्लोकः [bhūrlokaḥ] bhūrloka, primeiro plano de consciência* व्यवस्थितः [vyavasthitaḥ] está localizado*पादयोः-तस्य [pādayoḥ-tasya] em seus pés* तु [tu] e* भूवर्लोकः [bhūvarlokaḥ] bhūvarloka, o segundo plano de consciência* जानुनि [jānuni] nos joelhos* तु [tu] e* सुवर्लोकः [suvarlokaḥ] suvarloka, o terceiro plano de consciência* देशे [deśe] na região* कटि [kaṭi] dos quadris* महः-जगत् [mahaḥ-jagat] maharjagat, o quarto plano de consciência* देशे [deśe] na região* नाभि [nābhi] do umbigo* जनःलोकः [janaḥlokaḥ] janoloka, o quinto plano de consciência* देशे [deśe] na região* हृद् [hṛd] do coração* तु [tu] e* लोकः-तपः [lokaḥ-tapaḥ] tapoloka, sexto plano de consciência* कण्ठे [kaṇṭhe] na garganta* ततः [tataḥ] dali* मध्ये [madhye] no centro* ललात [lalāta] testa* भ्रुवोः [bhruvoḥ] sobrancelhas* सत्यलोक [satyaloka] satyaloka, sétimo plano de consciência*
3/4- O bhūrloka está localizado em seus pés, o bhūvarloka em seus joelhos; o suvarloka na região dos quadris; o maharjagat na região do umbigo. Janoloka está localizado na região do coração; tapoloka na garganta e satyaloka no centro da testa entre as sobrancelhas.
(S. S. Saraswati): "Agora Aum, sendo a primeira vibração da criação, diz-se que contém, em si, os lokas (planos de existência). Novamente, o simbolismo do Aum é usado para a alocação dos sete planos. O bhūrloka, ou plano terrestre, está nos pés ou base. Bhūvarloka, o plano intermediário ou espacial, está nos joelhos. Suvarloka, o plano celestial, está na região do quadril. Mahaloka, o grande plano supra celeste, está na região do umbigo. Janoloka, o plano onde habita Jīva, está localizado na região do coração. Tapoloka, o plano onde habitam os siddhas, está localizado na garganta. E Satyaloka, o plano da verdade absoluta, está no centro da testa, entre as sobrancelhas."
5/6a- Poder do mantra
सहस्रार्णमतीवात्र मन्त्र एष प्रदर्शितः। एवमेतं समारूधो हंसयोगविचक्षणः ।।५ ।।
न भिद्यते कर्मचारैः पापकोटिशतैरपि ।६।
mantra sahasrārṇamatīvātra eṣa pradarśitaḥ / evametaṃ samārūdho haṃsayogavicakṣaṇaḥ //5//
na bhidyate karmacāraiḥ pāpakoṭiśatairapi. //6a//
मन्त्र [mantra] (a contínua repetição do) mantra* प्रदर्शितः [pradarśitaḥ] é explicado* अत्र [atra] aqui* इव [iva] como* सहस्र-अर्ण [sahasra-arṇa] mil ondas* मति [mati] de intelecção* विचक्षणः [vicakṣaṇaḥ] quem é capacitado* एतं [etaṃ] em* योग [yoga] yoga* समारूधः [samārūdhaḥ] tendo montado* हंस [haṃsa] o Haṃsa (capaz de distinguir entre realidade e impermanência)* एवम् [evam] seguramente* नभिद्यते [nabhidyate] não é afetado* कर्म-चारैः [karma-cāraiḥ] pelos laços do karma* अपि [api] ou mesmo* शतैः-कोटि-पाप [śataiḥ-koṭi-pāpa] um bilhão de pecados* 
5/6a- O mantra é explicado aqui como mil ondas de inteligência. Quem é capacitado no yoga, tendo, assim, montado o haṃsa, não é afetado pelos laços do karma ou mesmo por miríades de pecados.
(S. S. Saraswati): "...Quando o mantra é repetido ou utilizado para meditação regularmente, ele cria um campo vibratório que impregna a mente e a consciência com o poder dessa vibração sonora específica. Aqui, o mantra é descrito como mil ondas de inteligência. Haṃsa é um dos principais mantras, juntamente com AUM. O verso afirma que alguém que é proficiente em yoga montou o haṃsa, o cisne da discriminação. Também se refere ao yogin, que dominou o ha'sa mantra. Tal yogin não é afetado pelo karma, nem mesmo por uma infinidade de pecados."
6b/7- As três letras do AUM
आग्नेयी प्रथमा मात्रा वायव्येषा तथापरा ।।६ ।।
भानुमण्डलसंकाशा भवेन्मात्रा तथोत्तरा। परमा चार्धमात्रा या वारुणीं तां विदुर्बुधाः ।।७ ।।
āgneyī prathamā mātrā vāyavyeṣā tathāparā //6b//
bhānumaṇḍalasaṃkāśā bhavenmātrā tathottarā / paramā cārdhamātrā yā vāruṇīṃ tāṃ vidurbudhāḥ //7//
प्रथमा [prathamā] o primeiro* मात्रा [mātrā] unidade tempo (duração de uma sílaba)* आग्नेयी [āgneyī] refere-se a Agni* एषा [eṣā] o segundo* वायवी [vāyavī] refere-se a Vāyu* परातथा [parātathā] o seguinte* मात्रा [mātrā] mātrā* भवेत् [bhavet] é* संकाशा [saṃkāśā] brilhante* मण्डल [maṇḍala] como o disco* भानु [bhānu] do sol* च [ca] e* तथा-उत्तरा [tathā-uttarā] então, último é* परमा [paramā] o supremo* अर्धमात्रा [ardhamātrā] ardhamātrā, meia sílaba* तां [tāṃ] isso* या-विदुः [yā-viduḥ] o sábio* बुधाः [ budhāḥ] sabe* वारुणीं [vāruṇīṃ] que se refere a Vāruṇa* 
6b/7- O primeiro mātrā refere-se a Agni, o segundo a Vāyu; então o próximo é brilhante como o disco do sol, e o último é o supremo ardhamātrā; o sábio sabe que se refere a Vāruṇa.
(S. S. Saraswati): "O mantra AUM é composto por três mātrās, sílabas ou letras, mais um meio mātrā. A primeira sílaba é o som 'A', que se relaciona com Agni, senhor do fogo. O segundo diz respeito a Vāyu, senhor do ar ou prāṇa. O terceiro diz respeito a Sūrya, senhor do sol. A meia sílaba no final refere-se a Vāruṇa, senhor da água ou do mar. Dessa maneira, as sílabas do AUM produzem a vibração dos elementos necessários para a criação: (1) do fogo, que produz transformação; (2) do ar, que contém gases; (3) do sol, que fornece luz e calor; e água, o sustentador da vida."
8- Oṃkāra
कालत्रये ऽपि यस्येमा मात्रा नूनं प्रतिष्ठताः। एष ओंकार आख्यातो धारणाभिर्निबोधत ।।८ ।।
kālatraye ‘pi yasyemā mātrā nūnaṃ pratiṣṭhatāḥ / eṣa oṃkāra ākhyāto dhāraṇābhirnibodhata //8//
नूनं [nūnaṃ] de fato* यस्य-इमा [yasya-imā] cada um desses* मात्रा [mātrā] mātrās (sílabas)* प्रतिष्ठताः [pratiṣṭhatāḥ] é formado por* कालत्रये [kālatraye] três partes* एष-आख्यातः [eṣa-ākhyātaḥ] isso é chamado* ओंकार [oṃkāra] oṃkāra (som OṂ)* निबोधत [nibodhata] tente entender* धारणाभिः [dhāraṇābhiḥ] através dos dhāraṇās (meditação em cada um dos doze kalās ou variações dos quatro mātrās (entonações)*
8- De fato, cada um dessas sílabas (mātrās) tem três partes (kalās). Isso é chamado de oṃkāra. Tente entender através dos dhāraṇās (meditação em cada um dos doze kalās ou variações dos quatro mātrās (toms).
