15/10/2008

Vaishnavismo


Vaishnavismo


Vaishnavismo ou Vishnuismo é uma tradição do Hinduismo que difere de outras seitas pelo seu culto a Vishnu como a original fonte de todos os avatares. O supremo Deus é conhecido sob diferentes aspectos com os nomes de Narayana, Krishna, Vāsudeva ou como os avatares associados a Vishnu. Trata-se principalmente de uma religião monoteista, mas não a única. As suas crenças e práticas, especialmente os conceitos de Bhakti e Bhakti Yoga, são em grande medida baseados nos Upanishads Védicos e textos Purânicos como o Bhagavad Gita, os Padma Puranas, Vishnu e Bhagavata.

Os seguidores do Vaishnavismo são conhecidos como Vaishnavas ou Vaishnavitas. De acordo estatísticas recentes, mais de 70% dos Hindus são Vaishnavas, com grande maioria vivendo na Índia. No entanto, o crescimento da crença aumentou significativamente nos últimos anos fora da Índia. O ramo da tradição Gaudiya Vaishnava ampliou significativamente a difusão do Vaishnavismo no mundo, desde meados do século XX, e em grande parte através das ações de expansão geográfica do movimento Hare Krishna, principalmente, através da ISKCON e, mais recentemente, através de várias outras organizações Vaishnavas que realizaram atividades missionárias no Ocidente.
Os Épicos Puranicos: Bhagavata Purana, Ramayana, e Mahabharata
Os dois grandes épicos indianos, o Ramayana e o Mahabharata exercem importante papel na cultura, filosofia e teologia Vaishnava. O Ramayana descreve a história de Rama, um avatar de Vishnu, considerado o "rei ideal". A história fundamenta-se nos princípios do dharma, da moral e da ética. Sita, esposa de Rama, Lakshman e devotos de Hanuman desempenham, todos, funções fundamentais da tradição Vaishnava como exemplos de comportamento dharmico. Ravana, o rei do mal e vilão da história épica assume o papel oposto.
O Mahabharata é centrado em Krishna, e em detalhes históricos da guerra entre duas famílias de primos os Pandavas e os Kauravas. Krishna apóia os Pandavas, os cinco irmãos que assumem os principais papeis no drama. O principal tópico filosófico do Bhagavad Gita é o capítulo que descreve o diálogo entre Arjuna e Krishna antes da batalha final. O Bhagavad Gita, embora influente na maioria das filosofias do hinduísmo é de especial importância para os Vaishnavas que o consideram ser um registro preciso das palavras proferidas pelo próprio Krishna. Dependendo da Sampradaya ou de uma seita Vaishnava, Krishna é considerado quer como o próprio avatar de Vishnu, ou como a fonte de todos os avatares de Vishnu incluindo ele próprio, noção partilhada apenas pelas escolas Gaudiya e Nimbarka do Vaishnavismo.
Devoção
A teologia Vaishnava inclui as crenças fundamentais do hinduísmo, como a reencarnação, samsara, karma, e os vários sistemas de Yoga, mas com especial ênfase à devoção a Vishnu ou Krishna (bhakti) através do processo de Bhakti yoga, inclusive cantando o nome de Vishnu (bhajan), meditando em sua forma (dharana) e executando cerimônias de devoção à deidade (puja). As formas de culto a uma divindade estão, essencialmente, baseadas em textos como Pañcaratra e os vários Samhitas.

No culto Vaishnava os devotos consideram que Vishnu está dentro deles, como o Antaryami ou Deus interno como fundamento do seu ser e, que é uma parte da definição do nome Narayana. Ao contrário de outras escolas do hinduísmo cujo objetivo é a libertação (moksha), ou união com o Supremo Brahman, o objetivo final da prática Vaishnava é uma vida eterna de êxtase (ananda) na devoção a Vishnu, ou a um de seus muitos avatares, na região espiritual do "'Vaikuntha'', que se situa além do mundo da ilusão temporária (maya).

As três características do Supremo, tal como descrito no Bhagavata Purana - Brahman, Paramatma e Bhagavan - são vistos como um Vishnu Universal, Vishnu dentro do coração, Vishnu a personalidade, respectivamente.

Iniciação

Os Vaishnavas comumente seguem um processo de iniciação (diksha), dada por um guru, sob os quais são treinados a fim de compreender as práticas Vaishnavas. No momento da iniciação o discípulo recebe, tradicionalmente, um mantra específico que ele deve repetir tanto em voz alta ou interiormente com a mente, como ato de adoração a Vishnu ou um de seus avatares. A prática da oração repetitiva é conhecida como japa. O sistema de iniciação e o treinamento por um mestre espiritual é baseado em imposições das escrituras, consideradas sagradas na tradição Vaishnava: "Basta se aproximar de um mestre espiritual para aprender a verdade. Inquira-o humildemente e preste serviço a ele. Os seres realizados podem transmitir conhecimentos, para vós, porque eles vivenciam a verdade." (Bhagavad Gita) "Aquele que se iniciou no mantra Vaishnava e que é dedicado à veneração de Vishnu é um Vaishnava. Aquele que falha com estas práticas não é um Vaishnava." (Padma Purana) [21]

No entanto, algumas escrituras do ramo Gaudiya Vaishnava afirmam que basta um simples ato de adoração cantando o nome de Vishnu ou Krishna para ser considerado um Vaishnava: “Aquele que canta o santo nome de Krishna apenas uma vez pode ser considerado um Vaishnava. Essa é uma pessoa capaz de praticar a devoção e esta no topo da espécie humana." (Chaitanya Charitamrita)

Estudos ocidentais: Krishnology
O Vaishnavismo tem sido tema de estudo e de debate para muitos devotos, filósofos e estudiosos na Índia há muitos séculos. Nas últimas décadas este estudo foi também adotado por inúmeras instituições acadêmicas ocidentais, como o Oxford Centre for Hindu Studies e o Bhaktivedanta College. Entre os estudiosos do Vaishnavismo que colaboraram no diálogo com o ocidentente, incluem Tamala Krishna Goswami, Hridayananda dasa Goswami, Graham Schweig, Kenneth R. Valpey, Guy Becke e Steven J. Rosen, entre outros. Em 1992 Steven Rosen fundou The Journal of Vaishnava Studies como um veículo acadêmico de estudos hindus, do Vaishnavismo, e do Vaishnavismo Gaudiya, em particular.
Vaishnavism: Wikipedia

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