9/10/11- Doze śaktis do Oṃkāra
घोषिणी प्रथमा मात्रा विद्यामात्रा तथापरा। पतङ्गिनी तृतीया स्याच्चतुर्थी वायुवेगिनी ।।९ ।।
पञ्चमी नामधेया तु षष्टी चैन्द्रीयभिधीयते। सप्तमी वैष्णवी नाम अष्टमी शांकरीति च ।।१० ।।
नवमी महती नाम धृतिस्तु दशमी मता। एकादशी भवेन्नारी ब्राह्मी तु द्वादशी परा ।।११ ।।
ghoṣiṇī prathamā mātrā vidyāmātrā tathāparā / pataṅginī tṛtīyā syāccaturthī vāyuveginī //9//
pañcamī nāmadheyā tu ṣaṣṭī caindrīyabhidhīyate / saptamī vaiṣṇavī nāma aṣṭamī śāṃkarīti ca //10//
navamī mahatī nāma dhṛtistu daśamī matā / ekādaśī bhavennārī brāhmī tu dvādaśī parā //11//
प्रथमा-मात्रा [prathamā-mātrā] o primeiro mātrā (o primeiro dos doze toms)* स्यात् [syāt] é* घोषिणी [ghoṣiṇī] Ghoṣiṇī* च [ca] e* तथा-परा [tathā-parā] o próximo* विद्युन्मात्रा [vidyunmātrā] é Vidyunmātrā* तु [tu] e* तृतीया [tṛtīyā] o terceiro* पतङ्गिनी [pataṅginī] é Pataṅginī* तु [tu] e* चतुर्थी [caturthī] o quarto* वायुवेगिनी [vāyuveginī] é Vāyuveginī* तु [tu] e* पञ्चमी [pañcamī] o quinto* नामधेया [nāmadheyā] é Nāmadheyā* च [ca] e* षष्टी [ṣaṣṭī] o sexto* अभिधीयते [abhidhīyate] é chamado* ऐन्द्री [aindrī] Aindrī* सप्तमी [saptamī] o sétimo* नाम [nāma] é nomeado* वैष्णवी [vaiṣṇavī] Vaiṣṇavī* नाम [nāma] o nome* अष्टमी [aṣṭamī] do oitavo* शांकरी [śāṃkarī] é Śāṃkarī* नवमी [navamī] nono* महती [mahatī] é Mahatī* दशमी [daśamī] como décimo* मता [matā] é considerado o* धृति [dhṛti] Dhṛti* एकादशी [ekādaśī] o décimo primeiro* भवेत् [bhavet] é* नारी [nārī] Nārī* द्वादशी [dvādaśī] décimo segundo* परा-ब्राह्मी [parā-brāhmī] o décimo segundo é Parā-Brāhmī* 
9/10/11- O primeiro tom é Ghoṣiṇī, o próximo é Vidyunmatra, o terceiro Pataṅginī, o quarto Vāyuveginī, o quinto Nāmadheyā; e o sexto é chamado Aindrī, o sétimo Vaiṣṇavī, o nome do oitavo é Śāṃkarī, o nono Mahatī, o décimo é considerado o Dhṛti, o décimo primeiro é Nārī; e o décimo segundo, Brahmi
(S. S. Saraswati): "...Doze dessas divindades estão representadas aqui nas três sílabas e meia do AUM. Eles recebem nomes e formas femininas, pois seu papel na criação está alinhado com Śakti, a energia que gera e sustenta todos os seres. A meditação sobre essas formas e qualidades é uma forma de Oṃkāra Dhāraṇa. A primeira shakti é Ghoṣiṇī, que dá prajña, sabedoria intuitiva. A segunda é Vidyā, que garante a entrada no plano dos yakṣas, divindades pré-védicas, associadas à riqueza e fertilidade. A terceira é Pataṅginī, que confere o poder de se mover pelo ar, como um pássaro. A quarta é Vāyuveginī, que dá o poder de movimentos muito rápidos. A quinta é Nāmadheyā, que confere entrada para Pitṛloka, o plano dos ancestrais. A sexta é Aindri, ou Indrani, śakti de Indra, que representa o poder da beleza e da atração. A sétima é Vaiṣnavī, śakti de Viṣṇu, que protege e preserva. A oitava é Śāṃkarī, śakti de Śankara, que é benevolente e auspiciosa. A nona é Mahatī, que é altamente estimado e concede grandeza e honra. A décima é Dhṛti, que é firme e resoluta, e confere firmeza, constância e apoio. A décima primeira é Nārī, que dá acesso ao plano dos sādhus e munis. A décima segunda é Parabrahmi, śakti de Parabrahman, que confere entrada na realidade suprema."
12- Passagem durante o primeiro mātrā
प्रथमायां तु मात्रायां यदि प्राणैर्वियुज्यते। भरते वर्षराजासौ सार्वभौमः प्रजायते ।।१२ ।।
 prathamāyāṃ tu mātrāyāṃ yadi prāṇairviyujyate bharate varṣarājāsau sārvabhaumaḥ prajāyate //12//
तु [tu] agora* यदि [yadi] se ele* वियुज्यते [prāṇaiḥ-viyujyate] é separado do prāṇa (morre)* प्रथमायां-मात्रायां [prathamāyāṃ-mātrāyāṃ] no primeiro mātrā* प्रजायते-आसौ [prajāyate-āsau] ele renasce* सार्वभौमः [sārvabhaumaḥ] grande monarca* प्राणैः-भरतेवर्षरा [bharatevarṣarā] Bharatavarṣa (Índia)* 
12- Se o (yogin) for separado do prāṇa (morre) no primeiro mātrā, então renascerá como um grande monarca em Bharatavarṣa (Índia).

13- Durante o segundo, terceiro ou quarto
द्वितीयायां समुत्क्रान्तो भवेद्यक्षो महात्मवान्। विद्याधरस्तृतीयायां गान्धर्वस्तु चतुर्थिका ।।१३ ।।
dvitīyāyāṃ samutkrānto bhavedyakṣo mahātmavān / vidyādhara tṛtīyāyām gāndharvastu caturthikā //13//
समुत्क्रान्तः [samutkrāntaḥ] (tendo) falecido* द्वितीयायां [dvitīyāyāṃ] no segundo (mātrā)* भवेत् [bhavet] ele se torna* महात्मवान् [mahātmavān] eminente* यक्षः [yakṣaḥ] yakṣa (ser supernatural)* तृतीयायाम् [tṛtīyāyām] no terceiro* विद्याधरः [vidyādharaḥ] um vidyādhara (ser supernatural dotado de poderes mágicos)* चतुर्थिका [caturthikā] no quarto* गान्धर्वः [gāndharvaḥ] um gāndharva (músico celeste)*
13- Tendo falecido no segundo (mātrā), ele se torna um eminente yakṣa (ser supernatural); no terceiro, um vidyādhara (ser supernatural dotado de poderes mágicos); e no quarto um gāndharva (músico celeste).
14- Durante o quinto
पन्ञम्यामथ मात्रायां यदि प्राणैर्वियुज्यते। उषितः सह देवत्वं सोमलोके महीयते ।।१४ ।।
pañcamyāmatha mātrāyāṃ yadi prāṇairviyujyate / uṣitaḥ saha devatvaṃ somaloke mahīyate //14//
अथ [atha] então* यदि [yadi] se* प्राणैः-वियुज्यते [prāṇaiḥ-viyujyate] ele é separado do prāṇa, ié. morrer* पञ्चम्याम्-मात्रायां [pañcamyām-mātrāyāṃ] no quinto mātrā* उषितः [uṣitaḥ] vive* सोम-लोके [soma-loke] na esfera da lua* सह [saha] como* महीयते [mahīyate] um exaltado* देवत्वं [devatvaṃ] deva, ser divino* 
14- Então, se ele morrer no quinto, viverá na esfera da lua, tão exaltado quanto um deva.
(S. S. Saraswati): "Se ele passar durante o quinto mātrā, viverá na esfera da lua, tão exaltado quanto um deva. A lua era considerada receptáculo do soma, o elixir da imortalidade. Soma eleva a consciência, e somente os deuses poderiam participar dela."
15- Durante o sexto, sétimo ou oitavo
षष्ठ्यामिन्द्रस्य सायुज्यं सप्तम्यां वैष्णवं पदम्। अष्टम्यां व्रज्यते रुद्रं पशूनां च पतिं तथा ।।१५ ।।
ṣaṣṭhyāmindrasya sāyujyaṃ saptamyāṃ vaiṣṇavaṃ padam / aṣṭamyāṃ vrajyate rudraṃ paśūnāṃ ca patiṃ tathā //15//
षष्ठ्याम् [ṣaṣṭhyām] no sexto* व्रज्यते [vrajyate] ele obtém* सायुज्यं [sāyujyaṃ] a unidade com* इन्द्रस्य [indrasya] com Indra* सप्तम्यां [saptamyāṃ] no sétimo* पदम् [padam] (conquista) o trono* वैष्णवं [vaiṣṇavaṃ] de Viṣṇu* च-तथा [ca-tathā] e então* अष्टम्यां [aṣṭamyāṃ] no oitavo* रुद्रं [rudraṃ] o de Rudra* पतिं [patiṃ] senhor* पशूनां [paśūnāṃ] das criaturas* 
15- No sexto, ele obtém a unidade com Indra; no sétimo, conquista o trono de Vishnu, assim, no oitavo, o de Rudra, senhor de todas as criaturas.
(S. S. Saraswati): "Se a passagem for no sexto, ele vai para o reino de Indra, que é Swarga, ou céu, onde almas justas habitam no paraíso. Se ele passa no sétimo, chega ao lugar de Viṣṇu, que é Vaikuntha, a morada suprema, onde as almas liberadas habitam em unidade. Se ele passa no oitavo, ele vai para o mundo de Rudra, o senhor de todas as criaturas, que também é conhecido como Śivaloka. Este é o mundo mais elevado e mais sutil da existência, permeado pela realidade absoluta, que está além da mente, atemporal e eterna."

16- Durante o nono, décimo, décimo primeiro ou décimo segundo
नवम्यां तु महर्लोकं दशम्यां तु जनं व्रजेत्। एकादश्यां तपोलोकं द्वादश्यां ब्रह्म शाश्वतम् ।।१६ ।।
navamyāṃ tu maharlokaṃ daśamyāṃ tu janaṃ vrajet / ekādaśyāṃ tapolokaṃ dvādashyāṃ brahma śāśvatam //16//
नवम्यां [navamyāṃ] no nono* व्रजेत् [vrajet] ele alcança* महर्लोकं [maharlokaṃ] maharloka* तु [tu] e* दशम्यां [daśamyāṃ] no décimo* जनं [janaṃ] janoloka* एकादश्यां [ekādaśyāṃ] no décimo primeiro* तपोलोकं [tapolokaṃ] * तु [tu] e* द्वादस्ह्यां [dvādashyāṃ] no décimo segundo* शाश्वतम् [śāśvatam] o eterno* ब्रह्म [brahma] Brahman* 
16- No nono, ele alcança mahaloka; e no décimo, janoloka; no décimo primeiro, tapoloka; e no décimo segundo, o eterno Brahman.
(S. S. Saraswati): " Passando no nono, alcança Mahaloka, a esfera dos grandes santos, sábios e rishis. Se ele passar no décimo, ele vai para Janoloka, o plano da criatividade, onde moram almas liberadas de mente pura. Se ele passa no décimo primeiro, chega a Tapoloka, o lugar onde habitam, yogins e ascetas, que queimaram todos os vestígios de apego e ilusão. Se ele passa no décimo segundo, alcança brahman ou satyaloka, o reino da verdade e da realidade absoluta."
17- Śiva e AUM
ततः परतरं शुद्धं व्यापकं निर्मलं शिवम्। सदोदितं परं ब्रह्म ज्योतिषामुदयो यतः ।।१७.
tataḥ parataraṃśuddhaṃ vyāpakaṃ nirmalaṃśivam / sadoditaṃ paraṃ brahma jyotiṣāmudayo yataḥ //17//
सद [sada] sempre* उदितं [uditaṃ] se diz* परंब्रह्म [paraṃbrahma] que a Consciência Suprema* ज्योतिषाम्-उदयः [jyotiṣām-udayaḥ] que desperta a luz*शुद्धं [śuddhaṃ] (que é) pura* व्यापकं [vyāpakaṃ] que permeia tudo* निर्मलं [nirmalaṃ] (que é) resplandecente* ततः-परतरं [tataḥ-parataraṃ] (que está) além desses (mātrās)* शिवम् [śivam] é Śiva* 
17- Diz-se, sempre, que a consciência suprema (que está) além desses (mātrās), (que é) pura, que ilumina, que permeia tudo, que é resplandescente, é Śiva.
18- Entrada na consciência Śiva
अतीन्द्रियं गुणातीतं मनो लीनं यदा भवेत्। अनूपमं शिवं शान्तं योगयुक्तं सदाविशेत् ।।१८ ।।
atīndriyaṃ guṇātītaṃ mano līnaṃ yadā bhavet / anūpamaṃ śivaṃ śāntaṃ yogayuktaṃ sadāviśet //18//
यदा [yadā] quando* मनः [manaḥ] a mente* भवेत् [bhavet] é* लीनं [līnaṃ] absorvida* अति-इन्द्रियं [ati-indriyaṃ] (e está) além dos indriyas, sentidos* गुणातीतं [guṇātītaṃ] e além dos guṇas* सद [sada] sempre* योग-युक्तं [yoga-yuktaṃ] imerso no yoga* अविशत् [aviśat] ele repousa* अनूपमं [anūpamaṃ] no incomparável* शान्तं [śāntaṃ] e auspicioso* शिवं [śivaṃ] Śiva* 
18- Quando a mente é absorvida para além dos indriyas e guṇas, e totalmente imerso no yoga, ele repousa no incomparável e auspicioso Śiva.
19- Conselhos importantes sobre meditação
तद्युक्तस्तन्मयो जन्तुः शनैर्मुञ्चेत्कलेवरम्। संस्थितो योगचारेण सर्वसङ्गविवर्जितः ।।१९ ।।
tadyuktastanmayo jantuḥ śanairmuñcetkalevaram / saṃsthito yogacāreṇa sarvasaṅgavivarjitaḥ // 19 //
जन्तुः [jantuḥ] a pessoa* युक्तः [yuktaḥ] (que está) estabelecida* तन्मयः [tanmayaḥ] e absorvida* तत् [tat] nele* शनैः [śanaiḥ] lentamente* [muñcet] deve abandonar* कलेवरम् [kalevaram] (o apego ao) corpo* विवर्जितः [vivarjitaḥ] e evitar* सर्व-सङ्ग [sarva-saṅga] toda companhia (indesejada)* संस्थितः [saṃsthitaḥ] com intenção* योग-चारेण [yoga-cāreṇa] de observar o yoga* 
19- A pessoa que está estabelecida e absorvida nele, deve lentamente abandonar o apego, e evitar toda companhia (inoportuna) com a intenção de avançar no yoga.
20- Liberdade dos deveres mundanos
ततो विलीनपाशो ऽसौ विपलः कमलाप्रभुः। तेनैव ब्रह्मभावेन परमानन्दमश्नुते ।।२० ।।
tato vilīnapāśo ‘sau vipalaḥ kamalāprabhuḥ / tenaiva brahmabhāvena paramānandamaśnute // 20 //
ततः [tataḥ] então* विपलः [vipalaḥ] no momento em que* असौ [asau] essa pessoa* विलीन [vilīna] se liberta* पाशः [pāśaḥ] dos laços* कमला [kamalā] das riquezas* प्रभुः[prabhuḥ] e do casamento* तेन-एव [tena-eva] assim* अश्नुते [aśnute] ele alcança* परम्-आनन्दम् [param-ānandam] a felicidade Suprema* ब्रह्म-भावेन [brahma-bhāvena] pela absorção em Brahma* 
20- Então, no momento em que a pessoa é libertada dos laços das riquezas e do casamento, ela alcança a felicidade suprema pela absorção em Brahma.
21- Aceitação do prārabdha (karmas prévios)
आत्मानं सततं ज्ञात्वा कालं नय महामते। प्रारब्धमखिलं भुञ्जन्नोद्वेगं कर्तुमर्हसि ।।२१ ।।
ātmānaṃ satataṃ jñātvā kālaṃ naya mahāmate / prārabdha makhilaṃ bhuñjannodvegaṃ kartumarhasi //21//
महामते [mahāmate] ó Inteligente* नय [naya] gaste* कालं [kālaṃ] o tempo* सततं [satataṃ] continuamente* ज्ञात्वा [jñātvā] conhecendo* आत्मानं [ātmānaṃ] o Self* भुञ्जन् [bhuñjan] desfrutando* अखिलम् [akhilam] de todo seu*प्रारब्ध [prārabdha] prārabdha (resultados inevitáveis ​​de ações passadas)* न [na] sem* अर्हसि [arhasi] tentar* उद्वेगं-कर्तुम् [udvegaṃ-kartum] resistir a ele* 
21- Ó Inteligente, gaste seu tempo continuamente conhecendo sua verdadeira natureza (ātmā), e desfrute, com isenção, de todo o seu prārabdha (resultados inevitáveis ​​de ações passadas).
(S. S. Saraswati): "... Passe seu tempo sozinho, viva simplesmente em um ambiente pacífico, estude textos espirituais, transforme a consciência interior e conheça a si mesmo. Quando a mente e os sentidos são introvertidos, muitas lembranças e saṃskāras, impressões do passado, surgem. Deve-se permitir que essas memórias venham à tona e desfrute o reviver do passado inteiro, sem tentar julgar ou resistir a ele. Da mesma forma, o passado também é responsável por muitas situações, ações e eventos, que devem ocorrer na vida atual. Estes são os prārabdha (karmas destinados) que são inevitáveis ​​e devem ser cumpridos para seguir em frente. Portanto, devemos aceitar esses karmas, quando surgirem, e experimentá-los sem arrependimentos. Dessa maneira, a negatividade e os apegos que obstruem a visão superior são removidos e é possível navegar facilmente para a esfera elevada da consciência.
22 / 23a- Tattvajñāna e prārabdha
उत्पन्ने तत्त्वविज्ञाने प्रारब्धं नैव मुञ्चति। तत्त्वज्ञानोदयादूर्ध्वं प्रारब्धं नैव विद्यते ।।२२ ।।
देहादीनामसत्त्वात्तु यथा स्वप्ने विबोधतः ।२३।
utpanne tattvavijñāne prārabdhaṃ naiva muñcati / tattva jñnodayādūrdhvaṃ prārabdhaṃ naiva vidyate // 22 //
dehādīnāmasattvāttu yathā svapne vibodhataḥ // 23a //
एव [eva] mesmo* तत्त्व-विज्ञाने [tattva-vijñāne] quando o conhecimento dos tattvas* उत्पन्ने [utpanne] emergiu* प्रारब्धं [prārabdhaṃ] prārabdhaṃ (resultados inevitáveis ​​de ações passadas)* न-मुञ्चति [na-muñcati] não termina* तु [tu] mas* न-एव-विद्यते [na-eva-vidyate] ele não é afetado pelo* प्रारब्धं [prārabdhaṃ] prārabdhaṃ* उदयात्-ऊर्ध्वं [udayāt-ūrdhvaṃ] depois do surgimento* तत्त्वज्ञान [tattvajñāna] do tattvajñāna (conhecimento dos elementos ou verdade subjacente)* असत्त्वात् [asattvāt] por causa da natureza irreal* आदीनाम् [deha-ādīnām] do corpo e de outras (coisas materiais)* यथा [yathā] como se* विबोधतः [vibodhataḥ] percebidas* देह-स्वप्ने [svapne] em um sonho* 
22/23a- Mesmo quando o conhecimento dos tattvas emergiu, prārabdha não termina, mas ele (o yogin) não é afetado por prārabdha após o surgimento do tattvajñāna, devido à natureza irreal do corpo e de outros (coisas materiais), como se fossem percebidas em um sonho.
23b / 24a- Prārabdha e renascimento
कर्म जन्मान्तरीयं यत्प्रारब्धमिति कीर्तितम् ।।२३ ।।
तत्तु जन्मान्तराभावात्पुंसो नैवास्ति कर्हिचित ।२४।
karma janmāntarīyaṃ yatprārabdhamiti kīrtitam // 23b //
tattu janmāntarābhāvātpuṃso naivāsti karhicit // 24a //
यत्-कर्म [yat-karma] esse karma* जन्मान्तरीयं [janmāntarīyaṃ] associado a nascimentos anteriores* इति-कीर्तितम् [iti-kīrtitam] é chamado* प्रारब्धम् [prārabdham] prārabdham* तु-एव [tu-eva] entretanto* तत् [tat] aquela* पुंसः [puṃsaḥ] a pessoa* जन्मान्तराभावात् [janmāntarābhāvāt] que é livre de renascimento न-कर्हिचित् [na-karhicit] nunca* अस्ति [asti] o experimenta*
23b / 24a- Esse carma associado a nascimentos anteriores é chamado prārabdha. No entanto, a pessoa que nunca renasce não o experimenta.
(S. S. Saraswati): "Prārabdha são os karmas destinados que foram realizados no passado durante os nascimentos anteriores, mas que foram concretizados no presente nascimento. No entanto, a pessoa, que está livre do renascimento, nunca será submetida a eles. Isso é a libertação da escravidão do karma, que somente a alma liberada pode alcançar."
24b / 25a- Qual é a fonte da ilusão?
स्वप्नदेहो यथाध्यस्तस्तथैवायं हि देहकः ।।२४ ।।
अध्यस्तस्य कुतो जन्म जन्माभावे कुतः स्थितिः ।।२५।।
svapnadeho yathādhyastastathaivāyaṃ hi dehakaḥ //24b//
ādhyastasya kuto janma janmābhāve kutaḥ sthitiḥ //25a//
यथा [yathā] como* स्वप्न-देहः [svapna-dehaḥ] um corpo em um sonho* अध्यः [adhyaḥ] é ilusório* तथाएव [tathaiva] assim, também,* अयं-देहकः [ayaṃ-dehakaḥ] esse corpo (é ilusório)* कुतः [kutaḥ] como * जन्म [janma] (pode) renascer* तस्य [tasya] o que é* अध्यः [adhyaḥ] ilusório* कुतः [kutaḥ] como (pode)* स्थितिः [sthitiḥ] existir* हि [hi] de fato* जन्म-अभावे [janma-abhāve] se não há renascimento* 
24b 25a- Como um corpo em um sonho é ilusório, assim também esse corpo (é ilusório). Como pode renascer o que é ilusório? Como pode existir (um corpo) quando não há renascimento?
25b/26a- Onde está o universo?
उपादानं प्रपञ्चस्य मृद्भाण्डस्येव पश्यति ।।२५ ।।
अज्ञानं चेति वेदान्तैस्तस्मिन्नष्टे क्व विश्वता ।।२६ ।।
upādānaṃ prapañcasya mṛdbhāṇḍasyeva paśyati // 25b //
ajñānaṃ ceti vedāntaistasminnaṣṭe kva viśvatā // 26a //
इति [iti] assim* इव [iva] como* मृद् [mṛd] o barro* उपादानं [upādānaṃ] é a causa material *भाण्डस्य [bhāṇḍasya] da panela* तस्मिन् [tasmin] assim* पश्यति [paśyati] ele percebe* वेदान्तैः [vedāntaiḥ] de acordo com o Vedānta* अज्ञानं [ajñānaṃ] que ajñāna* प्रपञ्चस्य [prapañcasya] é a causa material* विश्वता [viśvatā] do universo* च [ca] e* नष्टे [naṣṭe] se ela não existe mais* क्व [kva] onde (está o universo)?* 
25b/26a- Assim como o barro é a causa material da panela, assim ele percebe no Vedanta que ajñāna é a causa material do universo, e se (ajñāna) não existe mais, onde (está o universo)?
26b/27- A cobra e a corda
यथा रज्जुं परित्यज्य सर्पं गृह्णति वै भ्रमात् ।।२६ ।।
तद्वत्सत्यमविज्ञाय जगत्पश्यति मूढधीः। रज्जुखण्डे परिज्ञाते सर्परूपं न तिष्ठति ।।२७ ।।
yathā rajjuṃ parityajya sarpaṃ gṛhṇati vai bhramāt //26//
tadvatsatyamavijñāya jagatpaśyati mūdhadhīḥ / rajjukhaṇḍe parijñāte sarparūpaṃ na tiṣṭhati. //27//
यथा [yathā] assim como* गृह्णति [gṛhṇati] ele percebe* परित्यज्य [parityajya] à distância* रज्जुं [rajjuṃ] uma corda* सर्पं [sarpaṃ] como uma cobra* तत्द्वत् [tatdvat] da mesma maneira* अविज्ञाय [avijñāya] não conhecendo* सत्यम् [satyam] a verdade* मूधधीः [mūdhadhīḥ] o tolo* पश्यति [paśyati] vê* जगत् [jagat] o mundo* भ्रमात् [bhramāt] separado de Brahman* परिज्ञाते [parijñāte] quando ele percebe* वै [vai] realmente* रज्जु-खण्डे [rajju-khaṇḍe] o pedaço de corda* सर्प-रूपं [sarpa-rūpaṃ] a imagem da cobra* नतिष्ठति [natiṣṭhati] desaparece*
26b/27- Assim como ele considera à distância uma corda como uma serpente, da mesma maneira, sem conhecer a verdade, o tolo vê o mundo distinto de Brahman. Quando ele percebe a realidade do pedaço de corda, a imagem da cobra desaparece.
28/29a- Objetivo do prārabdha
अधिष्ठाने तथा ज्ञाते प्रपञ्चे शून्यतां गते। देहस्यापि प्रपञ्चत्वात्प्रारब्धावस्थितिः कुतः ।।२८ ।।
अज्ञानजनबोधार्थं प्रारब्धमिति चोच्यते ।२ ९।
adhiṣṭhāne tathā jñāte prapañ śūnyatāṃ gate / dehasyāpi prapañcatvātprārabdhāvasthitiḥ kutaḥ // 28 //
ajñānajanabodhārthaṃ prārabdhamiti // 29a //
तथा [tathā] assim* ज्ञाते [jñāte] quando ele conhece* शून्यतां [śūnyatāṃ] o vazio* प्रपञ्चे-गते [prapañce-gate] quando o suporte material se foi* देहस्य-अपि [dehasya-api] como, também, o corpo* प्रपञ्चत्वात् [prapañcatvāt] que é do mundo fenomenal* कुतः [kutaḥ] onde* अधिष्ठाने [adhiṣṭhāne] está a morada* प्रारब्ध [prārabdha] do prārabdha* च [ca] e* इति-उच्यते [iti-ucyate] diz-se assim* प्रारब्धावस्थितिः [prārabdhāvasthitiḥ] que o acúmulo do prārabdha* बोध-अर्थं [bodha-arthaṃ] tem a finalidade de ensinar* जन [jana] aqueles nascidos do* अज्ञान [ajñāna] ajñāna (ignorância espiritual)* 
28/29a- Assim, quando ele conhece o vazio, quando o apoio material se foi, como, também, o corpo que é do mundo fenomenal, onde fica a morada do prārabdha? Portanto diz-se, assim, que prārabdha tem o propósito de ensinar os nascidos do ajñāna.
29b/30- Auto-realização
ततः कालवशादेव प्रारब्धे तु क्षयं गते ।।२९ ।।
ब्रह्मप्रणवसंधानो नादो ज्योतिर्मय: शिवः। स्वयमाविर्भवेदात्मा मेघापाये ऽशुमानिव ।।३० ।।
tataḥ kālavaśādeva prārabdhe tu kṣayaṃ gate // 29b //
brahmapraṇavasaṃdhāno nādo jyotirmayaḥ śivaḥ / svayam-avir-bhavedātmā meghāpāye ‘śumāniva // 30 //
ततः [tataḥ] então* bकालवशात् [kālavaśāt] no decorrer do tempo* प्रारब्धे-क्षयं-गते [prārabdhe-kṣayaṃ-gate] quando prārabdha chega ao fim* नादः [nādaḥ] o nāda (som)* संधानः [saṃdhānaḥ] da união* ब्रह्म [brahma] de brahman* शिवः [śivaḥ] e do auspicioso* प्रणव [praṇava] praṇava* तु [tu] e* आत्मा [ātmā] do Ātmā* ज्योतिर्मयः [jyotirmayaḥ] brilham* अशुमान्-स्वयम्-आविर्-भवेत् [aśumān-svayam-āvir-bhavet] por si mesmos* इव [iva] como (o sol)* मेघ-अपाये [megha-apāye] quando as nuvens se dispersam* 
29b/30- Então, no decorrer do tempo, quando prārabdha chega ao fim, o nāda (som) da união de Brahman e do auspicioso Praṇava e do Ātmā brilham por si mesmos como (o sol) quando as nuvens se dispersam.
(S. S. Saraswati): "...De modo que, no decorrer do tempo, quando o prārabdha termina, o Ātmā, ou puro Self, é revelado. Aqui, o Ātmā é descrito como a vibração sonora auspiciosa, śiva nāda, consistindo de luz e luz em todos os lugares. É esse sutil ponto de transformação, onde a vibração pura entra no espaço da consciência e o enche de luminosidade. Dessa maneira, o Ātmā une Praṇava, o Omkāra, com Brahman, a fonte da existência, e rapidamente se revela, como o sol brilhante, quando as nuvens se dispersam."
31- Nāda yoga
सिद्धासने स्थितो योगी मुद्रां संधाय वैष्णवीं। शृणुयाद्दक्षिणे कर्णे नादमन्तर्गतं सदा ।।३१ ।।
siddhāsane sthito yogī mudrāṃ saṃdhāya vaiṣṇavīm / śṛṇuyāddakṣiṇe karṇe nādamantargataṃ sadā (31)
योगी [yogī] o yogin* स्थितः [sthitaḥ] sentado firmemente* सिद्धासने [siddhāsane] em siddhāsana* संधाय [saṃdhāya] praticando* वैष्णवीम्-मुद्रां [vaiṣṇavīm-mudrāṃ] a mudrā de Viṣṇu (mantendo os olhos bem abertos sem piscar e com a mente concentrada no objeto interno)* शृणुयात् [śṛṇuyāt] ouve* नादम् [nādam] o nāda* सदा [sadā] sempre*अन्तर्गतं [antargataṃ] surge internamente* दक्षिणेकर्णे [dakṣiṇekarṇe] no ouvido direito* 
31- O yogin, sentado firmemente em siddhāsana, praticando a vishnu mudrā (mantendo os olhos bem abertos sem piscar e com a mente concentrada no objeto interno), ouve o nāda que sempre surge internamente no ouvido direito.

32- Nāda, o som interno
अभ्यस्यमानो नादो ऽयं बाह्यमावृणुते ध्वनिः। पक्षाद्विपक्षमखिलं जित्वा तुर्यपदंव्रजेत् ।।३२ ।।
abhyasyamāno nādo ‘yam bāhyamāvṛṇute dhvaniḥ / pakṣāt vipakṣam akhilaṃ jitvā turyapadaṃ vrajet. // 32 //
अयम् [ayam] esse* नादः [nādaḥ] nāda* अभ्यस्य [abhyasya] quando praticado* मान [mānaḥ] tem por objetivo* आवृणुते [āvṛṇute] ocultar* पक्षात् [pakṣāt] a multidão* ध्वनिः [dhvaniḥ] de sons* बाह्यम् [bāhyam] externos* जित्वा [jitvā] tendo superado* अखिलं-विपक्षम् [akhilaṃ-vipakṣam] todos os obstáculos* व्रजेत् [vrajet] ele alcança* तुर्य-पदं [turya-padaṃ] o quarto estado de consciência* 
32- Esse nāda, cuja prática tem o objetivo de sobrepô-lo aos sons externos. Assim que os obstáculos forem superados ele alcança Turya (o quarto estado de consciência).

33/34/35- Sons ouvidos no nāda yoga
श्रूयते प्रथमाभ्यासे नादो नानाविधो महान्। वर्धमाने तथाभ्यासे श्रूयते सूक्षमसूक्षमतः ।।३३ ।।
आदौ जलधिजीमूतभेरीनिर्झरसंभवः। मध्ये मर्दलशब्दाभो घण्टाकाहलजस्तथा ।।३४ ।।
अन्ते तु किकिणीवंशवीणाभ्रमरनिस्वनः। इति नानाविधा नादाः श्रूयन्ते सूक्ष्मसूक्ष्मतः ।।३५ ।।
śrūyate prathamābhyāse nādo nānāvidho mahān / vardhamāne tathābhyāse śrūyate sūkṣmasūkṣmataḥ //33//
ādau jaladhijīmūtabherīnirjharasaṃbhavaḥ / madhye mardalaśabdābho ghaṇṭākāhalajastathā //34//
ante tu kikiṇīvaṃśavīṇābhramaranisvanaḥ / iti nānāvidhā nādāḥ śrūyante sūkṣmasūkṣmataḥ //35//
प्रथम-अभ्यासे [prathama-abhyāse] no início de sua prática* श्रूयते [śrūyate] ele ouve* नानाविधः [nānāvidhaḥ] muitos* नादः [nādaḥ] nāda (sons)* महान् [mahān] altos* तथा [tathā] então* अभ्यासे-वर्धमाने [abhyāse-vardhamāne] à medida que sua prática avança* श्रूयते [śrūyate] ele ouve* सूक्ष्म [sūkṣma] os mais sutis* सूक्ष्मतः [sūkṣmataḥ] (até) quase audíveis* आदौ [ādau] a princípio* संभवः [saṃbhavaḥ] a fonte (dos sons parece ser)* जलधि [jaladhi] do oceano* जीमूत [jīmūta] nuvens* भेरी [bherī] tambores* निर्झर [nirjhara] cachoeiras* तथा [tathā] então* मध्ये [madhye] na fase do meio* शब्दाभः [śabdābhaḥ] sons* जः [jaḥ] causados por* मर्दल [mardala] tambores* घण्टा [ghaṇṭā] sinos* काहल [kāhala] e trompas* तु [tu] e* अन्ते [ante] na última fase* निस्वनः [nisvanaḥ] sons* किकिणीः [kikiṇīḥ] pequenos sinos* वंशः [vaṃśaḥ] flautas* वीणाः [vīṇāḥ] alaúdes indianos* भ्रमर [bhramara] abelhas* इति [iti] assim* नानाविधाःनादाः [nānāvidhāḥ nādāḥ] vários sons* श्रूयन्ते [śrūyante] são ouvidos* सूक्ष्मसूक्ष्मतः [sūkṣmasūkṣmataḥ] e cada vez mais sutis* 
33/34/35- No início de sua prática, ele ouve muitos sons altos; então, à medida que sua prática avança, ele ouve os mais sutis, (até) os quase inaudíveis. A princípio, a origem (dos sons parece ser) o oceano, nuvens, tambores e cachoeiras; então, na fase do meio, sons (como os) causados ​​por tambores, sinos e trompas. No último estágio, sons de pequenos sinos, flautas, alaúde e abelhas. Assim, vários sons são ouvidos, tornando-se cada vez mais sutis.
(S.S. Saraswati): "... Esses vários sons foram ouvidos em momentos diferentes durante a prática e tornaram-se cada vez mais sutis, à medida que o praticante se aprofundava. O aspecto importante da utilização do som como método de meditação era que ele dava uma base segura para a mente, que a consciência poderia seguir para dentro e que impediria que a atenção se desviasse para áreas desconhecidas na consciência profunda."

36- Som do tambor
महति श्रूयमाणे तु महाभेर्यादिकध्वनौ। तत्र सूक्ष्मं सूक्ष्मतरं नादमेव परामृशेत् ।।३६ ।।
mahati śrūyamāne tu mahābheryādikadhvanau / tatra sūkṣmam sūkṣmatram nādameva parāmṛśet //36//
श्रूयमाने [śrūyamāne] ouvindo* आदिक [ādika] no início* महति-ध्वनौ [mahati-dhvanau] o som alto* महाभेरी [mahābherī] do grande tambor* तत्र [tatra] então* परामृशेत् [parāmṛśet] ele deve se concentrar* एव [eva] apenas* नादम् [nādam] nos sons* सूक्ष्मम्-सूक्ष्मत्रम् [sūkṣmam-sūkṣmatram] mais sutiis* 
36- Ouvindo, no início, o som alto do grande tambor, então ele deve se concentrar apenas nos sons mais sutis.
(S. S. Saraswati): "... Quando o som alto do grande tambor for ouvido durante a meditação, isso seria muito forte e perturbaria a prática. Portanto, o conselho é dado aqui para ignorar o som alto e focar nos sons mais sutis."
37/38- Focalizando um som
घनमुत्सृज्य वा सूक्ष्मे सूक्ष्ममुत्सृज्य वा घने। रममाणमपि क्षिप्तं मनो नान्यत्र चालयेत् ।।३७ ।।
यत्र कुत्रापि वा नादे लगति प्रथमं मनः। तत्र तत्र स्थिरीभूत्वा तेन सार्धं विलीयते ।।३८ ।।
ghanamutsṛjya vā sūkṣme sūkṣmamutsṛjya vā ghane / ramamāṇamapi kṣiptaṃ mano nānyatra cālayet // 37 //
yatra kutrāpi vā nāde lagati prathamaṃ manaḥ / tatra tatra sthirībhūtvā tena sārdhaṃ vilīyate // 38 //
उत्सृज्य [utsṛjya] alternando* घनम् [ghanam] do som grave* सूक्ष्मे [sūkṣme] para o sutil* वा [vā] ou* उत्सृज्य [utsṛjya] deixando* सूक्ष्मम् [sūkṣmam] o som sutil* घने [ghane] para o grave* अपि [api] mesmo* रममाणम् [ramamāṇam] enquanto se deleita (neles)* मनः [manaḥ] a mente* क्षिप्तं [kṣiptaṃ] se distrai* न-चालयेत् [na-cālayet] e não deve ser movida* अन्यत्र [anyatra] para outros (sons)* वा [vā] ou* यत्र-कुत्रा [yatra-kutra] qualquer que seja* नादे [nāde] nāda (o som)* सार्धं [sārdhaṃ] ao qual* मनः [manaḥ] a mente* लगति [lagati] se prenda* प्रथमं [prathamaṃ] primeiro* स्थिरीभूत्वा [sthirībhūtvā] fixando firmemente* तत्र-तत्र [tatra-tatra] nele* विलीयते-तेन [vilīyate-tena] torna-se absorvida nele*
37/38- Alternando do som grave para o sutil, ou deixando o som sutil para o grave, mesmo enquanto se deleita (neles), a mente se distrai, e não deve ser movida para outros sons. Qualquer que seja o som ao qual a mente se prenda primeiro, fixando firmemente nele, é absorvida nele.
(S. S. Saraswati): "...Nāda yoga é principalmente uma prática de dhāraṇa, uma concentração em um ponto. Quando a percepção do som interno é estabelecida, é necessário concentrar-se em um som, com exclusão de todos os outros, da mesma maneira que se concentra em um símbolo ou um mantra. Caso contrário, se a atenção deixar um som, seja para um som mais grave ou sutil, ou agradável, ela se distrai. A melhor maneira de progredir na prática é fixar a mente em qualquer som ao qual ela se apegue primeiro, para que ela seja absorvida nele, sem ouvir outro som."
39- Absorção no espaço
विस्मृत्य सकलं बाह्यं नादे दुग्धाम्बुवन्मनः। एकीभूयाथ सहसा चिदाकाशे विलीयते ।।३९ ।।
vismṛtya sakalaṃ bāhyaṃ nāde dugdhāmbuvanmanaḥ / ekībhūyātha sahasā cidākāśe vilīyate //39//
विस्मृत्य [vismṛtya] tendo esquecido* सकलं [sakalaṃ] todas (as experiências)* बाह्यं [bāhyaṃ] externas* मनः [manaḥ] a mente* एकीभूयाथ [ekībhūyātha] unindo-se* नादे [nāde] com o som* दुग्ध-आम्बुवन् [dugdha-āmbuvan] como leite e água* विलीयते [vilīyate] é absorvida* सहसा [sahasā] imediatamente* चिदाकाशे [cidākāśe] em cidākāśa (espaço interior da consciência)*
39- Tendo esquecido todas as (experiências) externas, a mente, unindo-se ao som como leite com água, é imediatamente absorvida em cidākāśa.
(S. S. Saraswati): Essa absorção da consciência no som leva à experiência de cidākāśa, absorção da mente na dimensão do espaço. Nesse estado, a mente se funde com o som, assim como o leite se funde com a água, e todas as experiências do mundo externo são esquecidas. Existe apenas a dimensão espacial, preenchida com a vibração do som, e nada mais.
40- Meditação sobre o Nāda
उदासीनस्ततो भूत्वा सदाभ्यासेन सम्यमी। उन्मनीकारकं सद्यो नादमेवावधारयेत् ।।४० ।।
udāsīnastato bhūtvā sadābhyāsena samyamī / unmanīkārakam sadyo nādamevāvadhārayet //40//
ततः [tataḥ] então* भूत्वा [bhūtvā] tendo se tornado* उदासीनः [udāsīnaḥ] indiferente à* उन्मनीकारकम् [unmanīkārakam] paixão* सदाः-आभ्यासेन [sadāḥ-ābhyāsena] pela prática contínua* सम्यमी [samyamī] do autocontrole* एव-अवधारयेत् [eva-avadhārayet] ele deve dar toda a sua atenção* सद्यः [sadyaḥ] imediatamente* नादम् [nādam] ao som interno* 
40- Então, tendo-se tornado indiferente à paixão pela prática contínua de autocontrole, ele deveria imediatamente dar toda a atenção ao som interior.
(S. S. Saraswati): "O estado normal da consciência, seja de vigília ou de sonho, é continuamente perturbado por desejos não realizados ou em processo de realização. Por esse motivo, é praticamente impossível para a mente não treinada manter a atenção firme em um objeto ou som. Para ter sucesso na meditação, é necessário passar por um período de preparação, no qual o estilo de vida, a ética e os padrões mentais são cultivados, o que permitirá ao praticante libertar a mente de sua atração pelo desejo, e do apego. Uma vez alcançada a indiferença ao desejo através da prática contínua de autocontrole, deve-se imediatamente dar toda a atenção à meditação sobre o som interior."
41- Absorção no Nāda
सर्वचिन्तां समुत्सृज्य सर्व चेष्टाविवर्जितः। नादमेवानुसंदध्यान्नादे चित्तं विलीयते ।।४१
sarvacintāṃ samutsṛjya sarva ceṣṭāvivarjitaḥ / nādameva anusaṃdadhyānnāde cittaṃ vilīyate // 41 //
समुत्सृज्य [samutsṛjya] tendo abandonado* सर्व-चिन्तां [sarva-cintāṃ] todo pensamento* च [ca] e* अविवर्जितः [avivarjitaḥ] renunciado a* सर्व-इष्ट [sarva-iṣṭa] todo desejo* एव-अनुसंदध्यात् [eva-anusaṃdadhyāt] ele deve colocar toda a sua atenção no* नादम् [nādam] som interno* चित्तं-विलीयते [cittaṃ-vilīyate] até que sua consciência seja absorvida* नादे [nāde] (nesse) som* 
41- Tendo abandonado todo pensamento e renunciado a todo desejo, ele deve colocar toda sua atenção no som interior, até que sua consciência seja absorvida (nesse) som.
42/43a- O Nāda cativa a mente
मकरन्दं पिबन्भृङ्गो गन्धान्नापेक्षते यथा। नादासक्तं सदा चित्तं विषयं न हि काङ्क्षति ।।४२ ।।
बद्धः सुनादगन्धेन सद्यः संत्यक्तचापलः ।४३।
makarandaṃ pibanbhṛṅgo gandhānnāpekṣate yathā / nāda āsaktaṃ sadā cittaṃ viṣayaṃ na hi kāṅkṣati //42//
baddhaḥ sunādagandhena sadyaḥ saṃtyaktacāpalaḥ //43a//
यथा [yathā] assim como* भृङ्गः [bhṛṅgaḥ] a abelha* पिबन् [piban] que bebe* मकरन्दं [makarandaṃ] o néctar* नापेक्षते [nāpekṣate] não se preocupa* गन्धात् [gandhāt] com a fragrância (das flores)* हि [hi] então* चित्तं [cittaṃ] a mente* सदा [sadā] sempre* नाद-आसक्तं [nāda-āsaktaṃ] atenta ao nāda* न-काङ्क्षति [na-kāṅkṣati] não anseia* विषयं [viṣayaṃ] prazer sensual* बद्धः [baddhaḥ] ligada* सु-नाद-गन्धेन [su-nāda-gandhena] pela própria fragrância doce do nāda* संत्यक्त [saṃtyakta] renuncia* सद्यः [sadyaḥ] prontamente* चापलः [cāpalaḥ] sua natureza inconstante*
42/43a- Assim como a abelha que bebe o néctar não se preocupa com a fragrância (das flores), assim a mente, sempre atenta ao nāda, não almeja prazer sensual; (que por estar) atada pela doce fragrância do nāda, renuncia sua natureza inconstante.
43b/44a- Concentração unidirecional no Nāda
नादग्रहणतश्चित्तमन्तरङ्गभुजङ्गमः ।।४३ ।।
विस्मृत्य विश्वमेकाग्रः कुत्रचिन्न हि धावति ।४४।
nādagrahaṇataścittamantaraṅgabhujaṅgamaḥ // 43b //
vismṛtya viśvamekāgraḥ kutracinna hi dhāvati // 44a //
अन्तरङ्ग-चित्तम्-भुजङ्गमः [antaraṅga-cittam-bhujaṅgamaḥ] a serpente interna, citta* नाद-ग्रहणतः [nāda-grahaṇataḥ] é capturada pelo nāda* विस्मृत्य [vismṛtya] esquecendo* विश्वम् [viśvam] o mundo* न-हि-धावति [na-hi-dhāvati] não circula* कुत्रचित् [kutracit] por aqui e por ali* एकाग्रः [ekāgraḥ] (entra em concentração) uni-direcionada* 
43b/44a- A serpente citta é capturada pelo nāda. Esquecendo o mundo, não circula por aqui e por ali, torna-se uni-direcionada (absorvida no nāda).
44b/45/46a- o Nāda controla a mente
मनोमत्तगजेन्द्रस्य विषयोद्यानचारिनः ।।४४ ।।
नियामनसमर्थो ऽयं निनादो मिशिताङ्कुशः। नादो ऽन्तरङ्गसारङ्गबन्धने वागुरायते ।।४५ ।।
अन्तरङ्गसमुद्रस्य रोधे वेलायते ऽपि वा ।४६।
manomattagajendrasya viṣayodyānacārinaḥ // 44b //
niyāmanasamartho ‘yaṃ ninādo niśitāṅkuśaḥ / nādo antaraṅga sāraṇga bandhane vāgurāyate // 45 //
antaraṅgasamudrasya rodhe velāyate ‘pi vā // 46a //
अयं-निनादः [ayaṃ-ninādaḥ] esse som* निशित-अङ्कुशः [niśita-aṅkuśaḥ] é um aguilhão afiado* समर्थः [samarthaḥ] adequado para* नियामन [niyāmana] controlar* मत्त-गजेन्द्रस्य [matta-gajendrasya] o elefante enlouquecido* चारिनः [cārinaḥ] que vagueia* उद्यान [udyāna] pelo jardim* विषय [viṣaya] do prazer sensual* मनः [manaḥ] que é a mente* नादः [nādaḥ] o nāda* वागुरायते [vāgurāyate] aprisiona* बन्धने [bandhane] como grilhão* अन्तरङ्ग-सारण्ग [antaraṅga-sāraṇga] o cervo interior* वा-अपि [vā-api] ou também*वेलायते [velāyate] serve como um dique* रोधे [rodhe] que retém* अन्तरङ्ग-समुद्रस्य [antaraṅga-samudrasya] oceano interior* 
44b/45/46a- Este som é um aguilhão afiado apropriado para controlar o elefante enlouquecido que vagueia pelo jardim do prazer sensual que é a mente. O nāda aprisiona como um grilhão o cervo interno, ou também serve como um dique que retém o oceano interior.
46b/47a- Praṇava Nāda
ब्रह्मप्रणवसंलग्ननादो ज्योतिर्मयात्मकः ।।४६ ।।
मनस्तत्र लयं याति तद्विष्णोः परं पदम् ।४७।
brahmapraṇavasaṃlagnanādo jyotirmayātmakaḥ //46b//
manastatra layaṃ yāti tadviṣṇoḥ paraṃ padam //47a//
नादः-संलग्न [nādaḥ-saṃlagna] o nāda resultante de* ब्रह्म [brahma] Brahma* प्रणव [praṇava] e Praṇava (OṂ)* आत्मकः [ātmakaḥ] tem a natureza de* ज्योतिर्मय [jyotirmaya] luz* तत्र [tatra] lá* मनस् [manas] mente* याति-लयं [yāti-layaṃ] torna-se absorvida* तत् [tat] essa* परंपदम् [paraṃpadam] é a suprema morada* विष्णोः [viṣṇoḥ] de Viṣṇu* 
46b/47a- O nāda, surgindo do Praṇava e de Brahma, tem a natureza da luz. A mente é absorvida nele. Esta é a suprema morada de Viṣṇu.
47b/48a- Espaço e som
तावदाकाशसंकल्पो यावच्छब्दः प्रवर्तते ।।४७ ।।
निःशब्दं तत्परं ब्रह्म परमात्मा समीयते ।४८
tāvadākāśasaṃkalpo yāvacchabdaḥ pravartate // 47b //
niḥśabdaṃ tatparaṃ brahma paramātmā samīyate // 48a //
यावत् [yāvat] enquanto* शब्दः [śabdaḥ] o som* प्रवर्तते [pravartate] persistir* आकाश-संकल्पः [ākāśa-saṃkalpaḥ] a concepção de ākāśa (espaço) persiste* तावत् [tāvat] então* परमात्मा [paramātmā] o supremo Self* समीयते [samīyate] é idêntico*परं-ब्रह्म [paraṃ-brahma] ao supremo Brahma* तत् [tat] que* निःशब्दं [niḥśabdaṃ] desprovido de som* 
47b/48a- Enquanto o som persistir, a concepção de ākāśa (espaço) persiste. Então, o supremo Self é idêntico ao supremo Brahman, que é desprovido de som.
(S. S. Saraswati): "A base do som é a vibração, e a vibração é a base da criação. Ākāśa, o espaço infinito, é o primeiro elemento da criação. Sendo o primeiro elemento da existência material, que manterá toda a criação por vir, Akāśa se relaciona com sankalpa, a vontade de se tornar. Ākāśa surge da essência sutil do som. Na criação manifesta, o som viaja pelo espaço. Na dimensão i-manifesta, paramātmā, o supremo Self, é idêntico a Parambrahma, a consciência pura universal, que é a fonte da criação e está além do som.
48b/49/50/51a- Além da mente
नादो यावन्मनस्तावन्नादान्ते ऽपि मनोन्मनी ।।४८ ।।
सशब्दश्चाक्षरे क्षीणे निःशब्दं परमं पदं / सदा नादानुसंधानात्संक्षीणा वासना तु या ।।४९ ।।
निरञ्जने विलीयेते मनोवायू न संशयः / नादकोटिसहस्राणि बिन्दुकोटिशतानि च ।।५० ।।
सर्वे तत्र लयं यान्ति ब्रह्मप्रवनादके ।५१।
nādo yāvanmanastāvannādānte ‘pi manonmanī // 48b //
saśabdaścākṣare kṣīṇe niḥśabdam paramaṃ padam / sadā nādānusaṃdhānātsaṃkṣīṇā vāsanā tu yā // 49 //
nirañjane vilīyete manovāyū na saṃśayaḥ / nādakoṭisahasrāṇi bindukoṭiśatāni ca // 50 //
sarve tatra layaṃ yānti brahmapravanādake // 51a //
मनः [manaḥ] a mente (existe)* यावत् [yāvat] enquanto* नादः [nādaḥ] (houver) nāda, som* तावत् [tāvat] entretanto* नाद-अन्ते [nāda-ante] cessando nāda, o som* मनोन्मनी [manonmanī] (surge o estado) além da mente (unmanī)* स-शब्दः [sa-śabdaḥ] esse som* क्षीणे [kṣīṇe] desaparece* अक्षरे [akṣare] no indestrutível* निःशब्दम् [niḥśabdam] sem som* परमं-पदम् [paramaṃ-padam] a suprema morada* या [yā] quando* वासना [vāsanā] o condicionamento mental (impressões subconscientes)* संक्षीणा [saṃkṣīṇā] é destruído* सदा-अनुसंधानात् [sadā-anusaṃdhānāt] por contínua concentração no* नाद [nāda] nāda* वायू [vāyū] prāṇa, a energia vital* च [ca] e* मनः [manaḥ] a mente* नसंशयः [nasaṃśayaḥ] sem dúvida* विलीयेते [vilīyete] tornam-se absorvidos* निरञ्जने [nirañjane] no ser imaculado* सहस्राणि [sahasrāṇi] milhares* कोटि [koṭi] de pontos* नाद [nāda] de nāda* तु [tu] e* अपि [api] também* शतानि [śatāni] centenas* कोटि [koṭi] de pontos* बिन्दु [bindu] bindu, centro psíquico do cérebro* यान्ति-लयं [yānti-layaṃ] devem ser absorvidos* सर्वे-नादके [sarve-nādake] todos no nāda (som)* प्रणव [praṇava] do praṇava, vibração sonora primária* च [ca] e* ब्रह्म [brahma] de Brahma*
48b/49/50/51a- A mente (existe) enquanto (houver) nāda, som, entretanto cessando nāda, som (surge o estado) além da mente (unmanī). Esse som desaparece no indestrutível (Akṣara) sem som, a suprema morada (de Brahman). Quando o condicionamento mental (impressões subconscientes) é destruído pela concentração contínua no nāda, prāṇa (a energia vital) e a mente, tornam-se absorvidos no ser imaculado, sem dúvida. Milhares de pontos nāda e centenas de pontos bindu são absorvidos todos no nāda (som) do praṇava e de Brahman.
(S. S. Saraswati): "Enquanto houver nāda, existe mente, porque é a mente que percebe o som. Na (ausência) do nāda, existe o estado além da mente, porque a mente não está mais lá para perceber o som. Nāda, a vibração sutil que se torna som, desaparece de volta à dimensão i-manifesta, além do tempo, espaço e matéria. Estando além de qualquer realidade material, essa dimensão é, portanto, descrita como indestrutível, porque não há nada objetivo a ser destruído. Quando o nāda desaparece de volta ao não-manifesto, torna-se silencioso, porque não há sentidos, nem mente para perceber essa vibração mais sutil. É chamado de assento supremo, porque dessa vibração silenciosa toda a criação nascerá.
        Quando todo o condicionamento mental é destruído, a mente pode ser transcendida. A mente é o elo, a passagem entre a pessoa e o mundo exterior, percebendo e se expressando de inúmeras maneiras, todas relacionadas com o mundo e suas experiências. No entanto, quando a mente é transcendida, a pessoa entra na dimensão de Brahman, a consciência pura, luminosa e sempre em expansão. Os yogins antigos usavam a concentração contínua no nāda como um método de meditação para alcançar a eliminação do condicionamento mental. Por esse método, a prāṇa, ou força vital, da mente se absorve no próprio ser puro, a consciência cósmica. Dizem que em todo o campo de nāda onde, milhares de nāda, vibrações sutis e centenas de bindu, pontos de luz pertencentes ao brahman e praṇava, são absorvidos. Pode-se notar que praṇava, o som cósmico do AUM, é a origem de toda a criação, e bindu, o ponto da luz, a origem de todas as formas."
51b/52/53- Caminho direto para a libertação
सर्वावस्थाविनिर्मुक्तः सर्वचिन्ताविवर्जितः ।।५१ ।।
मृतवत्तिष्ठते योगी स मुक्तो नात्र संशयः। शङ्खदुन्दुभिनादं च न शृणोति कदाचन ।।५२ ।।
काष्ठवज्ञायते देह उन्मन्यावस्थया ध्रवम्। न जानाति स शीतोष्णं न दुःखं न सुखं ।।५३ा ।।५३ ।।
sarvāvasthāvinirmuktaḥ sarvacintāvivarjitaḥ // 51b //
mṛtavattiṣṭhate yogī no mukto nātra saṃśayaḥ / śaṅkhadundubhinādaṃ ca na śṛṇoti kadācana // 52 //
kāṣṭhavajñāyate deha unmanyāvasthayā dhruvam /
na jānāti sa śītoṣṇaṃ na duḥkhaṃ na sukhaṃ tathā // 53 //
विवर्जितः [vivarjitaḥ] livrando-se* सर्व-चिन्ता [sarva-cintā] de todos os pensamentos* विनिर्मुक्तः [vinirmuktaḥ] libertando-se de* सर्व-अवस्था [sarva-avasthā] de todos os estados* योगी [yogī] o yogin* तिष्ठते [tiṣṭhate] fica imóvel* मृतवत् [mṛtavat] como se estivesse morto* अत्र [atra] neste momento* स [sa] ele* मुक्तः [muktaḥ] é liberado* नसंशयः [nasaṃśayaḥ] sem dúvida* च [ca] e* नकदाचन [nakadācana] nunca* शृणोति [śṛṇoti] ouve* नादं [nādaṃ] o som* दुन्दुभि [dundubhi] do grande tambor* शङ्ख [śaṅkha] ou da concha* ध्रुवम् [dhruvam] realmente* उन्मनि-अवस्थया [unmani-avasthayā] no estado de unmani* देहह् [dehah] o corpo* ज्ञायते [jñāyate] é sentido* काष्ठवत् [kāṣṭhavat] como uma tora* तथा [tathā] assim* न [na] não* स-जानाति [sa-jānāti] experimenta* शीत-उष्णं [śīta-uṣṇaṃ] calor nem frio* न [na] nem* दुःखं [duḥkhaṃ] dor* न [na] nem* सुखं [sukhaṃ] prazer* 
51b/52/53- Livrando-se de todos os pensamentos, libertando-se de todos os (três) estados, o yogin permanece imóvel como se estivesse morto. Nesse momento, ele sem dúvida é liberado, e nunca ouve o som do grande tambor ou da concha. Seguramente, no estado de unmani, o corpo é sentido como um tronco. Assim, ele não experimenta calor frio, nem dor, nem prazer.
54/55/​​56- Sinais da libertação
न मानंनावमानं च संत्यक्त्वा तु समाधिना। अवस्थात्रयमन्वेति न चित्तं योगिनः सदा ।।५४ ।।
जाग्रन्निद्राविनिर्मुक्तः स्वरूपावस्थतामियात् ।।५५ ।।
टि्टि: स्थिरा यस्य विनासदृश्यं वायुः स्थिरो यस्य विनाप्रयत्नम्। चित्तं स्थिरं यस्य विनावलम्बं स ब्रह्मतारान्तरनादरूप इत्युपनिषत् ।।५६ ।।
na mānaṃ nāvamānaṃ ca saṃtyaktvā tu samādhinā / avastha trayaman veti na cittaṃ yoginaḥ sadā //54//
jagrannidrāvinirmuktaḥ svarūpāvasthatāmiyāt //55//
dṛṣṭiḥ sthirā yasya vināsadṛśyaṃ vāyuḥ sthiro yasya vināprayatnam / cittaṃ sthiraṃ yasya vināvalambaṃ no brahma tāra antaranādarūpa ityupaniṣat //56//
चित्तं [cittaṃ] mente* योगिनः [yoginaḥ] do yogin* नसदा [nasadā] nunca* वेति [veti] vai além* त्रयमन् [trayaman] dos três* अवस्थ [avastha] estados* समाधिना [samādhinā] através do samādhi* संत्यक्त्वा [saṃtyaktvā] sem superar (o sentimento de)* मानं [mānaṃ] orgulho* अवमानं [avamānaṃ] e desonra* विनिर्मुक्तः [vinirmuktaḥ] liberado dos (estados de)* जग्रत् [jagrat] vigília* च [ca] e* निद्रा [nidrā] sono* इयात् [iyāt] ele alcança* स्वरूप-अवस्थताम् [svarūpa-avasthatām] seu próprio estado natural* यस्य [yasya] quando* दृष्टिः [dṛṣṭiḥ] a visão* स्थिरा [sthirā] se fixa* विना-सदृश्यं [vinā-sadṛśyaṃ] sem o visível* यस्य [yasya] quando* वायुः [vāyuḥ] o prāṇa, energia vital* स्थिरं [sthiraṃ] fica imóvel* विना-प्रयत्नम् [vinā-prayatnam] sem esforço* चित्तं [cittaṃ] quando a mente* स्थिरः [sthiraḥ] fica firme* विना- अवलम्बं [vinā-avalambaṃ] sem (nenhum ponto de) apoio* स [sa] ele* रूप [rūpa] (assume) a forma* अन्तर-नाद [antara-nāda] do som interno (AUM)* ब्रह्म [brahma] de Brahma* तार [tāra] e Tara, * इति [iti] declara* उपनिषत् [upaniṣat] a Upaniṣad*
54/55/​​56- A mente do yogin nunca ultrapassa os três estados através do samādhi sem superar o orgulho e o sentimento de desonra. Livre dos estados de vigília e sono, ele atinge seu próprio estado natural. Quando a visão (interior) se estabelece sem aquilo que é visível, quando o prāṇa (fica) imóvel sem esforço, quando a consciência (fica) firme sem (nenhum ponto de) apoio, (então) ele se torna a forma do som interno de Brahma e Tāra. Assim declara a Upaniṣad.

ॐ वाङ्मे मनसीति शान्तिः ।। Om vānme manasīti śāntiḥ ।। "Om, que haja paz na mente e na fala"
इति नादबिन्दूपनिषत् समाप्ता ।। iti nādabindūpaniṣat samāptā ।। "Assim termina a Upaniṣad."

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